Finanças

Taxas futuras de juros curtas fecham em leve alta após IPCA-15

Na ponta longa, as taxas dos DIs encerraram a sessão com leves baixas.

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As taxas dos contratos futuros de juros com vencimentos mais curtos fecharam esta quarta-feira (26) em leve alta, com investidores reagindo aos dados do IPCA-15, que mostrou inflação menor em abril, mas núcleos ainda acelerados, o que tende a reduzir as chances de o Banco Central iniciar o processo de cortes da taxa básica Selic no curto prazo.

Na ponta longa, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) encerraram a sessão com leves baixas.

No início do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 subiu 0,57% em abril, depois de avançar 0,69% em março. Essa desaceleração poderia, em tese, desinflar as taxas futuras, mas a avaliação no mercado foi de que os núcleos ainda preocupam.

“Esperávamos uma taxa de 0,66% para o IPCA-15, mas veio 0,57%. Já o núcleo de serviços ficou em 0,52%, mas a expectativa era mais baixa”, comentou o economista da BlueLine Asset Management, Flavio Serrano.

O head de Pesquisa Macroeconômica da Kínitro Capital, João Savignon, afirmou que o “qualitativo” do IPCA-15 “veio ligeiramente pior”.

“Seguimos observando o mesmo quadro geral para a inflação. Isto é, estamos na fase difícil do processo de desinflação”, escreveu em avaliação sobre o indicador.

Pelos cálculos da Kínitro, a média dos núcleos do IPCA-15 ficou em 0,45% em março, ante 0,44% em fevereiro. Já o índice de difusão dos núcleos foi a 0,63%, ante 0,61%.

Na prática, o detalhamento do IPCA-15 mostra que o arrefecimento da inflação segue lento.

“Os núcleos de inflação estão rodando entre 5% e 7% anualizados, o que não é compatível com a meta de 3%”, pontuou Serrano, referindo-se ao centro da meta de inflação para 2024 perseguida pelo Banco Central.

“A atividade vem indicando que o trabalho do BC (de controle da inflação) está fazendo efeito, mas talvez seja cedo para pensar em corte da Selic, porque ainda há a tramitação do novo arcabouço (no Congresso) e as expectativas de inflação seguem altas”, avaliou.

Com esta percepção, as taxas de curto prazo sustentaram leves ganhos durante boa parte do dia, até o fechamento. Já as longas cederam um pouco, em um movimento técnico em que o avanço na ponta curta faz a curva a termo perder um pouco de inclinação.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,215%, ante 13,179% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,845%, ante 11,816%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 11,575%, ante 11,604% do ajuste anterior e a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,7%, ante 11,749%.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava apenas 2% de chances de o Banco Central reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual no encontro de política monetária de maio e 98% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano.

Durante a tarde, o Tesouro informou que a dívida pública federal subiu 0,63% em março ante fevereiro, para 5,893 trilhões de reais. Os números tiveram pouca repercussão na curva.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries subiam durante a tarde.

Às 16:37 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 4,10 pontos-base, a 3,4391%.

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