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Mercados hoje: corte de tarifas nos EUA para produtos brasileiros e desconfiança tech dão o tom dos negócios

Mercados seguem otimistas com um encaminhamento de acordo comercial entre Brasil e EUA

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Bom dia!

A sexta-feira, 21 de novembro, começa com um sentimento de alívio por aqui com a retirada das tarifas extras de 40% pelos EUA para mais de 200 itens, como café, carne e frutas. Os mercados seguem otimistas com o encaminhamento de um potencial acordo comercial entre Brasil e EUA após a decisão de quinta-feira (20) do governo americano.

Lá fora, o clima ainda é de cautela, com investidores digerindo um payroll” – o relatório de emprego do mercado americano – atrasado e cheio de nuances, que não resolveu o quebra-cabeça do Fed. No pano de fundo, os investidores globais mantêm a desconfiança com as ações de tecnologia, apesar dos resultados acima do esperado da Nvidia.

Enquanto você dormia…

  • Depois de um pregão com uma onda de vendas de ações de tecnologia na quinta-feira, os mercados tentam se equilibrar. Os futuros das bolsas de Nova York seguem em baixa: às 7h20, o S&P 500 futuro está em queda leve de –0,41%, enquanto o Nasdaq futuro recua ao redor de -0,78%.
  • A Europa acompanha o clima mais pessimista em relação às ações de techs, com o índice Stoxx 600 recuando cerca de 1% nas primeiras horas.
  • A Ásia fechou no vermelho, com quedas acima de 2%. O índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, terminou em baixa de 2,40%. O Hank Seng, de Hong Kong, recuou 2,38%. Os mercados asiáticos têm sido contaminados pelas dúvidas sobre a “bolha de IA”.
  • O índice dólar (DXY) recua levemente, mas se mantêm acima de 100 pontos aos 100,19 pontos. O petróleo Brent cai 1,86% a casa de US$ 62,20 o barril. O rendimento da Treasury de 10 anos gira perto de 4,1%, ligeiramente abaixo de quinta-feira.

Destaques do dia

  • O governo dos Estados Unidos revogou as tarifas adicionais de 40% sobre uma lista de mais de 200 produtos brasileiros, incluindo café, carnes, frutas e peças de aeronaves. A medida foi assinada pelo presidente americano Donald Trump na quinta-feira (20) e vale retroativamente desde 13 de novembro. A data marcou o último encontro entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
  • Em paralelo, o payroll de setembro – enfim divulgado após o fim do shutdown – mostrou criação de 119 mil vagas, acima da mediana das previsões de 51 mil, mas com desemprego no maior nível em quase quatro anos. Esse combo reforça a leitura de mercado de trabalho “menos apertado, mas ainda frágil”.
  • E como isso impacta os mercados? Para o Brasil, a retirada de parte relevante do tarifaço é um vento a favor para exportadores de agro e alimentos, especialmente café e proteína bovina. Ações de empresas ligadas à cadeia exportadora – de frigoríficos a logística – entram no radar dos investidores. Já o dado de emprego nos EUA volta a trazer mais força às apostas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em dezembro.

Giro pelo mundo

  • Payroll traz dilema ao Fed: relatório de setembro mostrou criação de 119 mil vagas de emprego nos EUA, mais que o dobro da mediana das expectativas. Mas, com o desemprego na máxima em quase quatro anos, os dados podem mexer nas apostas para a decisão de dezembro do Fed. Outra consequência possível é manter a inclinção de investidores globais por diversificação fora dos EUA, o que beneficia mercados emergentes.
  • Nvidia não segurou a onda tech: após a festa com os resultados da Nvidia, que reportou um lucro líquido de US$ 31,9 bilhões no 3º tri, 21% acima do lucro no trimestre anterior, a bolsa Nasdaq caiu mais de 2% ontem, arrastando Ásia e Europa em uma realização mais ampla de tecnologia e ativos de risco.
  • Japão aciona estímulos: Tóquio aprovou pacote de estímulo de cerca de US$ 135 bilhões para tentar reanimar uma economia estagnada, ao mesmo tempo em que o Banco do Japão avalia quando sair dos juros negativos – mais um ingrediente para a volatilidade ao iene.

Giro pelo Brasil

  • COP30 sob tensão e vitrine chamuscada: um incêndio em pavilhão da COP30 em Belém na quinta-feira não teve vítimas, mas expôs riscos logísticos. Também pode influenciar no atraso das discussões para um acordo sobre o financiamento verde, tema sensível para empresas de energia e infraestrutura.
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Giro corporativo

  • Dona da Ambev de olho na BeatBox: a Anheuser-Busch InBev, controladora da Ambev (ABEV3), negocia a compra da BeatBox, marca de drinks prontos, em um negócio de cerca de US$ 700 milhões para reforçar o portfólio de bebidas “ready to drink” e atrair o público jovem nos EUA.
  • Petrobras em dia de dividendos: a petroleira paga hoje a primeira parcela de R$ 8,66 bilhões em dividendos referentes ao 2º tri, mantendo o papel no centro das estratégias de geração de caixa e debates sobre política de distribuição.
  • Caso Master ainda no radar: as estimativas de desembolso do FGC para devolver o dinheiro de investidores se situa entre R$ 41 bilhões e R$ 49 bilhões com a liquidação do Banco Master. Investigações sobre fraude e a manutenção da prisão do controlador seguem alimentando discussões sobre risco e regulação bancária.

Agenda do dia

  • 06:00 – PMI industrial (prévia de novembro) — Zona do Euro. Termômetro da atividade manufatureira europeia e do apetite por risco em ações e crédito na região. 09:30
  • 09:30: – Discurso do presidente do Fed de Nova York, John Williams. Primeiro de uma série de discursos de integrantes do BC americano no dia que podem fornecer pistas sobre o impacto do payroll nas decisões da autoridade.
  • 10:30 – Discurso do vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr.
  • 10:45 – Discurso do vice-presidente do Fed, Phillip Jefferson.
  • 11:00: – Discurso da presidente do Fed de Boston, Susan Collins.
  • 11:00 – Discurso da presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan.
  • 11:45 – PMIs manufatura, serviços e composto (prévia de novembro) — EUA (S&P Global). Primeira fotografia de como a economia entrou no fim de ano; leitura forte tende a reduzir apostas de corte de juros rápido pelo Fed.
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