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Balanços das big techs marcam semana decisiva para o mercado financeiro dos EUA

Na quarta e quinta-feira, cinco empresas que representam cerca de 25% do índice S&P 500 — Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Apple — divulgarão seus balanços

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Dois dias desta semana provavelmente ditarão a direção do mercado de ações dos Estados Unidos até o fim do ano.

Na quarta e quinta-feira, cinco empresas que representam cerca de 25% do índice S&P 500 — Microsoft, Alphabet, Meta Platforms, Amazon e Apple — divulgarão seus balanços.

Além de uma visão geral dos negócios, que vão da computação em nuvem e comércio eletrônico a dispositivos eletrônicos e publicidade digital, os investidores estarão focados nas perspectivas das empresas para o desenvolvimento da inteligência artificial.

Os gastos com IA impulsionaram o mercado de alta nos últimos três anos, mas as crescentes dúvidas sobre quando as empresas verão retornos desses investimentos ameaçam diminuir o entusiasmo.

Esta semana “pode determinar se o rali continua ou se faz uma pausa”, disse Talley Leger, estrategista-chefe de mercado do Wealth Consulting Group, com US$ 5 bilhões em ativos sob gestão.

Balanços fortes

Até agora, a temporada de resultados teve um início forte.

Os resultados de mais de um quarto das empresas do S&P 500 já foram divulgados e cerca de 85% dessas empresas superaram as estimativas de Wall Street, o melhor desempenho em quatro anos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.

Esse desempenho ajudou a acalmar as preocupações sobre um agravamento das tensões comerciais entre EUA e China e os riscos de crédito no sistema bancário. E alimenta uma recuperação do S&P 500, que está levando o índice de referência de volta a máximas recordes após uma venda no início de outubro, que desencadeou a pior semana do indicador em quase cinco meses. As chamadas 7 Magníficas, que incluem as cinco empresas que vão divulgar os balanços nesta semana, bem como a Nvidia e a Tesla, respondem por quase metade do avanço de 15% do S&P 500 neste ano.

Para sustentar os ganhos, no entanto, os investidores buscam garantias das gigantes da tecnologia de que o fluxo de dezenas de bilhões de dólares para infraestrutura de computação continuará — e, em última análise, renderá frutos no futuro.

A Microsoft, Alphabet, Amazon e Meta devem projetar um total combinado de US$ 360 bilhões em investimentos de capital nos atuais anos fiscais, grande parte relacionada à IA. A expectativa é que esses gastos saltem para quase US$ 420 bilhões no próximo ano, de acordo com estimativas de analistas, compiladas pela Bloomberg.

Os investimentos em IA das grandes empresas de tecnologia impulsionaram ações de diversos setores neste ano, desde fabricantes de semicondutores e empresas de redes até o setor de serviços públicos essenciais. A Nvidia, a empresa mais valiosa do mundo e uma das mais beneficiadas pelos investimentos, deve divulgar seu balanço em 19 de novembro.

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Sinais positivos

Até o momento, o crescimento da receita com serviços relacionados à IA é mais evidente nos negócios de computação em nuvem da Amazon, Microsoft e Alphabet, o que torna essas unidades um ponto focal dos resultados financeiros.

A Meta também afirmou que seus investimentos em IA melhoraram a segmentação de anúncios e o engajamento em suas unidades de mídia social.

Os gastos, no entanto, superam em muito a receita que essas empresas estão gerando com a IA. Mas os investidores deram a elas o benefício da dúvida, com apostas em ações de big techs neste ano, na expectativa de que os gastos lhes permitirão dominar, à medida que a tecnologia prolifera e surgem novos casos de uso de IA.

Ainda assim, os altos gastos de capital ameaçam corroer um dos atributos mais valiosos do grupo: o forte crescimento dos lucros.

As 7 Magníficas deverão apresentar um crescimento de lucro de 14% no terceiro trimestre, abaixo dos 27% do segundo trimestre, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence . Isso é quase o dobro do crescimento de lucro esperado de 8% para o S&P 500, mas também seria o ritmo mais lento para o grupo desde o primeiro trimestre de 2023.

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