Finanças
Morning Call: risco de guerra ainda gera aversão, além de juros nos EUA
Cenário global e bolsa de valores
No cenário global, depois da virada emocionante das bolsas em Wall Street no pregão de ontem, quando voltaram para o positivo nos últimos minutos, depois de terem despencado mais de 4%, os índices futuros voltaram a operar com volatilidade negativa nesse início de manhã. 3M, GE, J&J e Verizon divulgam balanços antes da abertura em NY e, após o fechamento, vem a Microsoft, enquanto os mercados continuam sob pressão na véspera da reunião do Fed que deve dar os primeiros sinais de aperto monetário e, além disso, com a tensão geopolítica que envolve a potencial invasão russa à Ucrânia. Ainda nos EUA, o país divulgará dados de confiança do consumidor (12h).
As bolsas asiáticas foram fortemente impactadas pelas bolsas em Wall Street que ontem tiveram um dia de muita volatilidade com os investidores preocupados com um eventual agravamento da tensão política na Europa, com a Otan se posicionando diante da ameaça de invasão da Ucrânia pela Rússia e na expectativa de que o Fed anuncie amanhã, 4ªF, seu primeiro aumento de juros para a reunião de março. Na Ásia, as quedas foram expressivas lideradas pela China, onde o índice Xangai perdeu -2,58%. As bolsas da Europa estão operando, até agora, no positivo, ensaiando uma recuperação dos tombos de mais de 4% que sofreram ontem em razão dos mesmos motivos citados na Ásia. Mais cedo, Londres registrava alta de +0,86%; Frankfurt, +0,70%; Paris, +1,09%; Madrid, +1,08% e o índice Stoxx600, +0,88%, após recuar 3,67% no pregão de ontem. O dólar avançava, assim como o petróleo.
Cenário no Brasil e Ibovespa
Aqui, com a agenda esvaziada, os ativos dão sinais de que o descolamento do exterior sempre impacta em algum momento. A curto prazo, tudo dependerá do fluxo de capital externo, que, na semana passada, prevaleceu sobre os riscos eleitorais/fiscais e que acumula R$ 16 bilhões de entrada de recursos na B3 em janeiro, inclusive, impactando o câmbio com a moeda norte-americana batendo R$ 5,38 no dia 20. A sanção do Orçamento/2022 pelo presidente Bolsonaro com um déficit de R$ 5,8 bilhões, empurra para 2023 as armadilhas fiscais, que está no pano de fundo do cenário do mercado doméstico, causando desconforto ao investidor.
A terça-feira de feriado pelo aniversário da cidade de São Paulo vai contar com operações nos mercados financeiros brasileiros a partir deste ano, mas os negócios podem registrar menor volume, enquanto no exterior os sinais são de mais um dia instável. Por aqui, a FGV informou que a confiança do consumidor brasileiro voltou a cair e bateu uma mínima em nove meses em janeiro, afetada pela percepção incerta sobre a situação econômica geral e as finanças familiares. O mercado segue de olho nas discussões sobre proposta de emenda à Constituição (PEC) que poderia reduzir o PIS-Cofins que incide sobre os combustíveis e seus potenciais impactos sobre a inflação ao consumidor.
O principal índice da bolsa brasileira caiu, após escalada de tensões na Ucrânia ampliar a aversão ao risco dos mercados globais, já tensos antes da reunião de política monetária nos Estados Unidos nesta semana. O Ibovespa caiu 0,92%, a 107.937,11 pontos, com volume financeiro de R$ 30,7 bilhões.
Indicadores econômicos e eventos |
EUA: Balanços de 3M, General Eletric, Johnson & Johnson e Verizon, antes da abertura, e de Microsoft, após o fechamento do mercado |
Alemanha/ IFO: índice de sentimento das empresas em janeiro (6h) |
FGV: Sondagem do Consumidor em janeiro (8h) |
FGV: IPC-S Capitais da 3ª quadrissemana de janeiro (8h) |
EUA/Conference Board: índice de confiança do consumidor em janeiro (12h) |
EUA/API: estoques de petróleo da semana até 21/01 (18h30) |