Finanças

Morning Call: mercados ainda digerem dados da semana passada

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

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Cenário global e bolsa de valores

Esta semana, o Columbus Day, hoje, que fecha os mercados de títulos do tesouro nos EUA e o feriado de Nossa Senhora, amanhã, aqui, reduz a liquidez dos mercados neste início de semana. Na agenda americana, os dados de inflação (CPI) e ata do Fed devem reforçar o tapering à vista. Ainda nos EUA, a temporada dos balanços começa com os grandes bancos americanos, há expectativas positivas e será bom para os mercados caso se confirme. 

Tivemos dados importantes na semana passada e que devem repercutir ainda nesta semana, aqui e nos EUA. No cenário externo, o número sobre criação de empregos no mês passado dos EUA foi menor do que o previsto, apesar da queda na taxa de desemprego. As 194 mil vagas de setembro, segundo o “payroll”, representam  queda em relação às 366 mil vagas de agosto. Os dados voltam a por em dúvida se o Fed deve acelerar a redução de estímulos, o que é bom para o Brasil de modo geral, pois os mercados emergentes se beneficiam de um ambiente de maior liquidez global. A T-Note de 10 anos fechou a semana a 1,6% (de 1,57% na véspera). 

Os mercados da Europa estão operando sem direção única com apenas Londres exibindo sinal positivo. Às 9h30, o índice Stoxx 600 estava em queda de 0,57% a 454,67 pontos. Londres opera em alta de +0,4%, a 7.105,25 pontos. Em Frankfurt, a Bolsa alemã cai -0,51%, a 15.127,97 pontos e a Bolsa de Paris perde -0,46%, a 6.531,31 pontos. Em Madri, o Ibex-35 perde -0,56% a 8.904,50 pontos. Investidores temem que os avanços recentes dos preços de energia e o temor de problemas na oferta prejudiquem a retomada econômica global.

Cenário no Brasil 

No Brasil, o IBC-Br e o volume de serviços em agosto que serão divulgados esta semana, testam as apostas para o PIB do ano que vem, projetado abaixo de 2%. O mercado ainda deve continuar acompanhando as especulações sobre o isolamento de Guedes no ministério da economia e possível substituição por Mansueto Almeida, atual economista chefe no BTG Pactual, porém por enquanto são apenas especulações e ruídos de um “filme” que já vimos anteriormente.

Ainda repercutindo dados da semana passada e que são direcionadores importantes daqui para frente, tivemos certo alívio das taxas futuras de juros, após o IPCA abaixo do esperado em setembro, embora ainda em níveis elevados. A taxa em 12 meses superou 10% e foi a maior para o mês no plano real. O IPCA de setembro foi de 1,16%, ante 0,87% em agosto; acumula alta de 6,90% no ano e de 10,25% em 12 meses. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em setembro; O maior impacto veio de Habitação (2,56%), Transportes (1,82%) e Alimentação e Bebidas (1,02%), esses três grupos contribuíram com 86% do resultado. 

Mas o dado trouxe um sentimento de que o pior do IPCA talvez tenha passado, e que a inflação pode começar a mostrar uma trajetória mais comportada. Porém, o aperto de pelo menos 1 pp da Selic no próximo Copom se mantém. O juros futuros devolveram prêmios com IPCA e payroll menores que o esperado; Jan/31 fechou a 10,83% ( de mais de 11% na véspera).

Ibovespa

Na bolsa brasileira, o reajuste da gasolina e do gás (que puxou as ações da Petrobras), a recuperação do minério de ferro na volta da Golden Week, o IPCA e o payroll abaixo do esperado deram respiro ao Ibovespa no fechamento da semana passada. O índice avançou 2% na sexta-feira e praticamente zerou as perdas acumuladas na semana, superou os 114 mil pontos na máxima, mas fechou aos 112.833 pontos.

No acumulado da semana obteve uma leve variação negativa de 0,06%, após registrar perda de mais de 2% até quinta-feira. Apesar de acumular uma alta de 1,7% nesses primeiros pregões de outubro, o Ibovespa vem de três meses seguidos de queda (-3,9% em julho, -2,5% em agosto e -6,6% em setembro). No ano o IBOV recua 5,2%.

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