Morning Call: inflação segue no foco com CPI dos EUA e mais dólares no Brasil

Cenário global e bolsa de valores

Na agenda global, a Opep divulga relatório mensal de petróleo (sem horário), após no dia 07 a commodity alcançar uma máxima desde setembro de 2014 (94 dólares / barril). Mas o foco total é a inflação ao consumidor (CPI) dos EUA em janeiro (10h30). O mercado projeta uma alta de 25 pontos-base do juro em março pelo Fed, só será surpreendido se o indicador subir demais. A leitura sobre o aumento de preços nos EUA deve mostrar uma inflação ao consumidor em janeiro acima de 7% em dado anual, nível que lembra os choques de inflação das décadas de 1970 e 1980. Apesar da expectativa de que o Federal Reserve comece a elevar os juros em sua reunião de março, não está claro o ritmo de aperto.

Na China, preocupações com a economia, impacto de casos de Covid-19 sobre o consumo e riscos externos, incluindo o Fed mais inclinado a aperto monetário, correção global de ações e empresas chinesas sendo acrescentadas a uma “lista não verificada” do Departamento do Comércio dos EUA, pioraram o sentimento do mercado. Porém, à espera da divulgação da inflação nos EUA hoje (10h30), as bolsas asiáticas encerraram o pregão majoritariamente em alta nesta quinta-feira. Em Tóquio, o Nikkei subiu +0,42% enquanto em Hong Kong o índice Hang Seng fechou o dia em alta de +0,38%. Em Seul, o Kospi teve leve alta de +0,11% e, em Taiwan, o Taiex se valorizou +1,03%. Na China, a bolsa de Xangai subiu +0,17% em seu quarto dia de ganhos.

AS bolsas europeias estão operando sem direção única nesta manhã, após a divulgação de vários balanços corporativos na Europa. investidores também estão de olho no que vai acontecer com a inflação americana. Na abertura, Londres subia +0,04%; Frankfurt, +0,30%; Paris, -0,01%, Madrid, +0,38% e o índice Stoxx600, -0,06%. As ações alemãs foram impulsionadas nesta quinta-feira pela Siemens, que registrou lucro trimestral robusto, enquanto uma queda na empresa francesa de tecnologia da informação Atos derrubava o setor de tecnologia europeu. A temporada de resultados chegou no momento certo e, embora tenha desafios, os investidores estão interpretando de forma positiva, e isso certamente ajudou a melhorar o clima.

Coca-Cola teve lucro líquido de US$ 2,41 bilhões no 4TRI, acima do US$ 1,46 bilhão do mesmo período de 2020. No pré-mercado de NY, ação sobe 1,51%, negociada a US$ 61,95.

Cenário no Brasil 

Aqui, o mercado deve repercutir a alta de 4,7% nas vendas de derivados do petróleo da Petrobras no mercado interno no quarto trimestre, mas em reação morna, o ADR da estatal fechou estável, sinalizando que não é daí que vem o perigo à bolsa brasileira. O foco de risco se concentra nos bancos, após a frustração com o balanço do Bradesco ter derrubado em bloco o setor financeiro, aumenta a tensão com o resultado do Itaú, à noite. Ainda hoje, o mercado aguarda os números de produção da Vale após o fechamento do mercado. O fim do dia também reserva os balanços de Itaú, Alpargatas e Multiplan. IBGE: Volume de serviços em dezembro sobe +1,4%, ante +2,4% em novembro; consenso de +0,7%.

O principal índice da bolsa brasileira subiu nesta quarta-feira, diante de alta em Wall Street e dos avanços de ações de empresas ligadas ao consumo interno e do setor petrolífero. O Ibovespa avançou de forma mais tímida (+0,20%), a 112.461,39 pontos, com volume financeiro de R$ 32,3 bilhões. O Investidor estrangeiro diminui fluxo e ingressa com R$ 736,66 milhões na B3 no dia 08/02. No acumulado de fevereiro, saldo é positivo em R$ 7,11 bi; no ano, o saldo é positivo em R$ 39,6 bilhões.

O mercado já especula quando o dólar testará o “piso” de R$ 5,20, diante da força do capital estrangeiro e que tem agora a projeção de Selic acima de 12% como mais um motivo para ficar. Dados de fluxo cambial divulgados ontem pelo BC confirmam o que os números da B3 já mostravam: o forte fluxo de capital para o Brasil. Entraram US$ 4,569 bilhões pela conta financeira apenas na semana passada.