Finanças
Renault lança 1º metaverso industrial do mundo – e por que isso é revolucionário
Dada a qualidade e possibilidades de usos, o metaverso da Renault vem para ser o mainstream da quinta revolução industrial.
*ARTIGO
Saindo na frente das rivais, a montadora global Renault anunciou recentemente o primeiro metaverso industrial do mundo, cuja proposta é integrar, agilizar e automatizar toda produção que antes era realizada apenas no mundo real.
Conforme divulgado, com o seu metaverso industrial, será possível rastrear e monitorar — qualitativamente — muitos dados do processo de produção. Ou seja, a montadora conseguirá promover tanto interações globais entre linhas produtivas quanto das cadeias que incluem quase todas as entregas mundiais.
E isso importa e muito, pois uma indústria tem processos definidos para produzir algo. Porém, sempre tentam otimizar tempos para diminuir custos. E, para eles, testar novos processos é sinônimo de custos e incertezas, pois é preciso parar a produção, fazer tal modificação e, somente depois — sem garantias de benefícios —, ela voltará a ser produzida com o novo método.
Mas, com um metaverso industrial, a montadora quer conseguir simular várias situações e novos processos virtualmente. Isso significa reduzir diversos custos tangíveis e intangíveis, pois será dispensável testar a “nova proposta” diretamente no mundo real.
Impactos do metaverso industrial: bem além do óbvio
De acordo com estimativas divulgadas pela empresa, com sua tecnologia, a Renault deve economizar cerca de US$ 330 milhões até 2025, diminuindo as despesas de garantia, os prazos de entrega e a pegada de carbono de suas atividades.
Para se ter uma ideia, os especialistas sugerem que a emissão de CO2 proveniente da produção de novos carros cairá em até 50%, bem como o tempo de entrega dos mesmos, com expectativas de redução de espera em 60%.
Ademais, as melhorias também devem vir na área de serviços de garantia, onde tais taxas podem vir a sofrerem redução em cerca de 60%.
Até então, esse lançamento da Renault é o único que fornece todas as soluções e ferramentas para ativar alavancas de eficiência e desempenho que antes eram invisíveis, tanto para o benefício das pessoas quanto para o meio ambiente.
Metaverso ‘gêmeo digital’
O metaverso da Renault é um ecossistema integrado baseado em gêmeos digitais, réplicas das fábricas e linhas de produção em que a empresa opera, mas em um mundo virtual.
Por sua vez, tal sistema é constantemente nutrido com diversos dados, sendo eles oriundos de fontes:
- Internas: das fábricas e linhas de produção previamente equipados com a solução chamada ID @ scale, das previsões de vendas, das informações de qualidade e outros
- Externas: integração com informações exógenas, como clima ou tráfego rodoviário bem como Inteligência Artificial, permitindo o desenvolvimento de cenários preditivos.
Estamos falando de uma tecnologia que permite monitorar, por exemplo, o consumo de energia de todos os locais industriais e não-industriais da Renault, e, acima de tudo, utilizá-los instantaneamente.
Com a convergência de tecnologias data-driven avançadas (dados em tempo-real, nuvem, 3D, Big Data …), o metaverso industrial da montadora se torna tanto completo quanto persistente às inovações.
Uma nova revolução industrial a caminho?
Longe de ser simplesmente um gadget para jogadores, o metaverso se apresenta cada vez mais propenso a se tornar o ponto de virada da humanidade.
Portanto, mais que um simples “hype de fabril tech”, o metaverso industrial vem para tornar o processo produtivo mais eficiente, e ainda usufruindo de uma economia — muito — grande de dinheiro.
Em outras palavras, o metaverso da Renault pode ser o novo mainstream da 5º Revolução Industrial, pois estamos falando de uma tecnologia que simplifica, testa e automatiza recursos fabris e tecnológicos.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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