Quando a Apple lançou o iPhone X em 2017, a empresa fez mais do que inaugurar o reconhecimento facial e uma tela elegante. A companhia também ajudou a estabelecer uma nova categoria: o smartphone de US$ 1.000 (cerca de R$ 5.500).
Nos oito anos seguintes, esse preço praticamente não mudou. Apesar da inflação e de um fluxo constante de atualizações tecnológicas, o iPhone 17 Pro agora começa em US$ 1.099 (R$ 6.050) — apenas US$ 100 (R$ 550) a mais. O iPhone básico da Apple custa US$ 799 (R$ 4.400), também apenas US$ 100 acima do modelo comparável de 2017.
Antes da estreia do iPhone 17 desta semana, alguns analistas previram grandes aumentos de preços — especialmente com as tarifas do presidente dos EUA Donald Trump sobre as importações chinesas. No entanto, as mudanças da Apple foram comedidas. Os modelos Pro subiram de US$ 999 (R$ 5.500) para US$ 1.099 R$ 6.050), mas a Apple suavizou o impacto ao dobrar a capacidade de armazenamento básico para 256 gigabytes.
O novo iPhone Air, que substitui o iPhone 16 Plus, também aumentou US$ 100, para US$ 999 (R$ 5.500). Depois que os consumidores se prepararam para o choque causado pelas tarifas — com alguns até correndo para as lojas neste ano para evitar possíveis taxas — os ajustes foram modestos.
Novos preços da Apple
Mas essa contenção nos preços não vai durar para sempre. É improvável que a Apple absorva os custos das tarifas indefinidamente, e transferir a produção do iPhone da China para a Índia não eliminará o problema do aumento dos custos. A empresa já começou a sinalizar o que vem por aí: a era do iPhone de US$ 2.000 (cerca de R$ 11.000).
O iPhone 17 Pro Max deste ano apresenta uma opção de armazenamento de 2 terabytes, com preço de US$ 1.999 (R$ 10.995). É a primeira vez que um iPhone atinge este patamar de preço de quase US$ 2.000. E a Apple não definiria esse preço a menos que acreditasse que uma parcela significativa de sua base de clientes estivesse disposta a pagar.
A trajetória é clara.
O primeiro iPhone dobrável da Apple está previsto para chegar no próximo ano com recursos que rivalizam com os da Samsung e com os do Google. Esses modelos agora são vendidos por US$ 1.799 (R$ 9.900) a US$ 2.419 (R$ 13.300), dependendo da configuração.
Considerando que o iPhone Air de tela única custa US$ 999 e compartilhará muitos componentes com o futuro dobrável, este modelo provavelmente custará pelo menos o dobro — antes que atualizações de armazenamento, capas e acessórios elevem o preço.
O CEO da Apple, Tim Cook, já disse a analistas que acredita que os consumidores do iPhone estão preparados para abrir suas carteiras.
“As pessoas estão realmente dispostas a se esforçar para conseguir o melhor que podem pagar nessa categoria”, disse Cook em uma teleconferência de resultados de 2023, observando que o iPhone se tornou “integrante” da vida das pessoas. Os consumidores agora usam o dispositivo para fazer pagamentos, controlar eletrodomésticos inteligentes, gerenciar sua saúde e armazenar dados bancários, afirmou.
Olhando mais adiante, a Apple já está desenvolvendo um “iPhone 20” para comemorar o 20º aniversário da linha, uma reformulação que se espera ser tão radical quanto o iPhone X foi em sua época. Assim como esse modelo estabeleceu o padrão de US$ 1.000, o iPhone 20 pode preparar o terreno para um novo normal muito mais caro.