Finanças
Morning Call: mercados se ajustam após 5 bancos centrais decidirem sobre juros
Com apostas de elevação de juros mais dura nos EUA e elevação residual na Selic, hoje deve ser um dia de ajustes do mercado e recálculo de projeções com base nas declarações das autoridades de política monetária. Além do Brasil e EUA, outros países como Japão, Taiwan e Reino Unido tiveram reuniões em seus bancos centrais para decisão de juros.
Os mercados passam por um ajuste após importantes decisões de política monetária de alguns países. As bolsas asiáticas repetiram o desempenho dos mercados acionários dos EUA de ontem registrando perdas no fechamento com o índice Nikkei registrando queda de 0,58%, Shanghai com recuo de 0,27%, Taiex com perdas de 0,97%, o sul coreano KOSPI teve baixa de 0,63 e o Hang Seng recuou 1,61%.
No continente, o destaque de política monetária vai para o Banco Central do Japão que decidiu por unânimidade ontem por manter sua taxa de juros em -0,10%, taxa vigente desde 2016. O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e após o anúncio, o banco central do país interveio do mercado de cambio comprando ienes para evitar desvalorizações maiores da moeda. Taiwan elevou seus juros pelo terceira vez de 1,5% para 1,625% em linha com expectativas do mercado.
Na Europa a decisão de política monetária em destaque ficou com o Banco Central da Inglaterra que decidiu por unânimidade subir seus juros de 1,75% para 2,25% também em linha com projeções de mercado. Esta é a sexta elevação seguida da taxa que deve continuar sua trajetória após o índice de preços no Reino Unido atingir 9,9% e o governo anunciar um pacote de subsídio energértico para empresas.
As principais bolsas europeias registravam queda no começa desta manhã com o índice alemão DAX caindo 1,15%, o britânico FTSE recuava 0,46%, o francês CAC tinha perdas de 1,13% e o Euto Stoxx caía 1,06%.
Decisões da super quarta em linha com expectativas
A tão esperada super quarta teve resultados que não supreenderam a maioria dos investidores mas trouxe informações importantes sobre o rumo da política monetária nos EUA e Brasil.
Nos EUA, o Fed elevou os juros em 0,75 pontos base passando de um intervalo de 2,25% e 2,50% para 3% e 3,25%. Em discurso, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou estar comprometido em trazer a inflação para a meta de 2% e que os aumentos da mesma magnitude serão apropriados apesar de que novos dados econômicos serão considerados. Entre os dados, o desaquecimento do mercado de trabalho já é esperado enquanto os preços do mercado imobiliário devem passar por uma correção de modo a deixar o setor susentável no longo prazo.
O Fed ainda divulgou as projeções para a taxa de juros para o período de 1 ano (de 3,8% para 4,6%), 2 anos (de 3,4% para 3,9%) e 3 anos (de 2,1% para 2,9%) indicando que com a tragetória atual é possível fazer a inflação convergir para sua meta e consequentemente reduzir os juros após seu pico. Já no famoso gráfico Dot Plot, que mostra qual o nível de juros apropriado de acordo com cada um dos integrantes do comitê de política monetária reforça a probabilidade de juros mais altos em 2023 com possíveis sinais de queda a partir de 2024.
Os contratos futuros dos principais índices dos EUA reagiam negativamente com leves quedas como o S&P 500 com recuo de 0,18%, Dow Jones com queda de 0,07% e Nasdaq com eprdas de 0,28%.
Já no Brasil o Comite de Política Monetária, Copom, decidiu manter a taxa Selic em 13,75% em linha com a maioria das expectativas do mercado apesar de uma parcela dos investidores acredtar em uma alta residual de 0,25 ponto percentual.
Apesar da decisão, que não foi unânime entre os integrantes do Copom, indicar o início do período de estabilização dos juros, foi ressaltado no comunicado do Banco Central que novas altas podem ser consideradas caso o processo de desinflação não transcorra como o esperado.
Com a manutenção da Selic se concretizando, pouco coisa em si muda para o investidor a não ser possíveis ajustes residuais na curva de juros que inclusive registrou quedas ontem (21). Chegar no momento de manutenção dos juros na frente de outros grandes bancos centrais pode ser um fator que impulsione nossa bolsa a ter um desempenho melhor e consiga superar o zona entre os 113 mil e 114 mil pontos no curto prazo.
Agenda do dia
A agenda do dia tem como destaque a divulgação dos pedidos iniciais por seguro desemprego na semana dos EUA às 09:30, mais uma decisão de juros, desta vez da África do Sul será divulgada às 10:00, e às 11:00 acontece o discurso da dirigente do BCE, Isabel Schnabel.
Veja também
- O que Trump e Lula têm em comum: a queda de braço com o Banco Central
- Presidente do Fed diz que Trump não afeta juros no curto prazo, nem a duração de seu mandato
- Sem surpresas, Fed corta juros em 0,25 p.p. e destaca e crescimento econômico sólido
- Empresas dos EUA voltam ao mercado de dívida após Fed cortar juros
- Fed terá de superar eleições americanas e “efeito Orloff” antes de comemorar vitória sobre inflação