Geral – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Sun, 08 Sep 2024 14:37:23 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico Geral – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Venezuela cerca embaixada argentina e gera crise com Brasil https://investnews.com.br/geral/venezuela-cerca-embaixada-argentina-e-gera-crise-com-brasil/ Sun, 08 Sep 2024 14:02:42 +0000 https://investnews.com.br/?p=613505
Forças venezuelanas em frente à embaixada argentina em Caracas

As forças de segurança do governo venezuelano mantêm o cerco à embaixada da Argentina, em Caracas neste domingo. A luz foi cortada e o bloqueio já dura um dia e meio. Estão asilados no local seis aliados da líder opositora Maria Corina Machado.

O candidato da oposição Edmundo Gonzales Urrutía, que concorreu contra o presidente Nicolás Maduro nas últimas eleições e acusa o governo de fraude, deixou a Venezuela e pousou neste domingo na Espanha. O opositor solicitou asilo ao país europeu.

O governo da Venezuela revogou no sábado unilateralmente a autorização para o Brasil representar os interesses argentinos no país, incluindo a administração da embaixada e da residência diplomática onde estão asilados seus oposicionistas venezuelanos ligados à líder María Corina Machado, alegando que as instalações estariam sendo utilizadas para “planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato” contra o presidente Nicolás Maduro e sua vice Delcy Rodríguez.

Em resposta à medida, o Itamaraty afirmou que o Brasil continuará cuidando dos interesses argentinos e da estrutura diplomática até que um terceiro país seja indicado para assumir, com concordância da Argentina, e ressaltou a “inviolabilidade” das instalações da missão diplomática.

“A República Bolivariana da Venezuela tomou a decisão de revogar, de maneira imediata, a autorização concedida ao governo da República Federativa do Brasil para exercer a representação dos interesses da República Argentina e de seus nacionais em território venezuelano, bem como a custódia dos instalações da missão diplomática, incluindo os seus bens e arquivos…”, disse o governo venezuelano, em nota.

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O comunicado afirma ainda que o governo da Venezuela se viu “obrigado” a tomar essa decisão em razão de “provas que se tem sobre o uso das instalações dessa missão diplomática para o planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato” contra Maduro e Rodríguez, “por parte dos fugitivos da justiça venezuelana”.

Uma fonte diplomática brasileira disse que a informação havia sido passada formalmente pelo governo venezuelano através de nota diplomática na manhã de sábado, mas que já na noite de sexta-feira os venezuelanos indicaram que a revogação seria feita, unilateralmente.

Em nota à imprensa, o governo brasileiro disse que recebeu “com surpresa” a comunicação da Venezuela e acrescentou que o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique ao governo venezuelano outro Estado aceitável para exercer as funções.

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“O governo brasileiro ressalta nesse contexto, nos termos das Convenções de Viena, a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abrigam seis asilados venezuelanos além de bens e arquivos”, diz a nota do Itamaraty.

“Isso não se faz unilateralmente, não podem revogar e deixar um vazio. Se querem revogar, tem que definir um substituto que seja aceito pela Argentina, não existe hipótese de vácuo”, disse a fonte brasileira.

O governo da Argentina rechaçou a medida unilateral tomada pela Venezuela e também advertiu o governo do país a respeitar a inviolabilidade do local da missão, conforme a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

“Qualquer tentativa de intromissão ou de sequestro dos asilados que permanecem em nossa residência oficial será condenada duramente pela comunidade internacional. Ações como essas reforçam o convencimento de que na Venezuela de Maduro não se respeitam os direitos fundamentais do ser humano”, diz a nota do governo argentino, que agradeceu o Brasil pelo compromisso e responsabilidade em zelar pela custódia dos argentinos no país.

Na noite de sexta, grupos da polícia de inteligência do governo de Nicolás Maduro cercaram a residência oficial onde estão os asilados, pouco antes de surgir a informação de que a autorização de administração seria revogada. Imagens publicadas por alguns dos asilados nas redes sociais mostram carros dos oficiais de inteligências e homens armados. O acesso ao local está totalmente fechado.

