Finanças
RendA+ e IPCA+: o que difere os papéis do Tesouro reajustados pela inflação?
Analistas em Ação deste domingo (2) fala sobre o novo título do Tesouro Direto criado para complementar renda da aposentadoria.
O RendA+ é um título do Tesouro Direto, com foco no complemento da aposentadoria, que será lançado no dia 30 de janeiro. Assim como o IPCA+, o título é reajustado pela inflação. Então, quais são as diferenças entre os dois tipos de investimentos? Veja no Analistas em Ação!
No programa deste domingo (22), o analista Eduardo Perez, do NuInvest, explica as características dos dois tipos de investimentos, que são considerados de baixo risco, como tributação, taxa de custódia e liquidez.
O programa também mostra as diferenças no RendA+, que é voltado para aposentadoria, com as previdências privadas.
Tesouro RendA+ x Tesouro IPCA+
Os dois tipos de títulos possuem um risco baixo, já que são investimentos em títulos públicos. Desta forma, a chance do investidor sofrer um calote é pequena, pois o governo pode emitir moeda para pagar suas dívidas.
Em relação ao pagamento, enquanto o IPCA+ pode ocorrer a cada seis meses ou na data de vencimento, o RendA+ o pagamento é acima de 20 anos, já que é um investimento de longo prazo. Diferentemente do novo título do Tesouro Direto, cujo investimento é apenas a longo prazo, o IPCA+ pode ter investimento de médio prazo também.
A taxa de custódia, que é uma cobrança para arcar com os custos de manter as aplicações financeiras seguras e registradas na plataforma da B3, é de 0,2% ao ano no IPCA+. Já o Tesouro RendA+ vai ter cobrança de 0,5% no caso de resgate antecipado e até 0% caso seja resgatado somente no vencimento em caso de recebimento de até seis salários-mínimos.
Não há diferenças na tributação, já que o imposto de renda incide da mesma forma variando entre 22,5% e 15%.
A liquidez, que é a capacidade de converter um bem, no caso o título público, em dinheiro, no IPCA+ é D+0, ou seja, o resgate é feito no mesmo dia da solicitação. A liquidez do RendA+ também é de D+0, mas o resgate só pode ser solicitado após 60 dias da aplicação.
Em caso de falecimento do investidor, ambas aplicações, o investimento passa por inventário e muda para a custódia do herdeiro após decisão da Justiça. Além disso, o dinheiro só pode ser resgatado após o prazo final do título.
RendA+
O Tesouro RendA+ é um título do tipo NTN-B que garante ao investidor uma taxa de juros mais a variação da inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
O novo título do Tesouro Direto permite investimento inicial de R$ 30 e pagamento por PIX. O investidor poderá escolher entre oito datas disponíveis para começar a receber sua renda extra. A primeira data é 2030 e as demais são a cada 5 anos.
O título não tem cobrança de taxas semestrais, o pagamento ocorre apenas ao vender antecipadamente ou caso o investidor receba mais do que seis salários-mínimos por mês, que neste caso será de 0,10% sobre o valor excedente. Já no caso da venda do título antes dos 20 anos, há uma taxa de resgate entre 0,10 e 0,50%.
A partir do décimo ano, a taxa de custódia do RendA+ é a mesma que os demais títulos do Tesouro Direto. A partir do vigésimo ano, a taxa de custódia é menor do que dos demais títulos, e chega a zero na data de vencimento. O imposto de renda é pago sobre o valor que excede a aplicação.
O RendA+ não foi criado para substituir a previdência pública, ou Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), mas como opção de incrementação de renda, já que a expectativa de vida do brasileiro aumenta a cada ano.
Veja também
- Como o Drex pode se tornar o ‘carro autônomo’ das suas finanças
- O preço do amanhã: quanto colocar no Tesouro Renda+ para receber R$ 5 mil por mês de aposentadoria extra
- Expectativa por dinheiro mais barato bomba o Ibovespa – e a renda fixa também
- O Renda+ na era do IPCA+6%: ganhos de até 1.800% acima da inflação
- Demanda por título público atrelado à inflação cai e dificulta gestão da dívida pelo Tesouro