Negócios
Ações da Azul disparam após empresa garantir acordo para reduzir endividamento
Ao todo, aporte de US$ 400 milhões deve acontecer até o fim do ano
A Azul chegou a um acordo com detentores de títulos de dívida para obter financiamento adicional, informou a companhia aérea nesta segunda-feira (28), como parte de uma reestruturação que espera ser capaz de aliviar preocupações de investidores sobre sua situação financeira. Após o anúncio, as ações da empresa na bolsa brasileiras chegaram a acumular alta de 14% no dia, a R$ 6,11.
O capital novo foi uma condição do recente acordo da Azul com os arrendadores para se desfazer de quase US$ 500 milhões em dívidas em troca de uma participação acionária. Esse acordo foi considerado por analistas como fundamental para fortalecer a posição de caixa da companhia aérea.
De acordo com o acordo com os detentores de títulos, a companhia aérea receberá US$ 150 milhões nesta semana e outros US$ 250 milhões até o final do ano, totalizando os US$ 400 milhões que vinha tentando levantar.
O acordo, acrescentou a Azul, pode incluir outros US$ 100 milhões de dólares em financiamento e uma possível troca de dívida por ações no valor de até US$ 800 milhões, caso a empresa consiga melhorar ainda mais seu fluxo de caixa e reduzir seus custos em cerca de US$ 100 milhões por ano.
LEIA MAIS: Para fugir de turbulência financeira, Boeing recorre a US$ 19 bi de investidores em follow-on
“Isso permitirá uma rápida desalavancagem da Azul”, disse o presidente-executivo da companhia aérea, John Rodgerson.
A Reuters informou na semana passada, citando fontes, que a Azul estava em negociações com várias partes para levantar cerca de US$ 400 milhões de dólares em capital novo por meio de financiamento de dívida e que um acordo estava próximo.
Mercado reage com otimismo ao anúncio
Apesar do avanço de 16% no dia, os papéis da Azul ainda têm desempenho abaixo dos seus pares, com desvalorização de 63% no ano.
Para Ygor Araujo, da Genial Investimentos: “Foi um acordo fundamental para que eles finalizassem esses passivos que restaram da pandemia”, que destacou a queda nos preços de petróleo como um dos fatores que contribuiu para a valorização das ações.
A Azul, que é uma das maiores companhias aéreas da América Latina, estava lutando para reforçar seu balanço patrimonial e lidar com o impacto de um real brasileiro fraco, apesar de ter renegociado com os credores e realizado uma troca de dívida que adiou os vencimentos.
“O anúncio marca mais uma etapa concluída para a Azul abordar a questão da liquidez e da estrutura de capital e, quando concluída, analisaremos como será a estrutura de capital resultante para ver se há uma melhora no perfil de crédito”, disse Carolina Chimenti, analista da Moody Ratings.
*Com informações da Reuters e da Bloomberg
Veja também
- A ascensão do C-390: como o cargueiro militar se tornou uma grande cartada da Embraer
- Boeing começa a emitir avisos de demissão para trabalhadores
- Após acordo com a Suécia, Embraer vê potencial no mercado dos EUA para C-390
- Trabalhadores da Boeing aceitam proposta, e greve nos EUA chega ao fim
- Brasil atrai Shell e Mubadala com combustível limpo de aviação