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Americanas tem prejuízo no 3° tri com queda de vendas e mudança de estratégia

Assim como outras varejistas, empresa foi afetada pela alta de juros. Americanas diz que estoque está preparado para Copa do Mundo, Natal e Black Friday.

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A varejista Americanas (AMER3) teve prejuízo líquido de mais de R$ 200 milhões no terceiro trimestre, diante de queda nas vendas, em especial de eletrônicos, e após adotar estratégia mais conservadora para preservar rentabilidade. O balanço também foi pressionado por alta de juros, que impactou o resultado financeiro.

A Americanas teve prejuízo líquido de R$ 212 milhões de reais de julho ao final de setembro, revertendo lucro de R$ 241 milhões no mesmo período de 2021.

A empresa disse que pesaram nas vendas uma “forte desaceleração” em categorias de preço mais alto, como eletrônicos, e uma decisão estratégica da companhia de ser “menos agressiva comercialmente” para preservar margem bruta em um cenário que a Americanas vê como de baixa demanda e alta competição.

A margem bruta da empresa avançou 0,5 ponto percentual em 12 meses, a 31,9%.

Fruto desses fatores, o resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 21,6%, para R$ 582 milhões, bem abaixo das expectativas de analistas, que esperavam, em média, Ebitda de R$ 728 milhões, segundo dados da Refinitiv.

A receita líquida recuou 13,4% em base anual, para R$ 5,4 bilhões, diante da queda de 8,3% nas vendas totais, o que inclui o marketplace (GMV).

“A indústria subiu fortemente os preços, como reflexo da pressão inflacionária e da taxa de juros elevada, e as famílias brasileiras, endividadas e com poder de compra reduzido, deixaram de comprar itens mais caros”, disse Miguel Gutierrez, presidente da Americanas, no balanço.

No comércio eletrônico, o declínio apurado pela Americanas foi de 14,4% ano a ano, sendo de 31,8% nas vendas de estoque próprio e praticamente estável no marketplace. O varejo físico se destacou e mostrou crescimento de 12,4%.

Lógica invertida

Gutierrez disse que no terceiro trimestre inverteu-se no varejo brasileiro “a lógica de vender em um prazo mais curto que o pagamento de seus fornecedores”.

Segundo ele, essa situação gerou “um desfinanciamento que reflete a redução nas vendas, a renovação do sortimento de itens de cauda longa, o pagamento feito aos fornecedores e a manutenção do programa de antecipação à fornecedores com caixa próprio”.

A relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado subiu de 1 vez no terceiro trimestre do ano passado para 1,7 vez em setembro.

As despesas operacionais da Americanas caíram 1,6%, para R$ 1,6 bilhão, com recuo na linha de despesas com vendas.

A Americanas disse que teve de fazer ajustes em despesas como com pessoal, lojas e marketing “com o objetivo de reprogramar a estrutura da companhia”, acrescentando que esses impactos devem se refletir totalmente apenas no quarto trimestre.

A Americanas informou que tem estoque preparado para a demanda do quarto trimestre, com Copa do Mundo, Natal e Black Friday, e afirmou que no Dia das Crianças cresceu “o dobro do mercado”.

O resultado financeiro da Americanas ficou negativo em R$ 612,6 milhões, mais do que o dobro ante um ano antes, e pesou na última linha do balanço, reflexo da escalada de juros e da estrutura de capital da companhia no trimestre, disse a empresa.

O consumo de caixa da Americanas atingiu R$ 2,1 bilhões no terceiro trimestre.

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