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IN$ Entrevista

Banco Máxima muda nome para Master e busca pulverizar serviços financeiros

A alteração vem depois de mudanças societária e operacional nos últimos dois anos.

Depois de quase 50 anos de história, o Banco Máxima passou por mudanças societária e operacional nos últimos dois anos e chega agora ao mercado reestruturado, como um banco digital, com um portfólio de serviços e um novo nome: Banco Master. Além disso, a instituição tem como meta atingir patrimônio líquido de R$ 1 bilhão até o final de 2022.

O banco mudou de controle acionário, com uma nova diretoria assumindo em janeiro de 2018. Segundo o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, a alteração de nome da instituição reflete o novo momento de reestruturação do banco e é, basicamente, uma mudança de razão social. Ele assegura que nada muda para o investidor ou parceiros.

O novo banco mira agora o crédito pessoal, com operações focadas no Norte e Nordeste do país.

O InvestNews conversou com Vorcaro sobre as mudanças e novidades da instituição financeira. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.  

InvestNews – O Banco Master é a nova denominação do Banco Máxima. O que motivou a mudança de nome e o processo de reestruturação do banco?

Daniel Vorcaro – O banco tem quase 50 anos de história e, ao longo deste período, ele já passou por algumas mudanças e, recentemente, com a entrada da nova matriz societária, fizemos uma mudança profunda no banco, mudança de portfólio, de produtos, mudança operacional, de processos, e, realmente, foi uma virada que a gente conseguiu fazer neste últimos dois anos. Mesmo com pandemia, e com tantos desafios que a gente vem enfrentando no Brasil, conseguimos crescer bastante. E, agora, a mudança de marca, na realidade, é o desfecho deste processo  que começou há dois anos e meio. A gente conclui este processo com a mudança e vamos ter uma inserção mais robusta de mídia, estaremos mais presente no mercado e a gente quis coroar este novo momento com um novo nome. O banco de 2021 é bastante diferente do de 2017 e 2016, que estava muito focado em crédito imobiliário. E, hoje, como temos uma nova equipe, uma nova matriz societária, e um novo portfólio de produto, achamos que fazia sentido dar este passo para a conclusão deste processo de mudança com uma nova marca no mercado.

InvestNews – A partir destas mudanças, quais os principais produtos financeiros no foco do banco no momento?

Daniel Vorcaro  – Hoje temos atuado muito com crédito pessoal, em algumas frentes, e a gente começou a atingir alguns nichos de mercado, principalmente no Norte e Nordeste, estamos indo agora para o Sudeste também. Este é um nicho que tem se provado com bastante resultado para o banco. Tanto é que tivemos uma receita em 2018 de R$ 180 milhões para fechar 2020 com quase R$ 1 bilhão de receita. Ainda estamos no início da mudança desta trajetória, mas já foi uma mudança representativa. Estas carteiras de crédito pessoal, ente elas o crédito consignado, é o que está fomentado, basicamente, nossa carteira de crédito. Além disso, a gente tem outras linhas de receita também que são os serviços. Temos uma área de câmbio muito forte, temos parceria com algumas fintechs para distribuição de crédito pessoal. Hoje, serviço financeiro já corresponde a quase 30% da nossa receita total. Esse mix do crédito pulverizado e das receitas dos serviços financeiros foi o que fez a gente ter este crescimento nos últimos dois anos.

InvestNews – E no caso de quem já tinha ativos emitidos antes da mudança de nome do banco? Como é que fica? A proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) continuará para esses clientes?

Daniel Vorcaro – Continua, sim. Na verdade, não tem nenhuma mudança estrutural. A gente continua com o mesmo CNPJ, mesma equipe, mesmos processos. As mudanças principais que a gente fez, na verdade, já realizamos nestes últimos dois anos. A mudança de nome é, basicamente, mudança de razão social, não altera em nada para nenhum investidor, parceiro. O que altera, simplesmente, é o nosso posicionamento mercadológico, a gente vai estar mais presente com esta marca nova, de Banco Master.

InvestNews: A crise financeira causada pela pandemia de covid-19 deixou sua marca também nos bancos. Como foi a performance do banco durante a pandemia?

Daniel Vorcaro – A gente teve a grata felicidade das nossas carteiras não sofrerem quase nada em termos de prejuízo neste momento de pandemia. Conseguimos manter a nossa rentabilidade, o banco fechou o ano de 2020 com um bom resultado. Se pegar o ROI do Banco Máxima de 2020 com o PL médio, demos quase 30% de retorno, estamos performando bem, estamos dando resultado. Obviamente, a pandemia afetou nosso crescimento. A gente tinha um planejamento de crescimento dessas carteiras de crédito e, principalmente pelo home office, dificuldade de acesso ao credito, reduzimos, mas já foi para a normalidade agora.

InvestNews: Como está a situação financeira atual do banco e quais as principais fontes de receita hoje?