O Brasil assumiu a embaixada argentina em Caracas no início de agosto, depois da expulsão dos diplomatas do país, após as eleições venezuelanas. A custódia passou ao Brasil em comum acordo com os governos de Javier Milei e de Nicolás Maduro.

Ainda uma ponte entre governo e oposição na Venezuela, o Brasil vinha tentando negociar uma solução pacífica para a crise, juntamente com a Colômbia, e cobrava a apresentação das atas eleitorais para comprovação do resultado — o que até hoje não foi feito.

Até o momento, o governo brasileiro se recusa a reconhecer o resultado das eleições. Na terça-feira, em entrevista à Reuters, o embaixador Celso Amorim, assessor especial da Presidência, disse que há de fato uma escalada autoritária na Venezuela.

Na sexta-feira, o governo argentino informou que irá pedir ao Tribunal Penal Internacional que analise a prisão de Nicolás Maduro por cometimento de atos contra humanidade e o agravamento da situação no país.

(Por Lisandra Paraguassu)

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Israel bombardeia o sul do Líbano para conter retaliação do Hezbollah https://investnews.com.br/geral/israel-bombardeia-o-sul-do-libano-para-conter-retaliacao-do-hezbollah/ Sun, 25 Aug 2024 15:35:08 +0000 https://investnews.com.br/?p=610393 Israel declarou estado de emergência de 48 horas após realizar um ataque preventivo contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano, enquanto o grupo militante apoiado pelo Irã iniciava o que chamou de sua resposta inicial ao assassinato de seu chefe militar por Israel, em julho.

O exército israelense disse que enviou 100 aviões de combate ao Líbano e destruiu milhares de lançadores de foguetes direcionados a alvos no norte e centro de Israel.

O porta-voz militar, Tenente-Coronel Nadav Shoshani, disse que Israel viu o Hezbollah se preparando para disparar mísseis e agiu preventivamente. Israel alertou os civis libaneses nas áreas onde o Hezbollah opera para saírem da zona de perigo, ele afirmou. A ação israelense foi limitada ao sul do Líbano.

Ele disse que os danos a Israel causados por esses projéteis pareceram limitados e que a operação estava encerrada por enquanto, embora ambos os lados permaneçam em estado de alerta com disparos ocasionais. O Hezbollah também disse que sua operação no domingo havia sido concluída.

O aeroporto de Tel Aviv foi fechado por algumas horas. Segundo Shoshani, havia a preocupação de que mísseis estivessem direcionados ao centro do país.

Os ataques de domingo levantam preocupações de que a quase diária troca de fogo entre Israel e Hezbollah nos últimos 10 meses possa, a qualquer momento, escalar para uma guerra mais ampla.

O Hezbollah disse que seu ataque a Israel foi o início da retaliação pelo assassinato de seu comandante em 30 de julho, nos subúrbios do sul de Beirute. O grupo afirmou ter disparado mais de 320 mísseis, seguidos por drones, para atingir 11 quartéis do exército e locais militares no norte de Israel.

Israel não confirmou os alvos, mas sirenes soaram repetidamente no norte na manhã de domingo. O exército local está limitando reuniões a 300 pessoas em ambientes internos e 30 pessoas ao ar livre. O exército afirmou que os locais de trabalho podem funcionar normalmente se estiverem em ambientes internos e tiverem abrigos antiaéreos que possam ser acessados rapidamente.

Um grupo libanês aliado ao Hezbollah disse que um de seus combatentes foi morto nos ataques aéreos de domingo. Outras duas pessoas morreram e várias ficaram feridas, de acordo com a agência estatal National News Agency.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião do gabinete de segurança e disse que estava “determinado a fazer tudo para defender nosso país, para devolver os moradores do norte com segurança para suas casas e para continuar mantendo uma regra simples: quem nos prejudicar – nós o prejudicaremos”.

A delegação do governo para as negociações visando alcançar um cessar-fogo em Gaza deveria partir para o Cairo no domingo, como planejado, sugerindo que essas negociações serão retomadas. O Hamas disse no sábado que estava enviando uma equipe para se encontrar com mediadores.

O porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, disse que “Continuamos monitorando a situação de perto e deixamos muito claro que os EUA estão preparados para apoiar a defesa de Israel.” Ele direcionou perguntas sobre o assunto aos israelenses.

Shoshani observou que o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversaram por telefone no fim de semana e que um alto comandante dos EUA na região havia visitado Israel duas vezes recentemente. Ele se recusou a dizer se os EUA foram avisados antecipadamente sobre o ataque de domingo, acrescentando: “Esta foi uma operação israelense.”

Israel e Hezbollah têm trocado fogo ao longo da fronteira desde outubro, quando a organização libanesa entrou no conflito em apoio ao grupo palestino Hamas em Gaza. Ataques israelenses mataram pelo menos 500 pessoas desde então, a maioria delas combatentes do Hezbollah. Em Israel, cerca de 30 soldados e 18 civis foram mortos em ataques do Hezbollah.

Prevenir que os confrontos escalem ainda mais tem sido o foco dos esforços diplomáticos internacionais para reduzir as tensões em todo o Oriente Médio.

Em 30 de julho, um ataque aéreo israelense matou o chefe militar do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute. Horas depois, o Irã culpou o Estado judeu pela morte do chefe do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. O Irã prometeu retaliar.

Os EUA têm tentado mediar entre o Líbano e Israel para alcançar um compromisso sobre disputas fronteiriças. Israel quer que o Hezbollah mova seus combatentes para longe da fronteira para permitir que seus cidadãos retornem ao norte. Dezenas de milhares de israelenses e libaneses foram evacuados da área de fronteira devido aos combates.

O Hezbollah, apoiado pelo Irã e designado como uma organização terrorista pelos EUA, diz que continuará com as hostilidades contra Israel até que o país concorde com um cessar-fogo em Gaza.

A guerra no enclave palestino começou em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas, também apoiados pelo Irã, invadiram Israel e mataram 1.200 pessoas, além de sequestrar outras. A retaliação de Israel em Gaza matou pelo menos 40 mil pessoas, segundo autoridades de saúde em Gaza, que é governada pelo Hamas.

(Por Yi Wei Wong e Galit Altstein)

© 2024 Bloomberg L.P.

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Choque com a tentativa de assassinato leva a um clamor global pelo fim da polarização   https://investnews.com.br/geral/choque-com-o-atentado-a-trump-leva-a-um-clamor-global-pelo-fim-da-polarizacao/ Sun, 14 Jul 2024 13:39:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=600053 Ao lado do choque e indignação com a tentativa de assassinato de Donald Trump, outra mensagem percorreu as muitas declarações de líderes mundiais: algo precisa mudar.

De Abraham Lincoln a Shinzo Abe, assassinatos políticos não são novidade: a década de 1960 nos EUA, por exemplo, viu os assassinatos de dois Kennedys, do militante por direitos civis Martin Luther King e do ativista negro Malcolm X. Mas também é inegável que a crescente polarização testemunhada globalmente hoje está alcançando sua conclusão final na forma de atos de violência.

Vários líderes alertaram que o tiroteio de sábado na Pensilvânia representava um problema mais amplo que as democracias têm enfrentado no mundo todo. A retórica extrema amplificada pelas redes sociais está levando cada vez mais a ataques no mundo real.

“Devemos diminuir a temperatura do debate”, disse o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese a repórteres no domingo. “Não há nada a ser ganho com a escalada da retórica que vemos em alguns de nossos debates políticos no mundo democrático.”

Os problemas da democracia ao estilo ocidental, com os EUA como exemplo gritante, são um ponto frequentemente levantado pelas autoridades comunistas na China.

A Ásia, em particular, viu uma série de violências contra líderes nos últimos anos, mais evidente no assassinato de Abe, ex-primeiro-ministro do Japão, em julho de 2022. Embora o Japão tenha leis rigorosas de controle de armas, um agressor usou uma arma caseira para disparar duas vezes em Abe em um evento de campanha, mirando no líder devido aos vínculos dele com uma igreja – o atirador disse que a igreja em questão levou sua família à falência ao pedir doações excessivas.

