Finanças

Quantique busca oferecer modelo inédito de fundo quantitativo no Brasil

Diferencial é uso de modelos matemáticos, estatísticos e processos de machine learning, diz gestora.

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O fundo Quantique Machine, Math & Mind, da gestora de mesmo nome, quer apresentar no Brasil um nova tipo de fundo quantitativo. Em entrevista ao InvestNews, os fundadores Fernando Santos e Camila Fairbanks explicam que o projeto pretende reunir métodos de análises e quantidades de dados inéditos no mercado brasileiro.

“O termo quantitativo é realmente muito vago”, comenta Santos ao comentar o cenário desse tipo de fundo. Apesar de afirmar que “todos modelo são bons”, o idealizador e CEO da empresa queria um modelo capaz de reunir uma quantidade maior de dados, como informes macroeconômicos do mundo inteiro, balanços empresariais, demonstrativos financeiros, análises de especialistas, entre outros.

Os dados analisados são os mesmos utilizados por gestores de fundos multimercados. O diferencial, segundo eles, está na abordagem, capaz de incluir um volume maior e combinar diferentes métodos de análise através de modelos matemáticos, estatísticos e processos de machine learning.

A criação do modelo

O projeto teve início há cerca de um ano e meio, quando Fernando Santos buscou dois sócios no Brasil. A escolha do país foi também estratégica. Segundo nota divulgada pela empresa, estima-se que apenas 1% dos fundos multimercado do Brasil são quantitativos. Já nos EUA, mais de 50% dos hedge funds são quantitativos.

Fernando Santos, Camila Fairbanks e Renato Ometto; fundadores da Quantique Machine, Math & Mind

Com 26 anos de experiência no JP Morgan, Santos encontrou outros dois co-fundadores com experiência no mercado estadunidense, Camila Fairbanks e Renato Ometto. O objetivo era juntar conhecimentos sobre diferentes países e áreas, como mercado de juros, moeda e equity

Na formação da equipe que hoje conta com 17 pessoas, houve a surpresa de encontrar muitos interessados em trabalhar em uma empresa totalmente focada em funções quantitativas. “Esses talentos nos procuraram e a gente conseguiu compor o time”, conta a co-fundadora.

O momento de lançamento na segunda semana de outubro foi definido após testes que indicaram um funcionamento satisfatório do modelo elaborado. O Quantique segue agora para captação, porém seguirá em constante atualização, dizem os fundadores.

Quem poderá investir

Os executivos avaliam que, por ser descorrelacionado com o que existe em multimercado e bolsa, o fundo poderia atrair diferentes tipos de investidores. “Ele é um produto que encaixa em qualquer portfólio”, comenta Fairbanks. 

“Nossos fundos são para o investidor que quer diversificar o seu portfólio, gerar Alpha e se beneficiar do modelo quantitativo sempre supervisionada pelo olhar humano”, completa Renato Ometto em nota.

Por ora, a Quantique opera com capital próprio e busca captar investidores através de family offices. Os próximos passos serão buscar plataformas de distribuição de produtos de investimento.

Com foco no longo prazo, o começo lento não esconde os objetivos da empresa. “O tamanho a atingir é muito mais assim uma consequência do que um objetivo”, afirma Santos. “A gente está aqui realmente para competir com os melhores fundos do Brasil.”

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