Quem é Aliko Dangote, o homem mais rico da África?

Conglomerado liderado pelo homem mais rico da África expande operações em setores estratégicos e planeja investimentos futuros em energia renovável

O título de homem mais rico da África pertence a Aliko Dangote, empresário nigeriano que acumula uma fortuna de US$ 24,4 bilhões (cerca de R$ 134,3 bilhões, em agosto de 2025, segundo a Forbes). Reconhecido também como o homem negro mais rico do mundo, ele está à frente do Dangote Group, um conglomerado que se tornou peça-chave para setores estratégicos do continente, como fertilizantes e petróleo.

Sua aposta mais ousada até agora é a refinaria inaugurada em Lagos, na Nigéria, em 2024 – a maior da África e um marco para a indústria energética global.

Mas, afinal, quem é Aliko Dangote, o homem mais rico da África? Confira a seguir.

Homem mais rico da África

Aos 68 anos, Aliko Dangote comanda um dos maiores conglomerados empresariais do continente africano, com atuação nos setores de cimento, açúcar e energia. O empresário nigeriano, considerado o homem mais rico da África desde pelo menos 2013, construiu seu império mantendo forte conexão com suas raízes culturais e religiosas.

O empresário nasceu em abril de 1957 em Kano, no norte da Nigéria, em uma família muçulmana com tradição comercial. Seu avô materno, Alhaji Sanusi Dantata, foi um dos maiores comerciantes nigerianos da época e exerceu influência determinante em sua formação empresarial.

Dangote demonstrou aptidão para os negócios desde a infância, quando comprava doces em caixas para revender aos colegas de escola. Após concluir sua formação em Administração de Empresas pela Universidade Al-Azhar, no Egito, em 1978, retornou à Nigéria para iniciar sua carreira empresarial com um empréstimo familiar.

Vida pessoal

Na vida pessoal, o bilionário nigeriano mantém discrição. Pai de três filhas e de um filho adotivo, raramente compartilha detalhes sobre sua rotina familiar ou participa de eventos sociais de grande visibilidade. A religiosidade islâmica constitui elemento central em sua vida, influenciando decisões tanto pessoais quanto profissionais.

No ano passado, segundo a BBC, Dangote afirmou ser proprietário de “apenas” duas casas, ambas no estado de Kano, onde nasceu. Quando vai à capital da Nigéria, Abuja, ele fica em um apartamento alugado. O empresário justificou que não expandiu o patrimônio imobiliário para o exterior porque deseja ver seu país natal crescer.

“A razão pela qual não tenho uma casa em Londres ou nos Estados Unidos é apenas porque queria focar na industrialização na Nigéria. Sou muito apaixonado pelo sonho da Nigéria e, além da minha casa em Lagos, tenho outra no meu estado natal, Kano, e uma alugada em Abuja. Se eu tivesse casas por toda parte, na América e no resto do mundo, não seria capaz de me concentrar e construir algo para o meu povo”, afirmou ele, em declarações reproduzidas por reportagem da BBC.

Além das atividades empresariais, Dangote dedica-se à filantropia por meio de sua fundação, que desenvolve projetos nas áreas de saúde, educação e nutrição. Os projetos da Fundação Aliko Dangote são frequentemente realizados em parceria com organizações internacionais, como a Fundação Bill e Melinda Gates.

Em 2015, a revista Time incluiu Aliko Dangote entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, e a Bloomberg o listou entre os 50 indivíduos mais influentes.

O conglomerado de Aliko Dangote

O conglomerado Aliko Dangote iniciou suas atividades em 1977 e hoje opera em diversos segmentos como cimento, açúcar, sal, farinha e energia, empregando milhares de pessoas em vários países africanos. A Dangote Cement é a maior produtora de cimento do continente, com operações em mais de dez nações (leia mais abaixo).

A fábrica de fertilizantes, uma das maiores do mundo, exporta produtos para mercados internacionais, incluindo países da América do Sul e Ásia. Essa expansão fortalece a balança comercial da Nigéria e aumenta a presença global do conglomerado.

Dangote participa regularmente de fóruns econômicos internacionais, em que defende a industrialização africana. O empresário enfatiza que investimentos em infraestrutura são essenciais para o crescimento econômico sustentável no continente.

Diversificação

Para o futuro, o conglomerado planeja diversificar ainda mais suas atividades. Dangote considera ampliar investimentos em energia renovável, explorando o potencial da Nigéria e outros países africanos nos setores solar e eólico. O empresário acredita que a transição energética será determinante para a competitividade industrial africana nos próximos anos.

Dangote quer dobrar produção de cimento na Etiópia

Aliko Dangote anunciou neste ano um plano para reativar uma segunda linha de produção na fábrica de cimento Mugher, na Etiópia. O anúncio ocorreu em feveriero em Adis Abeba, capital etíope. O investimento totaliza US$ 400 milhões.

O projeto visa dobrar a capacidade anual da unidade para 5 milhões de toneladas. A expansão deve entrar em operação nos próximos 30 meses, conforme declarou o empresário.

A fábrica etíope iniciou suas atividades em 2015 e enfrentou diversos problemas desde então. Episódios de violência na região resultaram em depredação de veículos e máquinas por manifestantes. Em 2018, o gerente da Dangote Cement Plc no país e dois funcionários foram assassinados.

“Apesar dos altos e baixos, conseguimos quitar todos os nossos empréstimos e repatriar nossos lucros”, afirmou Dangote em fevereiro deste ano.

O empresário também revelou planos para construir uma nova unidade de moagem de cimento com capacidade de 3 milhões de toneladas anuais.

Refinaria

No setor energético, a refinaria do grupo, inaugurada em 2024, busca reduzir a dependência nigeriana de combustíveis importados, contribuindo para a autossuficiência energética do país.

A Refinaria Aliko Dangote está localizada em Lekki, no estado de Lagos, na Nigéria. Inaugurada em 2024, ela tem a maior capacidade de processamento de petróleo bruto do mundo em uma única unidade, com 650 mil barris por dia, capacidade 50% superior à da Replan, maior unidade da Petrobras, situada em Paulínia (SP), de acordo com a Bloomberg.

A refinaria é um projeto multibilionário, com um investimento de mais de US$ 19 bilhões, e tem como objetivo atender à demanda nigeriana por produtos refinados, além de exportar excedentes.

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