Finanças
Morning Call: nenhuma surpresa, mas o dia promete ser difícil para o investidor
Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.
Cenário global e bolsa de valores
No cenário externo, as principais bolsas abriram em queda consistente hoje, com fechamento negativo na Ásia também. A ata da reunião de julho do Federal Reserve publicada na quarta-feira mostrou que as autoridades esperam poder reduzir o estímulo este ano, embora tenha havido divisões sobre a recuperação do mercado de trabalho e o nível de risco com o aumento dos casos de coronavírus.
Com a ata do FOMC sinalizando a redução do programa de compra de títulos (tapering), ontem, os mercados europeus que já estavam fechados, precificam este cenário no pregão de hoje com forte queda. Aumentou a preocupação com o crescimento econômico, que desacelera ao redor do mundo, com destaque para China, e pode piorar diante da iminência do tapering. Além disso, alguns países que pareciam ter superado a pandemia estão reintroduzindo medidas para combater a variante Delta do coronavírus. Há baixa generalizada nas ações ligadas à mineração e ao petróleo, como Anglo American (-8,70% na bolsa de Londres), Rio Tinto (-1,99% também em Londres) e Antofagasta (-4,39% em Londres). Embora o Banco Central Europeu tenha mantido sua postura, a alta da inflação levou algumas autoridades a dizerem que o BCE deve começar a reduzir suas políticas expansionistas, que foram fundamentais para elevar o índice STOXX 600 a máximas recordes. As bolsas asiáticas também tiveram um dia negativo, chegando a níveis mais baixos do ano.
Cotações das bolsas de valores
O índice pan-europeu STOXX 600 tinha queda de 1,90%, a 465,42 pontos; Em LONDRES, o índice Financial Times recuava 2,05%, a 7.022 pontos; Em FRANKFURT, o índice DAX caía 1,68%, a 15.698 pontos; Em PARIS, o índice CAC-40 perdia 2,55%, a 6.597 pontos; Em MILÃO, o índice Ftse/Mib tinha desvalorização de 1,88%, a 25.861 pontos; Em MADRI, o índice Ibex-35 registrava baixa de 1,15%, a 8.866 pontos; Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizava-se 0,73%, a 5.271 pontos; O petróleo tipo Brent em Londres recuava 3,27%, a 66 dólares por barril; O petróleo em Nova York caía 3,74%, a 63,01 dólares por barril; Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,10%, a 27.281 pontos; Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,13%, a 25.316 pontos; Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,57%, a 3.465 pontos.
Cenário no Brasil
Apesar dos bons balanços divulgados pelas empresas referente ao segundo trimestre do ano, os ativos domésticos devem continuar precificando a grave crise político-fiscal. Os mercados em NY não ajudaram também nos últimos dois dias, mas o investidor sabe onde realmente está o problema e é aqui mesmo, com preocupação em relação a pressão inflacionária que leva o mercado a projetar aperto monetário maior dos juros, e como consequência, revisar para baixo o PIB de 2022, além disso, muda o fluxo do investidor da bolsa para a renda fixa, porém câmbio continua descorrelacionado e o dólar volta se fortalecer frente ao real. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltam a falar nesta quinta-feira. Guedes participa da mesa de abertura na Solenidade de Adesão ao Pacto Nacional pela Primeira Infância, seguida às 11h de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado sobre o Mercosul. Também às 11h, Campos Neto participa de webinar do Council of the Americas, em manhã que terá ainda o resultado trimestral da Caixa.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em queda na quarta-feira, refletindo receio continuado com os cenários político e fiscal no Brasil e com as ações da Vale também pesando, na esteira do declínio do minério de ferro na China. O IBOV caiu 1,07%, a 116.642,62 pontos, com volume financeiro forte de R$ 67 bilhões, em dia de vencimento do contrato futuro sobre o índice Bovespa. O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil e 120 mil pontos e cruzar abaixo da média móvel curta (21 períodos).
Indicadores econômicos |
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