Alguns meses depois, o ex-líder do Paquistão Imran Khan foi baleado na perna em um evento público, um ataque que ele atribuiu aos seus oponentes políticos. Então, em janeiro deste ano, o líder da oposição sul-coreana Lee Jae-myung foi esfaqueado no pescoço em uma aparição pública. O perpetrador foi condenado a 15 anos de prisão pelo ataque a Lee, que é considerado um candidato líder antes da próxima eleição presidencial em 2027.

Na América Latina, o candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio foi morto a tiros ao sair de um comício em agosto do ano passado. Sua companheira de chapa, Andrea Gonzalez, agora está concorrendo à eleição de fevereiro em seu lugar.

“Somos uma geração que valoriza a liberdade, a liberdade de sair às ruas sem ser baleado”, disse ela em uma entrevista recente.

Enquanto isso, o Brasil testemunhou sua própria versão do motim no Capitólio dos EUA em 6 de janeiro em janeiro de 2023, quando apoiadores do presidente derrotado Jair Bolsonaro devastaram a capital, Brasília, despojando o palácio presidencial e outras instituições nacionais em protesto à vitória eleitoral de Lula. Cinco anos antes, Bolsonaro tinha sido esfaqueado durante um evento público em Juiz de Fora (MG).

Na Europa, também, a mancha da violência infiltrou-se em uma política cada vez mais amargurada, à medida que a direita nacionalista avança da França à Finlândia.

Na Eslováquia, o primeiro-ministro Robert Fico, ele próprio uma figura política polarizadora, foi baleado em uma tentativa de assassinato em maio. Em sua resposta à tentativa contra Trump, o presidente do país, Peter Pellegrini, alertou sobre a escalada da violência política em todo o mundo, dizendo que eleições devem ser decididas “nas urnas, não atirando nas ruas”.

A violência deve ser condenada nos termos mais fortes e a justiça aplicada, disse Pellegrini, “para que as pessoas não percam a confiança na democracia e nas instituições do Estado democrático e não comecem a fazer justiça com as próprias mãos.”

É difícil saber se alguém está ouvindo esses apelos. O choque do momento certamente é forte, mas a ambição política tem seu próprio impulso.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, aliado de Trump, descreveu a tentativa de assassinato como “um momento chocante” para o mundo, enquanto seu inimigo político, o primeiro-ministro Donald Tusk, disse que a violência “nunca é a resposta” para as diferenças políticas. “Tenho certeza de que isso é algo em que todos podemos concordar”, acrescentou Tusk.

Luiz Inácio Lula da Silva, representante do pólo oposto no espectro político, escreveu: “O atentado contra o ex-presidente Donald Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável.”

Provavelmente é cedo para dizer o que isso significa para os esforços de Trump de recapturar a Casa Branca, embora os apostadores já vejam o tiroteio como fortalecendo suas chances, com apostas na vitória de Trump em novembro aumentando. No Brasil de 2018, a comoção em torno do atentado contra Bolsonaro elevou a intenção de voto nele de 20% para 26%, de acordo com o Ibope, numa arrancada que pavimentou o caminho do então candidato para a vitória nas urnas. 

Trump é retirado do comício em Butler, Pensilvânia, após o atentado. Foto: Bloomberg

O que é claro agora, de qualquer forma: a imagem de um candidato desafiador, ensanguentado mas inabalável, é um contraste poderoso com o hesitante e às vezes aparentemente confuso Joe Biden, cuja idade se tornou o fator definidor de sua campanha para um segundo mandato.

Em suas reações, alguns líderes ecoaram o desafio do campo de Trump após o tiroteio, comparando o incidente nos EUA à sua situação política doméstica. Geert Wilders, o líder anti-imigração do maior partido governante na Holanda, foi um dos mais enfáticos.

“O que aconteceu nos EUA também pode acontecer na Holanda”, ele postou no X/Twitter. “Não subestimem isso.” Embora Wilders não tenha mencionado incidentes específicos, ele pode ter se referido a Pim Fortuyn, o político libertário e anti-Islã que foi assassinado por um radical de esquerda em 2002.

