Braskem busca renovação de linha de crédito de US$ 1 bi, diz fonte

Linha de crédito rotativo sem garantia expira no final de 2026

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A Braskem iniciou negociações com um sindicato de bancos para renovar uma linha de crédito rotativo sem garantia no valor de US$ 1 bilhão que expira no final do próximo ano, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

A gigante petroquímica brasileira, que está em dificuldades, tenta negociar o acordo sem precisar incluir garantias, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada. A linha de crédito rotativo internacional foi contratada em 2021 com um sindicato de 11 bancos globais, segundo comunicado ao mercado.

A Braskem não comenta.

O ano de 2025 tem sido difícil para a empresa nos mercados de dívida por conta da fraca demanda e o excesso de oferta na indústria petroquímica, além das consequências contínuas de um desastre ambiental que lhe custou seu grau de investimento. Mais recentemente, a potencial aquisição pelo investidor Nelson Tanure gerou temores de uma reestruturação.

Os títulos da empresa ampliaram as perdas após reuniões com investidores na semana passada em Londres, que pouco fizeram para restaurar a confiança, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. O yield dos títulos em dólar com vencimento em 2033 subiam para mais de 18% às 17h04 em São Paulo, com a dívida caindo até 10,7 centavos de dólar na quarta-feira, antes de reduzir a queda.

Assim, mesmo com o aumento do apetite dos investidores por títulos de renda fixa de mercados emergentes, os títulos em dólar da Braskem representaram uma perda média de 28% em 2025, segundo a Bloomberg. Um indicador para empresas de mercados emergentes valorizou 7,2% no mesmo período.

A S&P Global Ratings rebaixou na semana passada a nota da Braskem de BB- para B+, com perspectiva negativa, afirmando que as medidas que a empresa estava tomando para melhorar sua lucratividade e liquidez podem não ser suficientes para mitigar sua queima de caixa nos próximos trimestres. A Moody’s e a Fitch Ratings já haviam rebaixado a dívida da empresa após resultados “desanimadores” do segundo trimestre mostrarem queima de caixa persistente e níveis de dívida crescentes.

A Braskem consumiu R$ 1,45 bilhão no segundo trimestre, deixando-a com cerca de US$ 1,7 bilhão em caixa — cerca de US$ 1,1 bilhão a menos que nos 12 meses anteriores. Isso reduziu a cobertura da dívida da empresa para 30 meses, menos da metade dos 61 meses reportados no ano anterior. Os números não levam em consideração a linha de crédito rotativo de US$ 1 bilhão que a empresa está tentando renovar.

Carolina Chimenti, analista da Moody’s, afirmou no mês passado que a impossibilidade de renovar o crédito rotativo seria um “motivo de preocupação”.

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