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Carrefour Brasil tem alta discreta no lucro do 2º tri, BIG pesa

Lucro líquido ajustado da empresa atribuído ao acionista controlador foi de R$ 600 milhões, alta de 1,3% ante o mesmo período de 2021.

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O Carrefour Brasil (CRFB3) teve leve alta no lucro do segundo trimestre, diante de alta dois dígitos nas vendas do varejo e do atacarejo, no primeiro resultado após a aquisição do Grupo BIG.

O lucro líquido ajustado da empresa atribuído ao acionista controlador foi de R$ 600 milhões no segundo trimestre, alta de 1,3% ante o mesmo período de 2021.

Os números, que incluem as operações do Grupo BIG, adquirido em junho, abrem a temporada de balanços de empresas listadas para o varejo alimentar, com os investidores de olho nos efeitos da inflação e da alta da taxa de juros nos negócios do setor.

Os principais concorrentes do Carrefour Brasil listados em bolsa, o atacarejo Assaí e o GPA, dono da bandeira Pão de Açúcar, divulgam resultados na quarta-feira.

O resultado operacional do Carrefour Brasil medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,71 bilhão nos três meses encerrados em junho, avanço de 24,5% na comparação anual.

“Resultado foi muito forte e estamos realmente bem satisfeitos com o trimestre”, disse David Murciano, diretor de finanças e relações com investidores do Carrefour Brasil a jornalistas.

A margem Ebitda ajustada, entretanto, caiu a 7,1%, de 7,8% anteriormente – sem o BIG, seria de 7,3%, segundo Murciano. No Atacadão caiu 0,2 pontos percentuais e no varejo 0,7 pontos.

“Ficamos satisfeitos com o nível de rentabilidade do Atacadão, temos que melhorar do Carrefour”, disse o executivo, destacando uma inversão pontual de preços e foco da companhia no longo prazo.

As vendas brutas do grupo somaram R$ 26,5 bilhões no trimestre, aumento de 35,6% em relação ao ano anterior.

O faturamento foi impulsionado pelo crescimento de 29,4% da divisão de atacarejo Atacadão, enquanto a unidade de varejo viu crescimento de 15,2%, ou 18,3% se contabilizados apenas o segmento alimentar.

Excluindo as vendas do BIG, o aumento consolidado nas vendas do Carrefour Brasil foi de 25,5% ou 20,1% na base mesmas lojas e que não considera gasolina. Murciano espera efeito positivo nas vendas por conta da elevação até o final do ano do Auxílio Brasil para R$ 600, mas não deu detalhes.

Na operação online, o GMV (volume de vendas brutas) ficou em R$ 1,5 bilhão no segundo trimestre, alta de 101,9%, com destaque para o segmento alimentar, disse o Carrefour em comunicado.

No Banco Carrefour, a inadimplência acima de 30 dais foi a 17,4%, contra 17,1% no primeiro trimestre e 14,7% nos três meses finais de 2021, o que Murciano considera como um sinal de desaceleração. O Carrefour Brasil pagou R$ 7,5 bilhões pelo Grupo BIG, e projeta ganho de R$ 2 bilhões de Ebitda ajustado anualmente durante os três anos que sucedem o fechamento do negócio.

A integração do BIG vai demorar cerca de um ano e meio, devendo ser concluída no início de 2024, disseram executivos do Carrefour Brasil em junho. Cerca de um terço das lojas (122) devem ser convertidas, com investimentos e gastos estimados em R$ 2,1 bilhões.

O Carrefour Brasil disse nesta terça-feira que 16 obras já estão em andamento e que parte das sinergias esperadas para 2022 já foram implementadas, com parte das economias esperadas com despesas gerais e administrativas reconhecidas em junho.

As despesas com vendas, gerais e administrativas do Carrefour Brasil cresceram 28% no segundo trimestre, para R$ 2,9 bilhões. Murciano afirmou que a alta dos custos deveu-se à transformação de lojas do BIG, ao aumento da inflação e a própria expansão do Atacadão.

Ainda assim, o percentual dos custos em relação às vendas líquidas, caiu a 12%, contra 12,7%.

Em relatório na segunda-feira, analistas do JPMorgan disseram que as influências de médio prazo da integração com o BIG são positivas, mas que até a sua implementação completa os resultados do Carrefour Brasil devem mostrar volatilidade.

O Carrefour Brasil ainda anunciou em junho a chegada de diversos executivos do controlador francês Carrefour ao seu conselho de administração, em uma tentativa de adicionar “a expertise” do alto comando do grupo global nas decisões da unidade brasileira.

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