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Após acordo com a Suécia, Embraer vê potencial no mercado dos EUA para C-390
O C-390 foi escolhido por países da Otan como Suécia, Holanda, Portugal, Hungria e República Tcheca para suas frotas
A Embraer não vê a eleição de Donald Trump como um revés para seus esforços de introduzir o avião militar C-390 Millennium nos Estados Unidos, disse à Reuters o chefe da divisão de defesa e segurança da fabricante brasileira de aviões.
A empresa vê os Estados Unidos como um mercado-chave para seu avião de carga militar — juntamente com a Índia, a União Europeia e a Arábia Saudita — e contratou a empresa de consultoria Oliver Wyman para ajudá-la a explorar o mercado de defesa local.
Trump, que sucederá o presidente norte-americano, Joe Biden, em janeiro, tem apresentado ideias protecionistas, incluindo mudanças agressivas nas políticas comerciais dos EUA, como uma tarifa de 10% ou mais sobre todos os produtos importados pelo país.
Mas a Embraer acredita que há uma lacuna na frota militar dos EUA que o C-390 poderia preencher, e espera que o conteúdo local norte-americano e uma possível linha de montagem nos EUA ajudem a convencer a maior economia do mundo sobre os méritos do avião.
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“O KC-390 já é um produto ‘Buy American Act compliant’, ou seja, ele atinge os percentuais de conteúdo americano requisitados”, disse Bosco da Costa Junior, chefe da divisão de defesa e segurança da Embraer, em uma entrevista no domingo.
“A gente vê com bons olhos o segundo mandato do Trump. Acho que a Embraer pode desempenhar um papel super importante em alguns segmentos em que a gente enxerga claramente um gap nos Estados Unidos”, disse. “Nada muda na nossa estratégia em relação aos Estados Unidos.”
Ele observou que a fabricante brasileira de aviões tem um relacionamento de longa data com os EUA, incluindo a venda de jatos comerciais e executivos.
As companhias aéreas de passageiros norte-americanas são grandes compradoras dos jatos regionais da Embraer, e o jato executivo Phenom 300 é a aeronave mais usada no país, com uma fábrica de montagem localizada em Melbourne, Flórida.
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“Os nossos produtos, de forma geral, possuem um conteúdo enorme americano, ou seja, cada avião Embraer vendido gera impostos, gera emprego e gera investimento nos Estados Unidos”, acrescentou Costa.
A divisão de defesa e segurança da Embraer também tem presença no país, que opera seu avião de ataque leve Super Tucano. A empresa tem uma linha de produção para o avião turboélice em Jacksonville, Flórida.
O estabelecimento de uma linha de montagem final do C-390 nos EUA é uma possibilidade, dependendo da evolução das vendas, disse Costa, acrescentando que o objetivo da Embraer não era substituir nenhuma aeronave em operação, mas sim acrescentar capacidades às Forças Armadas dos EUA.
O C-390 poderia ser adequado para o Corpo de Fuzileiros Navais, a Força Aérea e as forças especiais dos Estados Unidos, segundo a Embraer. Uma delegação dos EUA examinou o avião durante um exercício de treinamento multinacional organizado pelo Brasil na semana passada, disse Costa.
O C-390, que foi escolhido por países da Otan como Suécia, Holanda, Portugal, Hungria e República Tcheca para suas frotas, normalmente compete com o avião C-130 Hercules, da Lockheed Martin.
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