Amazon lança Alexa+ com inteligência artificial mais avançada

Assistente de voz ganha recursos de IA generativa e será gratuita para membros Prime, enquanto outros usuários pagarão US$ 19,99 mensais

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A Amazon lançou nesta quarta-feira (26) a maior atualização da assistente de voz Alexa em seus dez anos de existência. A nova versão incorpora inteligência artificial generativa e será oferecida gratuitamente para assinantes Prime, enquanto os demais usuários pagarão mensalidade de US$ 19,99.

O esforço tem peso significativo para a Amazon. A empresa investiu bilhões de dólares na Alexa desde 2014 para integrar o serviço em diversos dispositivos e impulsionar vendas em seu site de e-commerce.

"A Alexa conhece quase todos os instrumentos da sua vida, sua agenda, sua casa inteligente, suas preferências, os dispositivos que você está usando, as pessoas com quem você está se conectando, o entretenimento que você ama, e usa muitos dos aplicativos que você usa, muitos dos serviços que você precisa", disse Panos Panay, chefe de dispositivos e serviços da Amazon, em um evento de lançamento em Nova York.

O novo serviço se chama Alexa+, seguindo o padrão de nomenclatura premium usado em serviços de tecnologia e streaming.

O Alexa+ é gratuito para membros Amazon Prime e custa US$19,99 por mês para usuários não Prime. O serviço estreou nesta quarta-feira e estará disponível em março para alguns usuários, expandindo gradualmente para mais pessoas.

Panay demonstrou como a Alexa armazena preferências do cliente via prompts. O sistema registra, por exemplo, que um familiar é vegetariano, gosta de comida grega e italiana, mas evita manteiga de amendoim. O dispositivo faz reservas em restaurantes e envia textos ou lembretes programados.

O serviço conecta-se a produtos Amazon, como campainhas Ring, exibindo gravações de câmeras.

A diretora da Alexa, Mara Segal, afirmou que a assistente analisa documentos como contratos de associação de proprietários, informando o que é permitido, como a instalação de painéis solares.

As ações da Amazon subiram cerca de 2%, para US$217,02.

Concorrência da Apple e Google

O evento revelou o projeto secreto "Banyan", focado em tornar a Alexa mais conversacional. A IA generativa aprende com dados e evolui ao longo do tempo.

A Alexa chegou três anos após a Siri da Apple, mas ajudou a popularizar assistentes de voz.

A falta de atualizações relevantes na Alexa reduziu o uso do serviço, especialmente na era da IA.

A Apple integrou recursos de IA chamados Apple Intelligence na Siri, enquanto o Google reformulou seu assistente usando o chatbot Gemini.

A ferramenta é um software por voz presente em produtos como alto-falantes inteligentes. O sistema responde perguntas, toca músicas, configura temporizadores e gerencia automação residencial, permitindo controlar dispositivos conectados por comandos de voz.

O novo serviço Alexa AI responderá a múltiplos comandos em sequência. O sistema atuará como um "agente", executando tarefas para usuários sem intervenção direta. A versão atual processa apenas uma solicitação por vez.

Executivos consideram cobrar US$10 mensais pelo novo serviço, segundo fontes ouvidas pela Reuters. O valor ajudaria a recuperar parte dos investimentos no negócio deficitário. A Amazon não comentou sobre preços.

A empresa registra 500 milhões de dispositivos compatíveis com Alexa em uso. A reformulação representa uma oportunidade de receita significativa para a varejista de Seattle. O projeto também traz riscos financeiros caso não atenda às expectativas.

Daniel Rausch, vice-presidente da Alexa e Echo, reconheceu a contribuição da startup de IA Anthropic para a construção da Alexa+, confirmando uma notícia da Reuters de que o modelo de linguagem Claude, da Anthropic, foi um dos principais responsáveis pelo serviço.

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