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Com dívida de R$ 43 bi, Americanas pede recuperação e deixará índices da B3
Varejista afirmou que sua posição de caixa é de R$ 800 milhões, dos quais ‘parcela significativa’ está indisponível para movimentação.
A Americanas (AMER3) divulgou um comunicado informando que entrou com um pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19), uma semana após revelar um escândalo contábil de pelo menos R$ 20 bilhões. Após a notícia, a B3 informou que excluiu a varejista de todos os seus índices de referência.
Caso o pedido seja aceito, a Americanas pode se juntar a outras 17 empresas listadas na B3 que hoje estão em recuperação judicial. O pedido foi feito na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.
No comunicado, a varejista informou uma dívida junto aos credores que soma R$ 43 bilhões. “A administração da companhia pretende tomar as providências e adotar os atos necessários à efetivação do pedido de recuperação, em todas as jurisdições nas quais tais medidas sejam necessárias”, informou.
A recuperação judicial é um mecanismo de proteção para empresas em crise financeira “ganharem tempo”para renegociar suas dívidas e pagamentos junto aos credores.
Ações voltam a despencar
Por volta de 16h20, as ações das Americanas (AMER3) registravam queda de 32,18%, cotadas a R$ 1,18. Mais cedo, os papeis foram a leilão por mais de uma vez na bolsa paulista. Na mínima do dia até então (R$ 1,14), o papel chegou a acumular desvalorização de 90% desde o anúncio do rombo.
Antes do anúncio das “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões, no último dia 11, as ações valiam R$ 12.
B3 exclui AMER3 de todos seus índices
Logo após a notícia do pedido, a B3 informou que o papel da varejista, AMER3, será excluído a partir desta sexta-feira (20) de todos os índices acionários aos quais faz parte: IBOV, IGCX, ICO2, ICON, IBXX, IGCT, IGNM, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL e GPTW.
Além disso, a AMER3 segue negociada normalmente, mas passa a ser listada na B3 sob o título de “Recuperação Judicial”.
Segundo a B3, será levando em conta o preço de fechamento após o encerramento do pregão regular de 20/01/2023 e a participação da Americanas será redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira, cuja participação será ajustada.
Acionistas se comprometem com liquidez
De acordo com a varejista, o grupo de acionistas de referência da empresa informou ao presidente do conselho de administração que pretende manter a liquidez da companhia “em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, – americanas.com – , da Ame e suas demais coligadas”.
“A companhia manterá seu esforço na busca por uma solução com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica, além de ser uma relevante pagadora de tributos”, informou no comunicado.
R$ 800 milhões em caixa
A companhia afirmou mais cedo que sua posição de caixa é de R$ 800 milhões, dos quais “parcela significativa” estava “injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem”.
Eduardo Flores se une a comitê
A empresa afirmou nesta quinta-feira que o comitê independente criado para apurar o rombo bilionário já conta com uma substituição de integrante: Eduardo Flores, contador e ex-presidente do conselho fiscal da rival Via, foi nomeado no lugar de Pedro Mello. A Americanas não informou o motivo da troca.
No documento em que ameaçava o pedido de recuperação judicial, a Americanas citava a decisão da Justiça do Rio de Janeiro na quarta-feira que reverteu entendimento anterior que protegia a companhia contra credores por 30 dias. O caso envolveu o BTG Pactual e uma dívida de R$ 1,2 bilhão.
A Americanas afirmou que ia recorrer da decisão da véspera, que segundo a empresa “fere seu esforço na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores”.
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