Negócios
Apple desiste de aumentar produção do iPhone com demanda menor
A fabricante de eletrônicos suspende os esforços que tinham o objetivo de acelerar a montagem do iPhone 14.
A Apple (AAPL34) decidiu deixar de lado o plano de aumentar a produção de novos modelos do iPhone este ano, pois a expectativa de maior demanda não se concretizou, segundo pessoas a par do assunto.
A fabricante de eletrônicos de Cupertino, Califórnia, disse a fornecedores para suspenderem os esforços que tinham o objetivo de acelerar a montagem da gama de produtos do iPhone 14 em até 6 milhões de unidades no segundo semestre, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Agora, a empresa pretende produzir 90 milhões de aparelhos no período, aproximadamente o mesmo nível de 2021 e de acordo com a previsão original da Apple em meados do ano, segundo as fontes.
A demanda por modelos do iPhone 14 Pro, mais caros, é maior do que para as versões básicas, de acordo com algumas pessoas. Em pelo menos um caso, um fornecedor da Apple começou a deslocar capacidade de produção de iPhones mais baratos para modelos premium, acrescentaram.
Em Taipei, a ação da fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. caiu 2,2%, enquanto o papel da maior fabricante terceirizada de iPhones da Apple, a Hon Hai Precision Industry, recuou 2,9%, em meio a um movimento de venda de ações de fornecedores de eletrônicos. O papel da ASML, fabricante de equipamentos avançados para fabricação de chips, perdia 3,2% na Bolsa de Amsterdã.
A Apple atualizou as projeções de vendas nas semanas que antecederam o lançamento do iPhone 14 e alguns de seus fornecedores começaram a se preparar para um aumento de 7% nos pedidos.
Um porta-voz da Apple não quis comentar.
A China, maior mercado de smartphones do mundo, enfrenta uma desaceleração da atividade econômica, que atingiu fabricantes domésticos de dispositivos móveis e também afetou as vendas do iPhone. As compras da série do iPhone 14 nos primeiros três dias de disponibilidade na China caíram 11% em relação ao modelo anterior em 2021, de acordo com nota da Jefferies na segunda-feira.
A demanda global por eletrônicos de uso pessoal também esfria em meio ao avanço da inflação, temores de recessão e instabilidade devido à guerra na Ucrânia. O mercado de smartphones deve encolher 6,5% este ano, para 1,27 bilhão de unidades, de acordo com dados do rastreador de mercado IDC.
“As restrições de oferta que atingiam o mercado desde o ano passado diminuíram, e a indústria migrou para um mercado com demanda restrita”, disse Nabila Popal, diretora de pesquisa da IDC. “Os altos estoques nos canais e baixa demanda sem sinais de recuperação imediata fizeram os OEMs entrarem em pânico e cortarem drasticamente seus pedidos para 2022”, disse em referência à sigla em inglês para fabricantes de equipamento original.