Negócios
‘Achava que sabia de tudo’, diz presidente da Havaianas sobre carreira
Executiva contou que, em 2019, entendeu que o mundo estava mudando e que precisava sair da zona de conforto.
Ana Bógus, presidente da Havaianas (ALPA4) no Brasil, tem 30 anos de carreira. Há algum tempo ela achava que “sabia de tudo”, mas o sentimento caiu por terra em 2019 quando era executiva na Kimberly Clark, empresa onde trabalhou por 10 anos.
“O mundo estava mudando, o que eu sabia não estava mais sendo relevante, isso trouxe um desconforto enorme. E quando você sai desse lugar de conforto, você passa a encontrar 1 milhão de pessoas que sabem mais do que você”, disse a executiva durante palestra na 5ª edição do Fórum CEO, evento realizado pelo Experience Club.
Em outubro de 2019, Ana decidiu mudar sua trajetória profissional e aceitou o convite para se tornar presidente do aplicativo de entrega Rappi, fundado em 2015.
“Saí completamente da minha zona de conforto e aprendi que a transformação digital é muito mais profunda do que qualquer tecnologia ágil que a gente pode querer trazer para uma empresa contemporânea”, disse.
Foi ao longo dessa trajetória por diferentes tipos de negócios, que a executiva afirmou que se encontrou como “liderança facilitadora”, perfil que gera protagonismo e responsabilidade entre as pessoas.
“É o lugar onde você torna o invisível em visível, você traz as pessoas para a conversa, para que elas possam se expor e contribuir, traz a máxima do time, porque quando se é esse tipo de líder você conecta e facilita, traz evolução pessoal e de time”, diz.
Em contrapartida, o “líder expert” se coloca à frente todo o tempo tanto fisicamente como verbalmente, está sempre cheio de conhecimento. “O expert gera silêncio, quantas vezes tem aquele cara que fala e gera um silencio na sala?”
Ida para a Havianas
Durante sua apresentação, Ana disse ainda que durante sua trajetória na Kimberly Clark, o CEO da companhia mencionou que ela reunia três características muito difíceis de serem encontradas numa mesma pessoa: curiosidade, coragem e humildade.
“Quando recebi o convite do CEO da Alpargatas para ser presidente da Havaianas no Brasil, conversei com ele sobre quais eram os valores da marca, e não é que essas três palavras vieram à tona de novo?”
Ana Bógus também falou sobre a virada da Havaianas na comercialização dos produtos, que teve inicio em 1996, quando a marca – que até então oferecia produtos em duas cores – se inspirou na forma como os surfistas, grandes consumidores da marca, passaram a usar as sandálias.
“Eles estouravam a tira, viravam a sola pra cima e faziam uma Havaianas de cor única, quando a gente viu acontecer, falamos: precisamos lançar um produto. Foi uma grande transformação e legitimação do colorido da marca”, explicou a executiva ao mencionar que a linha colorida é a segunda mais vendida até hoje pela companhia.
A executiva também mencionou que mais recentemente a companhia se posicionou como uma marca de lifestyle com a criação de outros produtos, como roupas e acessórios.
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