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Bitcoin tem leve respiro, mas Japão tira sono do mercado cripto

Possível alta de juros no país asiático tende a drenar a liquidez global e reduzir o apetite por risco

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O bitcoin (BTC) opera em leve alta na manhã desta terça-feira (2), na casa dos US$ 87 mil, recuperando parte da queda de ontem, quando chegou à faixa dos US$ 84 mil. As altcoins acompanham o movimento – umas mais animadas, outras nem tanto.

O setor ganhou um impulso extra com notícias positivas. A mais chamativa: a Vanguard, segunda maior gestora de ativos do mundo, liberou o acesso de seus clientes a alguns ETFs de criptomoedas. Nada mal para uma casa que até outro dia queria distância do setor de ativos digitais.

“Só ela (a gestora) administra US$ 11 trilhões. Muita gente acredita que a adoção do bitcoin já chegou a todos os cantos, mas movimentos como esse provam exatamente o contrário: estamos apenas no início do ciclo”, disse o CIO da Vault, Marco Aurélio Camargo.

Os ETFs de bitcoin dos EUA também seguraram bem a pressão após o tombo de segunda-feira (1). Segundo a plataforma SoSoValue, eles registraram US$ 8,4 milhões de entradas ontem. Não é muito, na comparacão com outros dias positivos, mas está longe dos US$ 903 milhões de saídas de 20 de novembro, quando o BTC caiu para os US$ 82 mil.

Os juros – e o Japão

Nos Estados Unidos, segue a expectativa de corte de juros na próxima semana, o que costuma dar um empurrão em ativos de risco, como criptos e ações. Mas o Japão resolveu destoar.

O BOJ (o banco central do país) sinalizou que pode aumentar os juros ainda este mês, o que provocou uma disparada nos rendimentos dos títulos japoneses, fortalecimento do iene e um aumento do sentimento global de aversão ao risco.

Isso tende a drenar a liquidez do mercado, afetando diretamente os criptoativos, segundo André Franco, CEO da Boost Research.

“Mesmo com a expectativa de corte ainda existente nos EUA, a incerteza global e a liquidez mais restrita devem limitar qualquer reação positiva relevante do BTC, ao menos até um novo catalisador – como forte declaração dovish (mais propensa a cortes de juros) pelo Fed, ou fluxo institucional específico para cripto”, disse o especialista.

Além disso, o clima dentro do próprio mercado cripto ainda é de cautela. As dúvidas sobre as reservas da Tether – emissora da stablecoin USDT rebaixada pela S&P Global Ratings por causa da composição do seu lastro – continuam no radar. E os hacks recorrentes só alimentam a sensação de que o setor ainda tem algumas portas mal trancadas.

Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:

Bitcoin (BTC):  +1,30%, US$ 87.145,70

Ethereum (ETH): +0,35%, US$ 2.823,99

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XRP (XRP): +0,46%, US$ 2,03

BNB (BNB): +2,55%, US$ 840,23

Solana (SOL): +1,10%, US$ 128,17

Outros destaques do mercado cripto

Pix é mais elegante que stablecoin? O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse ontem, em um evento em São Paulo, que as stablecoins – as criptomoedas atreladas a outros ativos, como dólar, real e ouro – podem até funcionar como meio de pagamento. Mas, segundo ele, o sistema brasileiro de pagamentos Pix já resolveu de forma “elegante” exatamente o problema que esses ativos digitais se propõem a solucionar.

Novela na ABcripto tem novo capítulo. A “treta” entre os conselheiros e a presidência da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto), uma das mais antigas e fortes do mercado, ganhou mais um episódio nesta semana. No meio do conflito, alguns associados de peso decidiram sair da entidade. Entre eles, o Itaú e a Coinbase, além de outras empresas do setor, como GCB, Liqi e Avenia.

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