Morning Call: mercados em queda e commodities energéticas em alta

Cenário global de bolsa de valores

Os mercados asiáticos encerraram o pregão de segunda feira com expressivas quedas com a maior aversão ao risco pelo investidor global e alta do petróleo pelos conflitos e sanções geradas da invasão da Ucrânia pela Rússia. O dia encerrou com os índices do Japão: -2,94%, Shanghai: -2,17%, Hang Seng: -3,87%, Índia: -2,35%, Taiwan: -3,15% e Coreia do Sul: -2,29%.

A invasão da Ucrânia continua repercutindo nos mercados globais mas com impacto direto na Europa já que grande parte do gás e petróleo usados na geração de energia dos países europeus vem da Rússia. As bolsas registram quedas com Alemanha: -2,80%, Reino Unido: -1,50%, França: -2,35%, Espanha: -2,18% e o índice Euro Stoxx: -2,03%.

As sanções econômicas sobre a Rússia fez o preço das commodities de energia e aversão ao risco se valorizassem. O petróleo Brent, que no início de dezembro de 2021 era negociado a US$ 67 o barril agora é negociado a US$ 122 o barril e na manhã de hoje já subia +5,73%. O gás natural negociado na bolsa de Londres já avança 2,53%. O petróleo WTI sobe +6,09%. O ouro sobe +1,39% com a maior procura pelo ativo de aversão ao risco mais conhecido do mercado.

Com o ataque russo a usina nuclear na Ucrânia, os mercados cogitam embargos ao petróleo russo. Por enquanto a sanção mais dura em relação as commodities russas foi o cancelamento das atividades do gasoduto Nord Stream II que levaria gás russo direto para Alemanha mas após notícias que a Rússia não teria respeitado o corredor humanitário, os EUA e países aliados discutem maneira de expandir as sanções para o petróleo russo. Possíveis novas sanções podem diminuir a oferta desses produtos ao mercado global e pode elevar a inflação não só na Europa.

Os pré mercados dos EUA também registram queda com Nasdaq: -1,50%, S&P 500: -1,39% e Dow Jones: -1,38%.

Cenário no Brasil

O governo já estuda maneiras de subsidiar os combustíveis por conta da escaldada do preço do petróleo. Um dos planos cogitados é o uso de R$ 40 bilhões de dividendos da Petrobrás para aliviar os preços por um período de 3 meses, plano que enfrenta resistência pelo equipe econômica.

Ainda sobre a Petrobrás, foi confirmada pela empresa a indicação pelo Ministério de Minas e Energia de Rodolfo Landim para presidir o conselho da companhia. O momento para a Petrobrás é delicado com defasagem de até 27% no preço dos combustíveis e que tem pressão governamental para que o repasse dos preços tenha o menor impacto possível.

Ibovespa

O índice encerrou a semana passada enfrentando a resistência dinâmica da média móvel de 200 períodos. A faixa próxima dos 111.500 pontos segue como suporte imediato em conjunto com a média diária de 21 períodos.

O saldo do fluxo estrangeiro na bolsa brasileira segue positivo em março com US$ 6,3 bilhões enquanto o saldo acumulado no ano fica em US$ 68,96 bilhões. A bolsa brasileira segue atrativa para os investidores internacionais por sermos um mercado exportador de commodities e que pode ser visto como uma maneira de proteção contra a inflação de custos mundial.

Indicadores econômicos e eventos