Daniel Vorcaro – Hoje, estamos focados nesta parte de carteiras pulverizadas, é o que tem trazido bastante receita para a instituição. Serviço financeiro também tem percentual representativo, o que é muito bom e salutar para a instituição. Além disso, estamos entrando como banco de investimentos também e este movimento acaba trazendo outras linhas de receita, não só de serviço, mas de alocação de capital, que teremos em operações mais estruturadas. É um movimento que a gente começa a desenhar a partir de agora e estamos bastante animados, pois, nos últimos anos, o banco fez algumas operações que foram operações de mercado estruturado e trouxeram bastante receita.  As linhas de receitas, basicamente, serão essas para o futuro. De um lado, a gente tem uma carteira de crédito com crescimento constante, que faz a gente ter uma previsibilidade não só de receita, como de resultado, todo investimento para esse crescimento a gente já fez. A tendência para os próximos anos é crescer e dar resultado. E acho que essa nova fonte de receita vai trazer receitas e resultado adicionais para aos próximos anos.

InvestNews – Existe o índice de Basileia, que é o percentual mínimo de dinheiro próprio envolvido nas atividades de uma instituição financeira. Como está o índice do banco?

Daniel Vorcaro  – Fechamos julho próximo de 14% com as novas capitalizações. A tendência é aumentar nosso patrimônio líquido, que aumenta nosso índice de Basileia, mas, ao mesmo tempo, vamos crescendo com nossos ativos. A capitalização da instituição é focada para aumentar nosso portfólio e trazer mais solidez e resultado para a instituição. A ideia do banco é manter, basicamente, neste nível, mesmo com incremento de ativos e patrimônio.

InvestNews – O banco tem como meta atingir patrimônio líquido de R$ 1 bilhão até o final de 2022. Quais os planos e estratégias para isso?

Daniel Vorcaro – Já temos um plano bem sólido, que traçamos desde o início, e tem performado semestre a semestre, que vem com a capitalização dos atuais sócios e também resultado. Hoje, o Banco Master tem uma característica interessante para uma instituição que se digitalizou e está indo ao mercado: já vir com uma carteira e que vem gerando resultado. Tivemos crescimento na carteira de crédito bastante expressivo nos últimos anos e já vieram os investimentos necessários. Então, a tendência agora é a gente manter esse viés de resultado nos próximos anos e contribuir para o crescimento do patrimônio.

InvestNews – Como um banco digital, a tecnologia se torna cada vez mais aliada. Como ela vem ajudando a instituição nesta nova fase?

Daniel Vorcaro  – A tecnologia tem sido fundamental, e acho que foi um dos pilares para todos que entraram neste projeto do Banco Master. A gente dedicou e investiu bastante em plataformas digitais que, oportunamente, serão lançadas ao mercado, mas já tem ajudado na nossa originação do dia a dia. Todos os nossos produtos conseguimos ter uma capilaridade e pulverização  pela tecnologia. Hoje, a gente tem contratação de crédito totalmente feita por aplicativo, via Whatsapp, tem facilitado bastante o processo, tem trazido um diferencial para a gente, principalmente em mercado como consignado, por exemplo, que tem uma tradição de correspondente bancário, de pessoas que vão até o cliente. Temos tentado fazer modelos de distribuição um pouco diferenciados para atingir nossos objetivos e metas.

InvestNews  – O Banco Master pretende abrir o capital nos próximos anos?

Daniel Vorcaro – Não descartamos esta possibilidade de ir o mercado. A ideia foi fazer esse turnaround da empesa, esse movimento de virada operacional que aconteceu. Há 3 anos, a instituição precisava de incremento de capital. A gente entrou, tornou ela sólida, mas ela também precisava de virada operacional e foi o que aconteceu. Talvez, o Banco Master esteja hoje no seu melhor momento possível, mas é um momento  inicial dentro dos nossos  planos. Ainda temos planos de crescer bastante e atingir algumas metas do nosso plano de negócios. Após esta fase inicial, a gente não desconsidera ir ao mercado e fazer uma oferta ou trazer um investidor estratégico para ampliar a capacidade da instituição.  Mas, por enquanto, a base societária do banco tem investido, tem entrado com capital próprio, tem crescido o patrimônio, e acho que essa é a tônica para os próximos meses e anos até 2022. E, a partir disso, a gente pode considerar outras opções.

InvestNews – Em meio a um cenário de fintechs e crescimento de usuários de bancos digitais, como se manter sólido e competitivo dentro do mercado?

Daniel Vorcaro – Nossa estratégia é um pouco diferente para atingir os clientes digitais e trazer conta corrente para o banco. Estamos com um viés de ter uma base qualitativa do que de quantidade. Estamos mirando clientes que têm relação com a instituição. Nosso interesse é apresentar nossos produtos e queremos que venham clientes por meio desses produtos que só o Banco Master vai ter. Esse é o nosso grande diferencial, capacidade de originar produtos novos, em nichos específicos, que só o Banco Master tem. O Brasil tem bastante nicho que precisa ser atingido e esses movimentos das fintechs e bancos digitais são muito salutar e muito saudável para o Brasil, que tinha uma estrutura muito concentrada das instituições financeiras. Quem ganha com essa pulverização é o cliente, o consumidor, e abre oportunidades para nós, instituições.

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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