Esse vai e vem, típico do mercado cripto, tende a continuar ao longo desta semana, segundo especialistas, por causa da divulgação de dados-chave nos Estados Unidos e no Japão.
Na terça-feira (16), os EUA publicam o payroll, relatório de emprego não agrícola referente a novembro. Já na quinta-feira (18), sai a inflação do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI), também de novembro.
Os números são centrais para as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). E, como os juros da maior economia do mundo influenciam a liquidez global, o impacto chega diretamente ao mercado de criptomoedas.
Na sexta-feira (19), é a vez do Banco do Japão anunciar sua decisão de juros, com o mercado já precificando uma possível elevação da taxa. Um movimento nessa direção mexe diretamente com o carry trade, estratégia em que investidores tomam recursos em ienes, historicamente a juros baixos, para aplicar em mercados com retornos mais elevados.
Como essas operações somam trilhões de dólares ao redor do mundo, qualquer desmontagem exige liquidez imediata. O efeito costuma ser a venda de ativos de risco – de ações a criptomoedas como o bitcoin – para levantar caixa e quitar os financiamentos em iene.
“Esse acúmulo de informações tende a aumentar a volatilidade no curto prazo, com investidores atentos a qualquer sinal que possa alterar as expectativas sobre política monetária, liquidez e apetite por risco nos mercados globais”, disse Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank.
Segundo a especialista, o fluxo de BTC nas exchanges também mostrou um aumento pontual das reservas ao longo da semana. Na prática, isso indica mais criptomoedas disponíveis para venda no curto prazo, o que também pode provocar novas oscilações de preço.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:
Bitcoin (BTC): +0,10%, US$ 89.679,09
Ethereum (ETH): +1,65%, US$ 3.155,00
XRP (XRP): -1,30%, US$ 1,98
BNB (BNB): -0,51%, US$ 888,17
Solana (SOL): +0,85%, US$ 132,80
Outros destaques do mercado cripto
Itaú sugere entre 1% a 3% do portfólio em bitcoin. O bitcoin sobe, desce, anda de lado… Faz parte do mercado. Apesar da volatilidade, a cripto segue como uma das “queridinhas” das instituições. O Itaú, por exemplo, acredita que o ativo é diferente da renda fixa, das ações e dos mercados domésticos por causa de sua natureza global e descentralizada. Foi além e disse que uma alocação entre 1% e 3% na criação de Satoshi Nakamoto pode dar aquela pitada extra de diversificação na sopa dos investimentos.
OranjeBTC faz compra discreta de BTC. A OranjeBTC, companhia brasileira com o maior caixa em bitcoin, aproveitou a queda da cripto para retomar as compras – mas de forma discreta. A empresa informou que adquiriu apenas dois BTC, ao preço médio de US$ 89.814,49. A firma abriu capital na B3 no início de outubro, justamente no período em que o bitcoin registrava sua máxima histórica. Desde então, o ativo perdeu força e arrastou junto as ações da empresa, que acumulam queda de 55% desde o IPO.
Cripto quer virar banco. Está acontecendo um movimento interessante nos Estados Unidos. Pelo menos cinco empresas do setor de ativos digitais – Circle, Ripple, Fidelity Digital, BitGo e Paxos – estão tentando obter charters (licenças) bancárias federais no país. Na prática, querem virar bancos. Com isso, essas companhias poderiam oferecer serviços como custódia, pagamentos e até empréstimos, já sob um arcabouço regulatório federal. A fronteira entre o mercado cripto e o sistema financeiro tradicional vai ficando cada vez mais tênue.
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