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Adani, Tata, Reliance e outros conglomerados da Índia vão triplicar investimentos para US$ 800 bilhões

Apenas três grupos, Adani, Reliance Industries e Tata, devem investir US$ 350 bilhões

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Os conglomerados indianos estão prontos para quase triplicar seus investimentos, atingindo cerca de US$ 800 bilhões ao longo dos próximos dez anos, segundo relatório da S&P Global Ratings. A medida visa impulsionar o crescimento ao mesmo tempo em que direciona a economia para um futuro mais sustentável.

Cerca de 40% desses investimentos serão destinados a novos negócios, incluindo hidrogênio verde, energia limpa, semicondutores, veículos elétricos e aviação, conforme apontado pela S&P Global. Os maiores grupos empresariais da Índia, como Adani Group, Reliance Industries e Tata Group, devem investir aproximadamente US$ 350 bilhões nessas áreas, segundo análise conduzida por Neel Gopalakrishnan.

Esses investimentos estão alinhados com a visão de liderança política da Índia, que busca reduzir a dependência de combustíveis fósseis para impulsionar o crescimento econômico. A Índia, terceiro maior emissor de carbono do mundo, precisa de cerca de US$ 12,4 trilhões em investimentos para alcançar a meta de neutralidade de carbono até 2070.

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Outros conglomerados, como os grupos Birla, Mahindra, Hinduja, Bajaj e Murugappa, continuarão focados em suas áreas já estabelecidas, com o objetivo de “ampliar escala e lucratividade”, de acordo com o relatório. Espera-se que entre US$ 400 bilhões e US$ 500 bilhões dos investimentos totais sejam direcionados para os negócios existentes.

Enquanto países como Estados Unidos e Coreia do Sul possuem uma longa tradição de grupos empresariais familiares dominando suas economias locais, conglomerados liderados por figuras como Mukesh Ambani e Gautam Adani, os dois homens mais ricos da Ásia, continuam a exercer enorme influência na Índia. O crescimento desses grupos reflete as prioridades de políticas do governo indiano.

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A S&P Global estima que esses conglomerados devem expandir sua participação de mercado nos próximos anos, garantindo uma vantagem significativa sobre concorrentes focados em um único setor, especialmente em segmentos intensivos em capital.

No entanto, esse caminho de crescimento não está isento de riscos. O relatório aponta que as empresas podem enfrentar riscos de execução e depender fortemente de empréstimos, com incertezas sobre o retorno das novas tecnologias. À medida que os níveis de endividamento aumentam, será essencial que as empresas fortaleçam seus negócios principais para manter suas classificações de crédito. Qualquer desempenho inferior durante a fase de investimento pode impactar as métricas de crédito.

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