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Benja: ‘Em tudo que eu faço na vida, sou arrojado. Mas com grana, aí não’
Em entrevista ao Zoomkerman, o apresentador conta que ter ficado sem dinheiro o tornou conservador na hora de lidar com as finanças.
Quem vê o apresentador Benja fazendo comentários despojados nos programas de esporte que participa não imagina que, quando o assunto é dinheiro, ele prefere deixar a ousadia totalmente de lado. E ele explica o motivo: “Como eu já quebrei, sei a dureza que é ficar sem nada.”
A “quebradeira” de Benja é história antiga, bem distante do patamar de carreira em que ele se encontra hoje. Mas, mesmo depois de virar o jogo, ele conta como isso o marcou. “Comecei a trabalhar lá pelos 15 anos, fui abrir meu negócio lá no Bom Retiro, uma confecção”, conta ele, mencionando um bairro de São Paulo conhecido pelo grande número de confecções.
O negócio deu errado e Benja se viu numa situação bastante delicada. “Eu estava muito mal de grana, numa situação ruim em que tudo que eu fazia dava errado, estava devendo dinheiro pra muita gente, bancos, cheques protestados. Perdi tudo.”
A situação começou a dar sinais de que ia melhorar quando Benja, que em meio às dificuldades escolheu estudar economia, recebeu um convite para trabalhar em uma empresa de vale refeição. “Eles me chamaram: ‘quer vir trabalhar com a gente?’. E eu: ‘pelo amor de Deus!’”, conta.
“Lá eu comecei a me organizar na vida. Quando eu ganhava minha grana, a cada mês eu ia nos cartórios e fui pagando as dívidas. Demorou, porque eu devia muito e não tinha condição de pagar de uma vez”, conta Benja.
Hoje, em uma situação bem diferente, o comunicador conta que a experiência do passado fez com que ele se tornasse bastante conservador na forma como lida com seu dinheiro. “Em tudo que eu faço na vida, sou arrojado. Mas, na hora de cuidar da grana, aí não”, diz. “Posso até diversificar, mas sempre com a menor taxa de risco possível.”
Parece que o jogo virou, não é mesmo?
De uma maneira que classifica como inesperada, Benja foi parar no jornalismo esportivo. Começou escrevendo colunas em um site, até que buscou uma oportunidade em um jornal conhecido do meio. “Imprimi minhas colunas, botei em umas pastinhas pretas de plástico. Fui até o ‘Lance’, bati na porta sem conhecer ninguém e pedi para falar com o editor”, lembra ele. “Ele me deu a contracapa.”
Como comunicador, Benja tem passagem por diversas emissoras, e fez da irreverência uma marca para se destacar no meio. “Eu faço programas que eu gostaria de estar assistindo. É zoeira, irreverência, polêmica, quebra-pau.”