Finanças
Morning Call: o mundo para na espera do Fed, política monetária definirá bolsas
Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.
Cenário externo e bolsa de valores
O clima é de cautela nos mercados financeiros globais nesta quarta-feira, antes da esperada decisão de política monetária nos Estados Unidos que pode ser o início de um posicionamento mais “hawkish” por parte de outros importantes Bancos Centrais globais, diante da inflação persistente e apesar de alguns sinais de desaceleração econômica. A inflação do índice de preços ao consumidor (PPI) nos Estados Unidos, que atingiu 9,6% na medida anual, desencadeou nos mercados o receio de que o Fed possa ser mais agressivo no tapering, que deverá ser anunciado hoje (16h). O mundo todo está atento ao comunicado e à entrevista de Powell (16h30), que atualizará as projeções econômicas.
As ações de empresas de tecnologia puxam as altas nas principais bolsas europeias neste início de negociação de quarta-feira, antes do anúncio da decisão de política monetária pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), que provavelmente sinalizará uma retirada mais rápida de seu estímulo monetários, inicialmente através do Tapering, reduzindo de forma mais rápida as recompras mensais de títulos e possíveis sinais de elevação de juros em 2022.
As bolsas da China fecharam em queda nesta quarta-feira, com empresas de saúde em baixa devido a preocupações de que os Estados Unidos coloquem algumas empresas de biotecnologia em listas negras de investimento e exportação, enquanto casos de Covid-19 voltam a crescer em algumas regiões e pesaram no setor de consumo.
A produção das fábricas da China cresceu acima das expectativas em novembro, apoiada por uma produção mais forte de energia e uma acomodação nos preços das matérias-primas, mas as vendas no varejo desaceleraram conforme novos surtos de Covid-19 atingiram a segunda maior economia do mundo. O banco central da China injetou recursos no sistema financeiro por meio de empréstimos de médio prazo, mantendo a taxa de juros inalterada pelo vigésimo mês consecutivo.
Cenário no Brasil
Aqui, em meio à mensagem hawkish confirmada pela ata do Copom, a FGV divulga o IGP-10 de dezembro (8h), que deve trazer deflação (-0,25% na mediana), e o IBC-Br de outubro (9h), em mais um indicador negativo para a atividade econômica (com a mediana em -0,40%). O mercado deve analisar ainda a aprovação pela Câmara dos Deputados na terça-feira do texto principal da nova PEC dos Precatórios, que inclui os trechos que estavam pendentes de consenso entre as duas Casas do Congresso e que não puderam ser promulgados na semana passada.
FGV/Ibre — O Índice Geral de Preços–10 (IGP-10) caiu 0,14% em dezembro. No mês anterior, o índice subira 1,19%. De janeiro a dezembro de 2021, o índice acumulou alta de 17,30%. Em dezembro de 2020, o índice subira 1,97% no mês e acumulava elevação de 24,16% em 12 meses.
“O IGP-10 é a primeira versão do índice geral a fechar o ano calendário, para o qual acumulou alta de 17,30%. Entre os itens que mais desafiaram a inflação ao produtor estão produtos cujas safras foram afetadas pela seca (cana-de-açúcar 57,55%), pelas geadas (café em grão 148,05%) e pelos avanços do preço do petróleo (Diesel 82,82%). A alta do IGP e do índice ao produtor não foi mais intensa graças as quedas registradas nos preços do minério de ferro (-24,27%), do farelo de soja (-15,49%) e do arroz em casca (-36,85%)”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Ibovespa
O Ibovespa teve uma segunda queda seguida na terça-feira, interrompendo uma recuperação do começo de dezembro, refletindo novo dia negativo no exterior, às vésperas de decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). O Ibovespa caiu 0,58%, a 106.759,92 pontos, com volume financeiro de R$25,9 bilhões.
O IBOV segue em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos e formar topos e fundos descendentes, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após operar abaixo da média móvel curta (21 períodos) e romper o fundo formado no dia 20 de setembro aos 107.500 pontos. Qualquer movimento positivo neste momento será considerado um repique de alta, dentro da tendência principal de baixa, portanto é necessário mais tempo e mais confirmações para reverter esta tendência.
Indicadores econômicos e eventos |
FGV: IGP-10 de dezembro (8h) |
BC: IBC-BR de outubro (9h) |
EUA: índice Empire State (10h30) |
EUA: vendas no varejo (10h30) |
EUA: Confiança das Construtoras (12h) |
EUA: Estoques de petróleo (12h30) |
EUA: Fed política monetária (16h) |
EUA: Coletiva Powell (16h30) |
Japão: PMI composto dezembro (21h30) |