Finanças

Real ganha força em relação ao dólar reagindo ao tom mais duro do Copom

O dólar comercial chegou a cair abaixo de R$ 5,40 no melhor momento do dia. E encerrou o dia valendo R$ 5,42, queda de 0,70%

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Os mercados brasileiros se recuperaram na quinta-feira, quando a decisão unânime do banco central de aumentar as taxas de juros — e uma declaração vista como agressiva — sinalizou seu comprometimento em fazer a inflação voltar à meta.

O dólar chegou a romper o piso de R$ 5,40 no melhor momento do dia. E encerrou a quinta-feira valendo R$ 5,42, em baixa de 0,70%. Já os juros futuros subiram, ajustando-se à nova taxa Selic, agora em 10,75% ao ano.

“O real brasileiro está se saindo de acordo com o carry (diferencial de juros) mais alto, com a mensagem um tanto agressiva do BCB, beneficiando-se das taxas mais baixas nos EUA”, disse Marco Oviedo, estrategista sênior para a América Latina na XP Investimentos.

Enquanto isso, o índice de referência do Brasil para ganhos revertidos após subir no início da sessão, em meio ao aumento do apetite global por risco após a flexibilização do Fed. Raphael Figueredo, CEO e analista da Eleven Financial, disse que os investidores estão “recalibrando suas posições porque entendem que há mais espaço para a taxa Selic subir devido ao tom mais duro na declaração”. As taxas de swap de curto prazo aumentaram em mais de 0,20 ponto percentual.

No comunicado, os membros do comitê disseram que os riscos hoje são de alta de inflação, cenário que requer uma política monetária mais restritiva. Diante da força da economia brasileira e das expectativas de inflação não ancoradas, os mercados devem precificar aumentos de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, disseram analistas.

O aumento da taxa de juros do Brasil transforma a maior economia da América Latina em uma exceção, já que outros bancos centrais da região reduzem as taxas para reforçar suas economias fracas. Chile, Peru, México e Colômbia reduziram suas taxas básicas nas últimas semanas.

“O BCB provavelmente será o banco central agressivo nos próximos três meses na região”, escreveu Alexandre de Azara, economista do UBS BB Investment Bank, em nota.

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