Finanças

Nova dívida de US$ 500 mi da 3R não inviabiliza possível fusão com RECV3

O movimento vem após a petroleira apontar na semana passada que estuda uma possível fusão de ativos em terra com a PetroReconcavo.

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A 3R Petroleum (RRRP3) anunciou via fato relevante nesta segunda-feira (22) que contratou bancos por meio de sua subsidiária em Luxemburgo para uma emissão de dívida no montante de até US$ 500 milhões com vencimento em 2031. O movimento vem após a petroleira apontar na semana passada que estuda uma possível fusão de ativos em terra com a PetroReconcavo (RECV3) depois que a Maha Energy, um de seus acionistas, instigou a companhia.

A questão é que analistas apontaram que caso a fusão acontecesse, a 3R reduziria significativamente sua alavancagem (R$ 1,4 bilhão) e traria confiança de que não seria preciso fazer um aumento de capital – movimento oposto ao divulgado hoje.

Mas segundo Hugo Baeta, analista de renda variável da AF Invest, o fato de a 3R estar emitindo uma dívida não inviabiliza a possível fusão, se de fato vier a acontecer, uma vez que a petroleira estaria fazendo um reperfilamento de dívidas.

Unidades de produção de petróleo REUTERS/Alexander Manzyuk

De fato, a 3R pretende utilizar o montante para refinanciamento de dívidas, em especial, as relacionadas à aquisição do Polo Potiguar, adquirido da Petrobras (PETR4).

Ainda segundo Baeta, com a captação, abre-se espaço para uma melhor precificação da companhia na proposta de fusão, que vem sendo estudada.

No entanto, a PetroReconcavo diz que até o momento não recebeu nenhuma proposta e que não está em negociação. O que aponta que a “bola” está com a 3R.

Caso a fusão dos ativos onshore se concretize, a PetroReconcavo irá assumir R$ 1,4 bilhão em dívidas da 3R, montante superior ao ganho de R$ 1,1 bilhão estimado pela sueca Maha com as sinergias operacionais. Por isso que a AF Invest aponta que a tendência é que haja uma discussão para melhorar a precificação da proposta.

Na avaliação de BTG e XP, apesar do acordo ser de certa forma esperado,  as empresas podem se beneficiar materialmente com a fusão.

As ações de ambas as companhias lideram as altas entre as empresas de petróleo, gás e biocombustíveis listadas na B3 no acumulado de 2024, segundo a Quantum Finance. No ano, RRRP3 acumula alta de 12,4% e RECV3 de 8,1% até 18 de janeiro. Já nos últimos 12 meses, ambas registram perdas de 31,9% e 24,6%, respectivamente. Veja abaixo:

NomeTickerRetorno 2024Retorno 12 meses
3R PETROLEUMRRRP312,44%-31,92%
COSANCSAN3-6,56%11,40%
ENAUTAENAT3-4,23%38,64%
LUPATECHLUPA3-4,42%-68,84%
OCEANPACTOPCT3-12,60%87,50%
PET MANGUINHOSRPMG3-2,83%26,38%
PETROBRAS ONPETR3-0,08%81,66%
PETROBRAS PNPETR40,78%101,35%
PETRORECONCAVORECV38,10%-24,64%
PETRORIOPRIO3-3,13%14,36%
ULTRAPARUGPA34,34%128,69%
VIBRAVBBR3-0,35%59,76%
Quantum Finance

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