Marfrig eleva lucro e receita no 2º trimestre e vê impacto limitado do tarifaço dos EUA

Companhia cresce na América do Sul, mantém margens nos EUA e redireciona exportações após tarifaço de Trump

A Marfrig lucrou R$ 85 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 13% sobre o mesmo período do ano passado. A receita líquida cresceu 8,6%, para R$ 37,7 bilhões, e o lucro operacional (Ebitda) ajustado somou R$ 3 bilhões – aumento de 15% na comparação anual. A companhia também reduziu a alavancagem, com a dívida líquida saindo de 3,38 vezes para 2,7 vezes o Ebitda.

“Estamos gerando mais caixa e com melhor gestão operacional. Mesmo diante de um ciclo apertado nos Estados Unidos, conseguimos entregar crescimento e rentabilidade”, afirmou o CFO David Tang, em conversa com jornalistas nesta quinta-feira (14).

Na América do Sul, a Marfrig teve receita líquida de R$ 4 bilhões, avanço de 10% no ano, com volume 7,8% maior. O Ebitda da região foi de R$ 439 milhões, com margem de 10,9%. As exportações representaram 55% da receita. 

“Estamos direcionando produtos de maior valor agregado ao mercado interno. Cerca de 75% dos industrializados do Brasil e Argentina são vendidos localmente, e temos aumentado o foco em marcas premium”, afirmou Mendonça, disse Rui Mendonça, CEO da operação sul-americana da companhia.

Após o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos à carne brasileira em 6 de agosto, a Marfrig declarou que o impacto é marginal. As exportações vindas do Brasil somam apenas 2,1% da receita da operação sul-americana e 0,18% do faturamento consolidado

“Redirecionamos rapidamente a produção. O que antes ia para os EUA foi absorvido por outros mercados ou destinado à produção de processados, como hambúrgueres”, afirmou Mendonça. Ele acrescentou que 24 novas habilitações internacionais foram obtidas em 2025.

Nos EUA, a empresa enfrentou margens comprimidas devido à alta no preço do gado, mas ainda assim obteve receita de US$ 3,3 bilhões, alta de 5,3%, e Ebitda positivo de US$ 25 milhões, com margem de 0,8%. 

“Apesar do ambiente desafiador, a demanda por carne bovina segue forte. Esperamos melhora nas margens a partir de 2027, com base em dados de retenção de gado e redução de abate de vacas”, disse Tim Klein, CEO da operação norte-americana.

A Marfrig aguarda agora a definição do Cade sobre a fusão com a BRF, que deve ser analisada a partir do dia 20 de agosto. A nova companhia, que será batizada de MBRF, terá presença global e receita combinada estimada em R$ 152 bilhões.

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