Prefixados e IPCA+: títulos do Tesouro Direto têm dia de alta

As taxas dos títulos do Tesouro Direto têm dia de alta nesta quarta-feira (17). A taxa oferecida pelo prefixado 2026 era de 11,38% ao ano nesta tarde, ante 11,24% na véspera. Já o título com vencimento em 2029 era negociado a 11,76% ao ano, ante 11,60% na terça-feira (16).

Os títulos IPCA + (que são atrelados ao indicador que mede a inflação) também oferecem taxas maiores nesta quarta. Nesta tarde, os papeis com vencimento em 2029 remuneram o IPCA mais 5,47%. Na véspera, eles ofereciam IPCA mais 5,35%.

O título com vencimento mais longo, em 2035, está remunerando IPCA mais 5,72%, contra 5,63% antes. Veja abaixo a rentabilidade oferecida na tarde desta quarta:

Título do Tesouro	Rentabilidade anual hoje	Rentabilidade anual na véspera	Preço Unitário	Vencimento
PREFIXADO 2026	11,38%	11,24%	R$ 753,09	01/01/2026
PREFIXADO 2029	11,76%	11,60%	R$ 536,10	01/01/2029
IPCA+ 2029	IPCA + 5,47%	IPCA + 5,35%	R$ 2.998,58	15/05/2029
IPCA+ 2035	IPCA + 5,72%	IPCA + 5,63%	R$ 2.119,43	15/05/2035
IPCA+ 2045	IPCA + 5,95%	IPCA + 5,78%	R$ 1.160,45	15/05/2045

Cenário macro no radar

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na abertura da conferência anual do BC que o aperto dos juros, que levou a Selic a território significativamente contracionista, começa a dar resultados, segundo publicou a agência Estado.

“No segundo semestre de 2022, o principal fator da redução da inflação foram os cortes de impostos implementados sobre combustíveis, eletricidade e serviços de telecomunicações, mas a diminuição da inflação também se deve ao ciclo de aperto da política monetária”, acrescentou, citando a desaceleração dos índices de preços no período.

Segundo ele, o processo de desinflação deve continuar, porém não de forma linear, já que os núcleos de inflação estão mais resilientes devido à difusão entre setores e pressões de componentes mais rígidos, como serviços.

Assim, frisou, o BC segue com o desafio de consolidar a desinflação no Brasil, dificultado pela desancoragem das expectativas.

Mais cedo, foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os dados das vendas no varejo nacional em março. Houve crescimento de 0,8% na comparação com fevereiro. Os dados vieram acima do consenso do mercado, que projetava recuo de 0,8% na base mensal. Na comparação anual, o dado de março faz o indicador subir 3,2% ante -0,1% esperado pelo mercado. Isso, segundo analistas, está ligado as discussões sobre a inflação atual.

Outro tema no radar de agentes do mercado que influencia a alta nos rendimentos dos títulos é a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso. A urgência do projeto deve ser votada nesta quarta-feira. Se aprovado, o texto fica isento de passar por comissões até análise do Plenário.