Finanças

Veja a lista dos melhores e piores investimentos de julho

As ações de empresas listadas da B3 foram os principais destaques de alta, enquanto o dólar perdeu força contra o real e ficou na lanterna.

Publicado

em

Tempo médio de leitura: 5 min

A renda variável foi a protagonista do mês de julho. As ações de empresas listadas na B3 lideraram em valorização no último mês, dentro de uma amostra das principais categorias de investimentos (ativos e índices) negociados do mercado local e selecionados pelo InvestNews. O destaque ficou para a alta de 9,5% das small caps, representadas pelo índice SMLL, que reúne companhias menos negociadas e com potencial de crescimento.

Também teve forte destaque o principal indicador da bolsa brasileira, o Ibovespa, que avançou 8,27% no mês passado, acumulando quatro meses seguidos de alta. A forte recuperação do índice, no entanto, ainda não anula os efeitos negativos ao longo de 2020: até sexta-feira (31), o indicador estava no vermelho (-11,01%).

A exemplo os últimos dois meses, os fundos de ações, uma das categorias mais castigadas durante a pandemia, mostraram forte reação e subiram 8% em julho, segundo o balanço parcial da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Com uma performance levemente inferior ao Ibovespa, os índices de ações do setor imobiliário (IMOB), de varejo (ICON) e das pagadoras de dividendos (IDIV) tiveram valorização de 7,2%, 7,61% e 6,52%, respectivamente. No acumulado do primeiro semestre, os investimentos em renda variável ficaram entre os mais prejudicados pela pandemia da covid-19, perdendo da renda fixa.

Ouro brilhou ainda mais

Outro ativo que ganhou os holofotes em julho foi o ouro, considerado um refúgio em tempos de turbulência e crises internacionais. O contrato futuro do metal precioso para dezembro negociado na Comex, divisão de metais da Nymex, ultrapassou seu recorde nominal, batido em 22 de agosto de 2011.

Com isso, o ouro encerrou o mês negociado no pico histórico de fechamento, de US$ 1.985,90, em alta de 5,80%. A forte valorização reflete a busca dos investidores por proteção, ainda diante das incertezas sobre o ritmo de recuperação das economias e a velocidade para a aplicação de vacinas contra a covid-19.

O curioso foi que o ouro continuou ganhando força em julho mesmo com a valorização das bolsas. Via de regra, o metal costuma desvalorizar quando os ativos de risco sobem (ativos descorrelacionados), mas não foi o que se viu desta vez. Uma explicação plausível, segundo os analistas, é de que o excesso de estímulos fiscais e liquidez pelo mundo e os juros em patamares muito baixos estimulam o apetite por risco e a alta das ações, mesmo em meio a um cenário de crise.

Na outra ponta da lista, muitas aplicações de renda fixa ficaram menos atrativas após a última redução da taxa Selic, para 2,25% ao ano. A inflação oficial medida pelo IPCA também está em patamares historicamente baixos em julho: o mercado espera que ela fique em 0,35%, o que deve influencia a rentabilidade de papéis como o Tesouro IPCA+.

No terreno negativo, chamou atenção o desempenho dos fundos imobiliários (FIIs), representados pelo IFIX. Em julho, as cotas desvalorizaram 2,60%, diante dos desafios que muitos deste fundos que investem em imóveis devem enfrentar. Entre os principais estão a inadimplência dos aluguéis e o avanço das políticas de home office dentro das empresas, que podem impactar a taxa de vacância de imóveis corporativos. Até junho, no entanto, os FIIs mostravam sinais de uma retomada no pagamento dos dividendos.

Dólar perdeu força frente ao real

Na lanterna da lista, o dólar perdeu força contra o real e fechou o mês de julho com desvalorização de 4,09%, negociado em R$ 5,218. Foi a maior queda mensal em 2020, superando a do mês de maio, quando o dólar caiu 1,8%.  Se nos meses anteriores o real tinha sido a moeda que mais desvalorizou em relação a seus pares no exterior, em julho ela foi a que mais subiu.

Os analistas do mercado atribuem essa retomada de fôlego ao ambiente político menos tenso no Brasil e ao andamento da reforma tributária, que levou uma dose extra de otimismo. Segundo eles, também ajudou a entrada de dinheiro estrangeiro para as várias ofertas de ações, enquanto aplicações de renda fixa e variável tiveram saída de capital.

ATIVO/ÍNDICECATEGORIAJULHO
Small Caps (SMLL)Renda variável+9,50%
IbovespaRenda variável+8,27%
Fundos de ações (livre)***Renda variável+8,00%
Ações de varejo (ICON)Renda variável+7,61%
Setor imobiliário (IMOB)Renda variável+7,20%
Ações de dividendos (IDIV)Renda variável+6,52%
OuroRenda variável+5,80%
IGP-MInflação+2,23%
Fundos multimercados (livre)Renda variável+1,82%
Tesouro Direto (IPCA)*Renda fixa+0,36/0,46%
IPCA (estimativa)Inflação+0,35%
Fundos de renda fixa (média)Renda fixa+0,24/0,34%
Fundos DI (média)Renda fixa+0,18%/0,28%
CDISelic+0,17%
CDBs (média)Renda fixa+0,13%/0,23%
PoupançaRenda fixa+0,13%
Fundos imobiliários (IFIX)Renda variável-2,60%
Dólar/realRenda variável-4,09%

* Os títulos indexados ao IPCA não estão colocados à taxa de mercado, em razão da diversidade de papeis.

**Até 28/07, último dado disponibilizado pela Anbima.

Fonte: B3, Fabio Colombo, Anbima e Banco Central

Mais Vistos