Robert Kiyosaki, autor do best-seller “Pai Rico, Pai Pobre”, se tornou um dos mais veementes defensores do bitcoin nos últimos anos. Aos 78 anos, o empresário voltou aos holofotes ao anunciar que pretende comprar ainda mais da criptomoeda neste mês de agosto. Ele aposta em uma queda temporária de preços, a qual chama de “maldição de agosto”. Para ele, o bitcoin é a melhor proteção contra o que considera o colapso iminente do sistema financeiro global.
“Qualquer pessoa pode ficar milionária”, diz ele. “É inacreditável como o bitcoin tornou fácil ficar rico. O bitcoin é um ativo com design de pura genialidade. Sem bagunça, sem estresse. Basta configurar e esquecer. Eu fiz o meu primeiro milhão no mercado imobiliário. Isso exigiu muito trabalho, muitos riscos, muito dinheiro, tempo e noites sem dormir”, lembrou Kiyosaki no último dia 6 em uma postagem na rede X.
Mas, afinal, quem é Robert Kiyosaki e por onde anda o empresário? Confira a seguir.
Quem é Robert Kiyosaki, autor de “Pai Rico, Pai Pobre”?
Robert Toru Kiyosaki nasceu em 8 de abril de 1947 em Hilo, no território do Havaí, nos Estados Unidos. Filho de pai educador e de mãe enfermeira, cresceu em um ambiente que valorizava a educação formal. Mas foi justamente essa educação tradicional que seria questionada pela filosofia que ele desenvolveria anos mais tarde em “Pai Rico, Pai Pobre”.
Em 1969, Robert ingressou na Marinha Mercante e, após se formar, foi contratado pela Standard Oil Company, empresa que chegou a ser responsável por 90% do mercado de refinaria norte-americano.
Kiyosaki também participou da Guerra do Vietnã. Em sua volta, foi contratado pela empresa Xerox, período em que trabalhou com vendas pela primeira vez.
Na sequência, fundou a Cashflow Technologies. Um dos destaques da empresa foi a criação de jogos voltados à educação financeira. Durante sua carreira, também trabalhou como colunista de jornal.
Atualmente, Kiyosaki reside em Phoenix, no Arizona, na localidade de Scottsdale, conhecida por seu estilo de vida sofisticado e propriedades de alto padrão.
O best-seller “Pai Rico, Pai Pobre”
Robert Kiyosaki ganhou projeção mundial em 1997 ao publicar “Pai Rico, Pai Pobre”. A obra, escrita em parceria com Sharon Lechter, tornou-se um fenômeno editorial, traduzida para dezenas de idiomas e vendida em mais de 30 milhões de cópias ao redor do mundo.
Com uma linguagem acessível, o autor havaiano defendeu na obra a importância da inteligência financeira, da independência econômica e da mentalidade empreendedora. De acordo com o livro, o caminho para a riqueza não passa apenas pela educação formal ou estabilidade no emprego tradicional, mas também pelo acúmulo de ativos e pela compreensão do fluxo de caixa.
Desde a pubolicação de “Pai Rico, Pai Pobre”, Kiyosaki construiu uma carreira como educador financeiro, palestrante e empresário. Seus livros e cursos influenciaram gerações de investidores; ao mesmo tempo, atraíram críticas por seu estilo provocador e por defender estratégias vistas como arriscadas por parte do mercado tradicional, como a alavancagem – ele já declarou para comprar ativos que vão se valorizar mais do que a taxa de juros cobrada pelo empréstimo.
Mudança de posicionamento
Se antes sua mensagem central era a de que ativos como imóveis e negócios próprios eram o melhor caminho para a liberdade financeira, nas últimas décadas Kiyosaki tem aprofundado sua desconfiança em relação ao sistema bancário e ao dólar americano.
O autor tem usado com frequência suas redes sociais para alertar sobre o que considera uma bolha sistêmica prestes a explodir, que envolveria bancos centrais, governos endividados e a inflação fora de controle.
Defensor do bitcoin
É nesse contexto que o nome de Kiyosaki aparece, mais recentemente, vinculado a um novo ativo que ele considera crucial para a proteção do patrimônio: o bitcoin. O autor passou a defender com entusiasmo a criptomoeda, que classifica como “dinheiro do povo”, contrapondo-se ao que chama de “dinheiro falso” impresso por governos.
Em diversas declarações públicas desde 2024, ele afirmou que bitcoin, ouro e prata são as únicas formas reais de preservar a riqueza em tempos de crise. Mais do que isso, ele passou a ver o bitcoin como a maior oportunidade de geração de riqueza da história recente, sugerindo inclusive que a criptomoeda pode chegar a US$ 1 milhão até o fim da década.
Em 2025, Kiyosaki intensificou o discurso, dizendo que dobrará sua posição em bitcoin caso o preço recue abaixo de US$ 90 mil. A possível correção, segundo ele, abriria uma janela rara para investidores protegerem seu capital antes do que acredita ser um colapso sistêmico inevitável.
ETFs
Fiel ao seu estilo direto e provocador, ele também vem disparando críticas a fundos de índice (ETFs), que, na visão dele, dão apenas uma falsa sensação de segurança aos investidores, e reforça que a posse direta de ativos como bitcoin é a única forma de autodefesa financeira. Em entrevistas, chegou a comparar ETFs a “fotos de armas”, inúteis diante de um verdadeiro colapso econômico.