Negócios
Americanas diz que comitê independente confirma fraude contábil
Auditoria apontou problemas nas operações de “risco sacado” e VPC, na mesma linha do inquérito da Polícia Federal
A varejista Americanas disse na terça-feira (16) que uma investigação de um comitê independente encontrou uma fraude contábil responsável por inconsistências no balanço patrimonial que levaram a um pedido de recuperação judicial da empresa em janeiro de 2023.
A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre uma suposta fraude contábil de R$ 25,3 bilhões na Americanas, uma das maiores varejistas online e físicas do Brasil.
“As evidências apresentadas pelo comitê confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta Fornecedores, por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como ‘risco sacado’, dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da companhia”, disse a Americanas em um documento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de terça-feira.
LEIA MAIS: Fraude na Americanas era caso de polícia. E virou de fato
A varejista disse que tomará as medidas necessárias para informar as autoridades sobre as conclusões do comitê independente. Ela também disse que “continuará colaborando integralmente com as investigações em curso”.
O ex-presidente-executivo da Americanas, Miguel Gutierrez, um dos principais alvos da investigação policial, foi brevemente preso em Madri no mês passado pela polícia espanhola antes de ser liberado. As autoridades brasileiras estão buscando sua extradição da Espanha, onde ele vive atualmente.
Anna Saicali, ex-executiva da Americanas envolvida na suposta fraude contábil, entregou seu passaporte à polícia, o que a impede de deixar o Brasil por enquanto.
(Reportagem de Luana Maria Benedito)
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