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Mercados hoje: julgamento sobre prisão de Bolsonaro e fala do presidente do BC concentram as atenções de investidores

A novela política da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro ganha mais um capítulo nesta segunda-feira.

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Bom dia!
A semana começa com o exterior menos pessimista com as ações de tecnologia. Os futuros das bolsas de Nova York sinalizam uma trégua na onda de vendas da semana passada. Muito da mudança de humor se deve a nova sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que um corte de juros em dezembro ainda faz parte do jogo. Por aqui, o investidor divide a atenção entre a agenda de indicadores, a leitura do boletim Focus do BC e a novela política em torno da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Enquanto você dormia…

  • Lá fora, o tom é de recuperação cautelosa depois de uma semana de correção em ações e cripto. As apostas em corte de juros pelo Fed em dezembro voltam ao centro da conversa e ajudam a sustentar o apetite por risco. Às 7h30, os futuros das bolsas de Nova York seguiam em alta: S&P 500 avançava +0,31% e o Nasdaq subia +0,45%.
  • A Europa também seguia o otimismo no pré-mercado americano: o STOXX 600 sobe cerca de 0,6%, apoiados por bancos e tech.
  • Na Ásia, o dia foi esvaziado pelo feriado no Japão, mas o foco segue na fraqueza do iene e no risco de intervenção. O Hang Seng, de Hong Kong, fechou em alta de 1,97%
  • O índice dólar (DXY) recua ligeiramente para 100 pontos. O petróleo Brent cai 0,57% a US$ 61,59 o barril. A Treasury de 10 anos segue perto de 4,1% ao ano.


Destaques do dia

  • Depois de o Ibovespa cair 0,39% na sexta e engatar a primeira perda semanal desde o começo de outubro, a B3 entra na semana tentando se reencontrar num ambiente de liquidez menor, com feriado de Ação de Graças encurtando a agenda em Wall Street no fim da semana.
  • Lá fora, falas recentes de dirigentes do Fed reforçaram a ideia de que um corte de fim de ano é possível, o que ajuda a aliviar juros longos e dá algum fôlego a ações globais.
  • Aqui no Brasil, o mercado monitora o julgamento pela Primeira Turma do STF da decisão que decretou a prisão preventiva do ex-presidenter Bolsonaro, em meio ao debate sobre risco de fuga e descumprimento de medidas.
  • E como isso impacta os mercados? Lá fora, o pano de fundo de juros possivelmente mais baixos colabora com a tese de arriscar mais em ativos, como ações de emergentes. Por aqui, a política volta ao radar do mercado, podendo influenciar como estrangeiros e locais precificam o cenário eleitoral de 2026.


Giro pelo mundo

  • Fed em modo “ainda temos espaço”: após declarações de dirigentes do Fed reforçando a possibilidade para reduzir juros no curto prazo, as apostas em afrouxamento em dezembro ganharam tração e ajudam no humor de hoje.
  • Europa respira: após uma semana difícil para ações, especialmente de defesa, as bolsas europeias sobem cerca de 0,6%, apoiadas por bancos, pela expectativa de corte de juros pelo Fed, enquanto seguem as discussões de paz entre EUA, Ucrânia e Rússia.

Giro pelo Brasil

  • Prisão de Bolsonaro no radar: a Primeira Turma do STF analisa a manutenção da medida — e analistas avaliam que o episódio pode reconfigurar cálculos políticos para as eleições de 2026 e a coesão do campo bolsonarista, algo que tende a entrar no modelo de risco de investidores.
  • O presidente do BC, Gabriel Galípolo, fala em evento da Febraban. Mercado busca sinais para projeções de inflação e rumos dos juros.
  • COP30 em Belém: o acordo fechado no fim de semana aumenta o financiamento climático a países pobres, mas evita mencionar explicitamente combustíveis fósseis. O tema segue no radar de investidores de infraestrutura e energia no Brasil, que tentam medir possíveis fluxos de capital verde até 2035.

Giro corporativo

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  • Grupo Mateus sob pressão: ações da rede de varejo caíram cerca de 20% em cinco pregões após a empresa apontar um erro de R$ 1,1 bilhão na avaliação de estoques, com ajuste que reduziu patrimônio líquido e aumentou a desconfiança do mercado em relação aos números.

Agenda do dia

  • 8h00: Inflação pelo IPC-S e sondagem do consumidor (FGV) — termômetro da inflação corrente e do humor das famílias.
  • 8h25: Relatório Focus (BC) — mercado acompanha possíveis ajustes nas projeções de IPCA, PIB e Selic feitas por agentes do mercado após a recente volatilidade nos juros.
  • 10h00: Sondagem industrial (CNI) — sinal de atividade e emprego no setor, relevante para o PIB do 4º trimestre.
  • 10h30: Arrecadação federal (outubro) — dado importante para medir o esforço fiscal e a capacidade de cumprir metas de resultado primário.
  • 12h00: Discurso do presidente do BC, Gabriel Galípolo, em evento da Febraban — mercado escuta de perto qualquer nuance sobre a visão da autoridade monetária para inflação, câmbio e trajetória da Selic.


Ótima segunda-feira e bons negócios!

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