Finanças

O que acontece depois de uma dívida ‘caducar’?

Especialista diz que essa prática não é recomendada, porque pode ter consequências.

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Entre os consumidores que estão em situação de inadimplência, é comum a dúvida se compensa deixar a dívida “caducar” em vez de tentar renegociar o débito e quitá-lo. Porém, especialistas apontam que, apesar de a pessoa sair da lista dos consumidores com “nome sujo”, o pagamento atrasado continua tendo implicações na vida financeira.

Quando uma dívida “caduca”, ou seja, quando se passam cinco anos que uma pessoa não a honra, seja por qualquer motivo, o credor é obrigado a excluí-la do registro dos órgãos de proteção ao crédito (SPC e Serasa). Desse modo, essa pessoa sai da lista de negativados e pode voltar a fazer compras e solicitar créditos sem qualquer problema.

“Caducar uma dívida significa que o nome não pode mais ficar ‘sujo’ por ter deixado de pagá-la. Ainda mais, depois desse tempo, a dívida deixa de impactar o seu score de crédito, a ‘nota’ dada a uma pessoa de acordo com o seu histórico de pagamentos”, explica Ahmed El Khatib, coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).

Mesmo assim, essa prática não considerada é uma boa alternativa porque as dívidas caducadas podem (e são) acessadas pelos bancos, uma vez que eles mantêm suas próprias listas com dados fornecidos pelo Banco Central do Brasil (BCB), como os do Sistema de Informações de Crédito (SCR), lembra o coordenador.

“A pessoa que deixou a dívida caducar pode ter problemas ao tentar um financiamento no banco, uma nova linha de crédito pessoal e até mesmo, em alguns casos, para emissão de um cartão de crédito”, pontua Ahmed El Khatib.

O professor lembra que é possível obter crédito e financiamentos, mesmo após ter o nome “sujo”. Mas as instituições financeiras levam em consideração diversos fatores na decisão de liberar crédito ou financiamento, como histórico de confiança.

O que fazer com a dívida?

A recomendação do profissional é que, na medida do possível, o consumidor não deixe de pagar suas dívidas, uma vez que as taxas de juros cobradas pela inadimplência são muito elevadas.

“Entretanto, caso isso não seja possível, o valor à vista de uma negociação de dívidas (com ofertas tentadoras), em geral, apresenta o maior desconto. A opção em suportar algum tempo com o nome negativado deve levar em consideração se o consumidor precisa de mais crédito neste período (‘nome limpo’) ou se pode conviver com essa restrição por um tempo até conseguir um fôlego financeiro”, finaliza.

Qual a diferença entre deixar a dívida caducar e prescrever?

A prescrição de uma dívida acontece quando a empresa não tem mais o direito de fazer a cobrança por via judicial. Isso ocorre porque existe um tempo específico para entrar com um processo judicial contra uma pessoa que está devendo.

“Assim, quando a empresa perde esse prazo, ela também perde o direito de entrar com ação na Justiça para cobrar a dívida. Então, dizemos que a dívida prescreveu. Em resumo, uma dívida só prescreve caso a empresa não tenha feito a cobrança do valor durante o tempo previsto em lei”, aponta Ahmed.

A(Foto: Pexels / Kindel Media).

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