O “ódio” que mira políticos de direita é “sem precedentes”, disse Wilders. “A retórica de ódio de muitos políticos e mídia de esquerda, que rotulam políticos de direita como racistas e nazistas, não é sem consequências. Eles estão brincando com fogo.”

Giorgia Meloni, da Itália, que em um momento cortejou Trump, sabe bem sobre violência política. Seu país, na década de 1970, viu uma onda devastadora de terrorismo de extrema esquerda e extrema direita. O assassinato do juiz antimáfia Paolo Borsellino, três décadas atrás, foi visto como um ponto de inflexão na política italiana – exceto que levou à ascensão de Silvio Berlusconi, que é visto como um protótipo de Trump.

“No debate político, em todo o mundo, há limites que nunca devem ser ultrapassados”, disse ela. “É um alerta para todos, independentemente da afiliação política, para restaurar a dignidade e a honra à política, contra todas as formas de ódio e violência, e pelo bem de nossas democracias.”

Um dos eventos políticos mais polarizadores dos últimos tempos foi testemunhado no Reino Unido sobre a adesão do país à União Europeia. A decisão chocante de sair da UE no referendo do Brexit em junho de 2016 foi contra a lógica econômica e política predominante e prenunciou a vitória de Trump nos EUA no final daquele mesmo ano.

Uma semana antes do referendo, a parlamentar trabalhista pró-europeia Jo Cox foi morta a tiros e esfaqueada em seu distrito por um agressor de extrema direita. A irmã de Cox, Kim Leadbeater, agora também parlamentar trabalhista, fez uma das contribuições mais pessoais ao debate sobre o caminho a seguir, dizendo à BBC no domingo que não foi feito o suficiente para combater a violência política.

Violência, ameaças, abusos e intimidações têm “um impacto profundamente preocupante em nossa democracia”, disse ela. “Precisamos ter essa conversa sobre como é uma democracia civilizada. Eu venho tendo essa conversa desde que Jo foi assassinada. Infelizmente, sinto que não estamos fazendo grandes progressos.”

Por Alan Crawford e redação InvestNews

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Atentado foi o 17º envolvendo presidentes, presidentes-eleitos e candidatos nos EUA https://investnews.com.br/geral/trump-e-retirado-de-comicio-com-ferimento-na-orelha-apos-supostos-tiros/ Sat, 13 Jul 2024 23:09:44 +0000 https://investnews.com.br/?p=599932 Donald Trump discursava em Butler, Pensilvânia, quando foi atingido por um tiro. Eram 17h13 de sábado. O projétil, disparado por um atirador de 20 anos a partir da laje de um galpão próximo ao palco, atingiu a orelha de Trump.

O ex-presidente foi cercado na hora por agentes do Serviço Secreto e todos se abaixaram no púlpito, para se proteger. Esperaram por alguns segundos. Quando um agente matou o atirador, retiraram-se do local.

Donald Trump se protege com a orelha ferida, protegido por agentes do Serviço Secreto. Foto: Bloomberg

Enquanto saía Trump ergueu o punho cerrado, saudando o público.

O candidato republicano foi levado a um hospital e passa bem. “O presidente Trump agradece às forças de segurança e aos socorristas por sua rápida ação durante este ato hediondo”, disse o porta-voz de Trump, Stephen Cheung. “Ele está bem e está sendo examinado em um hospital local. Mais detalhes serão divulgados.”

Trump é retirado do palco. Foto: Bloomberg

As autoridades identificaram o atirador. Era um homem chamado Thomas Matthew Crooks, 20 anos, que vivia na cidade de Bethel Park, Pensilvânia, a 50 quilômetros de Butler. Seu registro eleitoral o identificava como republicano.

Joe Biden, adversário de Trump na corrida presidencial, solidarizou-se no X poucas horas após a tentativa de homicídio: “Estou grato em saber que ele está seguro e passando bem. Estou rezando por ele e sua família e por todos os que estavam no comício, enquanto aguardamos mais informações.”

Diversos líderes globais enviaram mensagens. Lula disse no X: “O atentado contra o ex-presidente Donald Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável.”

