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Morning Call: mercados de olho em NY, preocupados com inflação e crescimento

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

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Cenário global e bolsa de valores

As preocupações com a inflação e desaceleração do crescimento continuam preocupando e impactando os mercados em Nova York. Ontem, o mercado americano teve mais um pregão de perdas das bolsas, onde os investidores adotaram mais cautela e foram em busca por segurança no dólar e Treasuries. Os ADRs de empresas brasileiras negociadas nas bolsas de NY registraram queda diante deste movimento por proteção que impacta negativamente os mercados emergentes e que pode ser precificado na B3 hoje, que tem vencimento do Índice Futuro esta tarde.

Em meio à alta do petróleo e gargalos nas cadeias produtivas, que podem afetar o crescimento global, o FMI cortou a previsão do PIB americano, de 7% para 6%, este ano, enquanto cresce o receio de que o Fed possa acelerar o aperto monetário a partir da próxima reunião de política monetária em novembro, além disso, a ata do Fed hoje poderá dar mais sinais sobre esta redução de estímulos por lá.

Hoje, as atenções do mercado se voltam para os EUA. O JP Morgan inicia hoje a temporada de balanços e o mercado acompanhará ainda duas importantes divulgações: a inflação ao consumidor (CPI) e as atas do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Até conhecer estes dados, o mercado deverá operar com cautela. Nos primeiros negócios desta manhã, as bolsas europeias operavam mistas. Depois de abrirem em queda, os futuros de índices em Wall Street mudaram de rumo. A volatilidade é a marca deste início do dia nos mercados internacionais.

Na Ásia, dados comerciais positivos da China, que mostraram que o crescimento das exportações acelerou inesperadamente em setembro, dava algum alívio para aqueles preocupados com uma desaceleração econômica no país, que é fato e está sendo ainda mais prejuducada pela crise de energia e imobiliária no país. 

Futuros: Dow Jones (+0,11%), S&P 500 (+0,19%), Nasdaq (+0,44%); Petróleo: Brent a US$ 82,95 (-0,56%); Ouro: +0,55%, a US$ 1.769,30 a onça-troy na Comex; Treasuries: T-note de 10 anos a 1,56130 (de 1,57340); Bolsas na Europa: Londres (-0,14%) a 7.120.05; Frankfurt (+0,74%) a 15.258,69; Paris (+0,25%) a 6.564,47; Madrid (-0,37%) a 8.902,40.

Cenário no Brasil

No Brasil, que retoma as negociações nos mercados após o feriado, o diretor de política econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, dá palestra em fórum promovido pelo HSBC às 9h (horário de Brasília). Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, segue em Washington e, entre outros compromissos, fala em evento do Atlantic Council às 18h. Pelo lado positivo no mercado doméstico, o FMI melhorou as projeções das contas públicas do Brasil de forma expressiva ante o estimado em abril, o que levará o país a registrar superávit primário em 2024, bem antes da última projeção, de que iria atingir este resultado apenas em 2026. 

Olhando pelo lado mais desafiador, junto com os ruídos sobre as regras fiscais, o rali do petróleo, a crise hídrica e o câmbio depreciado projetam um ambiente de desafios para o Copom, que promete levar a Selic “aonde for preciso” para segurar as pressões. No relatório Focus de segunda-feira, o mercado revisa para cima as estimativas para 2022 do IPCA (4,14% para 4,17%) e da Selic (8,50% para 8,75%), ao mesmo tempo em que derruba as apostas para o PIB (de 1,54% para 1,57%). O fato é que as coisas podem ficar piores se o governo adotar medidas fiscais populistas e a continuidade do movimento de depreciação do câmbio e de piora das expectativas de inflação.

Ibovespa 

A influência negativa das bolsas de Nova York e os renovados temores de crise no mercado imobiliário chinês prevaleceram no Ibovespa, que fechou no vermelho na segunda-feira, ofuscando os ganhos das ações de empresas de commodities. O IBOV caiu 0,58%, a 112.180,48 pontos, com volume financeiro de R$27,7 bilhões. O IBOV entrou em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos e formar topos e fundos descendentes, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após operar abaixo da média móvel curta (21 períodos).

Indicadores econômicos e eventos
Ministros das Finanças e presidentes de BCs do G20 realizam reunião
Áustria: Opep divulga relatório mensal sobre mercado de petróleo
Zona do euro/Eurostat: produção industrial em agosto (6h)
Roberto Campos Neto participa, em Washington, de reuniões do FMI (7h45) e do G-20 (10h45)
FGV: IPC-S Capitais da 1ª quadrissemana de outubro (8h)
EUA/Depto. do Trabalho: CPI de setembro e Núcleo do CPI (9h30)
BC: Fluxo cambial semanal (14h30)
EUA: Fed divulga ata da última reunião de política monetária (15h)
EUA/API: estoques de petróleo da semana até 08/10 (17h30)
Chile: BC divulga decisão de política monetária (19h)
China/NBS: CPI de setembro e PPI (22h30)

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