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Aquisição da Amil por Seripieri pode ser ‘divisor de águas’, aponta XP
Segundo os analistas Rafael Barros e Raphael Elage, nova direção da Amil deve buscar ganhos de eficiência dado o alto endividamento assumido com a aquisição.
Analistas da XP enxergam a aquisição da operadora Amil por José Seripieri Filho como um divisor de águas para o setor de saúde. Aprovado pelo Cade – mas não ainda pela Agência Nacional de Saúde – o negócio tende a levar racionalidade ao ambiente competitivo, segundo Rafael Barros e Raphael Elage, com Hapvida sendo uma das mais beneficiadas. No entanto, as ações HAPV3 negociam em leve baixa de 1,1% nesta quarta-feira (17).
A Amil é a terceira maior operadora de saúde do Brasil, com uma operação diversificada que concorre tanto com operadoras verticalizadas, como Hapvida, quanto fontes pagadoras credenciadas, como o Bradesco. Mas os analistas esperam que o passo dado busque ganhos de eficiência, dado o grande endividamento que deverá ser assumido com a aquisição.
“Esperamos que a mudança de controle traga mais racionalidade aos preços praticados no mercado, dado que, em nossa opinião, a Amil tem sido muito agressiva em relação à precificação ultimamente“
Rafael Barros e Raphael Elage, da XP.
Os analistas apontam que a empresa precificou agressivamente seus produtos a fim de capturar mais beneficiários e, consequentemente, impactar a competitividade do mercado.
“Esperamos que isso mude no curto e médio prazo, beneficiando marginalmente as operadoras de baixo custo, especialmente a Hapvida”.
O apontamento da XP é devido o fato de a Amil vir de um histórico de perda de fatia no mercado, já que recuou de 9,1%, em 2015, para 6,2% hoje. O que levou a operadora a baixar os preços para aumentar a sua base de clientes (3,2 milhões) e uso dos seus 31 hospitais.
Ainda assim, é esperado que a Amil volte aos trilhos e que a racionalidade de preços retorne a fim de a estratégia de baixo preço não prejudicar a rentabilidade a médio prazo, em especial, quando aumentar a demanda.
A questão é que a operação da Amil é tida como altamente complexa e o nível de sinistralidade da operadora é de aproximadamente 100%, o que pode ser fruto da sua carteira individual – “que conhecidamente não é lucrativa’, observam.
Ainda assim, a mudança de mãos da UnitedHealth para Seripieri é bem vista dado o empresário ser considerado experiente e com longa trajetória no setor. Ele foi o fundador e ex-presidente da operadora de saúde Qualicorp.
“Nós o vemos como bem capacitado para expandir um negócio, o que foi comprovado pela sua atuação na Qualicorp”.
Porém, na Amil, o executivo terá que encontrar formas de trazer eficiência rapidamente, dado que a aquisição de R$ 11bilhões será paga com R$ 2 bi mais o financiamento de R$ 9 bi.
Seripieri venceu a disputa pelo controle da companhia superando Nelson Tanure, o fundo Bain Capital, a família Godoy Bueno, a Coruja Capital, Márcio Schettini, e a Advent.
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