17º atentado

O atentado contra Trump é o 17º desde 1835 envolvendo presidentes, presidentes-eleitos e candidatos nos EUA. Cinco terminaram em mortes (nota: a lista aqui do link, compilada pelo Congresso americano, é de 2008; então tem apenas 15 casos – não entrou ali o de tiros contra a Casa Branca em 2011, que tinham Obama como alvo).

Entre candidatos, os atentados mais recentes foram contra os democratas Robert F. Kennedy, morto em 1968, e George C. Wallace, governador do Alabama e que concorria à eleição de 1972 . Ele escapou com vida.

Entre presidentes, o último a ser atingido por um disparo foi Ronald Reagan, em 1981, que sobreviveu aos ferimentos. O atirador, um jovem de 26 anos chamado John W. Hinkley, foi considerado mentalmente incapaz e internado compulsoriamente num instituto de saúde mental. Acabou liberado pela Justiça em 2016. Donald Trump foi um dos que se manifestaram contra a soltura.

(com reportagem da Bloomberg)

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Quanto tempo duram as Olimpíadas de Paris? https://investnews.com.br/off-work/quanto-tempo-duram-as-olimpiadas-de-paris/ Thu, 04 Jul 2024 18:53:27 +0000 https://investnews.com.br/?p=597922 As Olimpíadas de Paris 2024 vão mostrar milhares de atletas do mundo todo desafiando o tempo para ser o mais rápido nas pistas, piscinas e quadras. Correr contra o relógio para encaixar 329 eventos com disputa de medalhas em pouco mais de duas semanas de competição é um exercício grande de logística.

Oficialmente são 16 dias de duração: a cerimônia de abertura começa no dia 26 de julho e a de encerramento será dia 11 de agosto. Mas nos dias 24 e 25 já haverá jogos de futebol, handebol, rúgbi sevens e outros esportes. Isso porque começar as disputas antes da cerimônia é comum nas Olimpíadas. 

LEIA MAIS: Olimpíadas de Paris: tudo o que você precisa saber

O calendário olímpico prevê competições em 18 datas. Até no último dia, horas antes da festa de encerramento, vai ter final de vôlei e basquete feminino, handebol e pólo aquático masculino, lutas e a maratona para mulheres. Ou seja: o evento esportivo acontece no ritmo de um corredor de 100 metros, com alto volume e intensidade.

Ao contrário de eventos do futebol, como a Copa do Mundo e a Eurocopa (duram um mês), ou a Copa América (são três semanas de disputa), nas Olimpíadas o ritmo é frenético: todo mundo tem o tempo certo de ganhar, subir no pódio, cantar o hino, receber a medalha e descer porque logo vem o próximo. É tudo cronometrado.

Somente no dia da cerimônia de abertura que tudo para. Afinal, ninguém quer perder a festa que será realizada às margens do Rio Sena.

Quais foram as Olimpíadas mais curtas e as mais longas da história?

A primeira edição das Olimpíadas, em 1896, foi a mais curta da história. Os Jogos Olímpicos realizados em Atenas, na Grécia, duraram apenas nove dias. E isso aconteceu porque apenas 14 países participaram daquelas Olimpíadas, que reuniu 247 atletas – um número ínfimo comparado aos 10.500 que estarão em Paris-2024.

O problema é que logo depois virou uma bagunça. As Olimpíadas de 1900 duraram 167 dias, ou seja, mais de cinco meses de competição. Começaram em maio e só foram terminar em outubro daquele ano. Não teve cerimônia de abertura nem de encerramento. As competições se arrastaram ao longo dos meses. 

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Mas as Olimpíadas mais longas da história aconteceram em 1908 em Londres, na Inglaterra, com 22 países e mais de 2 mil atletas participantes. Foram 187 dias de Jogos Olímpicos, ou seja, mais de seis meses até tudo acabar.

Somente a partir das Olimpíadas de 1932, em Los Angeles (EUA), que ficou decidido que os jogos seriam concentrados em pouco mais de duas semanas de competição. As Olimpíadas passaram a durar entre 15 e 16 dias e, na maioria dos casos, a se concentrar entre julho e agosto.

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