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Mercados na semana: ata do Copom, IPCA, balanços e ‘shutdown’ ditam o tom dos negócios

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A semana de 8 a 14 de novembro traz indicadores importantes para alimentar o Banco Central na decisão sobre juros de dezembro. A começar pelas expectativas sobre inflação e juros trazidas pelo boletim Focus, divulgado pelo próprio BC na segunda-feira (10).

Os últimos documentos mostram um processo de convergência das expectativas sobre o rumo do IPCA no horizonte considerado pela autoridade que vai até o segundo trimestre de 2027. Os resultados do Focus podem marcar a sétima semana seguida de redução das projeções, um movimento importante para o BC começar a sinalizar que o corte de juros se aproxima.

Na terça-feira (11), as atenções estarão voltadas para os dados do IPCA de outubro. No mês anterior, o índice oficial de preços veio abaixo do esperado. A confirmação de um processo de desinflação que coloque o IPCA rumo à meta de 3% do BC também ajuda a consolidar a perspectiva de que o ciclo de redução da Selic está perto.

Além disso, na quarta-feira e quinta-feira, o IBGE divulga, respectivamente, os indicadores de serviços e de vendas no varejo de setembro. São números que estão no radar do mercado, porque sinalizam o momento do consumo no país. Se os dados vierem mais forte que o esperado, pode significar que o BC talvez tenha de manter a Selic alta por mais tempo para esfriar a pressão do consumo sobre os preços.

O próprio BC vai estar no centro das atenções com a divulgação da ata da última reunião do Copom na terça-feira. O documento vai trazer mais detalhes sobre a visão dos integrantes do colegiado sobre os cenários prospectivos de inflação e para a economia brasileira. Também pode consolidar a visão do mercado sobre o próximo passo da autoridade: se pode ou não haver um corte de juros na última reunião, em dezembro.

Na área dos balanços corporativos, a semana continua quente. Diversos grupos reportam os resultados do terceiro trimestre entre 10 e 14 de novembro. Entre eles estão Braskem, Natura, MBRF, Azzas e Sabespa, na segunda-feira; BTG Pactual e B3, na terça-feira; Banco do Brasil, Hapvida, Rede D’Or, Ultrapar, Americanas, Casas Bahia e Ambipar, na quarta-feira; Oncoclínicas, Nubank, JBS, Sipar, Cemig, Light e Localiza, na quinta-feira; e Bradespar, Azul, Gol, Raízen e Cosan, na sexta-feira.

Se os resultados vierem mais fortes que o esperado, podem fornecer suporte para manter a bolsa brasileira no patamar recorde no qual fechou a semana passada. O Ibovespa encerrou o pregão da sexta-feira em alta de 0,47% aos 154.063 pontos, no maior nível de fechamento em pontos da história. Foi a 13ª alta e o 10º recorde consecutivo do principal indicador acionário do país.

A alta no último pregão da semana passada teve uma ajuda das ações da Petrobras, após a companhia divulgar o pagamento de dividendos de R$ 12,16 bilhões, acima do esperado. O papel PN da petroleira subiu 3,77% no pregão do dia 7.

No exterior, a paralisação parcial do governo dos EUA, o shutdown, continua e já é o mais longo da história, ultrapassando os 40 dias. O Senado americano tem feito um esforço para resolver o impasse sobre o orçamento. Há perspectiva de que o shutdown possa terminar ao longo da semana, em meio aos riscos para a economia. Um fator emocional pode ajudar no fim do impasse: a paralisação tem cancelado milhares de voos comerciais e isso nas semanas que antecedem um dos principais feriados dos EUA, o Dia de Ação de Graças, que vai ocorrer na quinta-feira 27 de novembro.

Além do feriado, a paralisação do governo pode criar transtornos ainda para uma das datas comerciais mais importantes para o varejo americano: a Black Friday, que acontece tradicionalmente na sexta-feira após o Dia de Ação de Graças, no dia 28.

O apagão de dados também prejudica a decisão do Federal reserve (Fed, o banco central americano). Sem informações, muitos dirigentes do BC dos EUA têm sinalizado preferir pausar o ciclo de cortes de juros.

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