CCR confirma contratação de 4 bancos para vender seus ativos, mas nega negociações em andamento

Empresa contratou Itaú Unibanco, Lazard, Goldman Sachs e BTG Pactual como assessores financeiros em potencias acordos

A CCR informou nesta quinta-feira (13) que contratou Itaú Unibanco, Lazard, Goldman Sachs e BTG Pactual como assessores financeiros em potencias acordos envolvendo seus ativos aeroportuários e de mobilidade.

Em comunicado ao mercado, a companhia acrescentou que, apesar de tais contratações, não há qualquer negociação sobre esses potenciais movimentos ocorrendo no momento.

Nesta semana, o InvestNews mostrou o cardápio de ativos que a empresa quer vender.

A onda de venda de ativos da CCR deverá começar pelos aeroportos, com acordo previsto para o fim do ano. A empresa tem 17 operações no Brasil e outras três em Equador, Costa Rica e Curaçao, com um fluxo total de 43 milhões de passageiros por ano. As unidades de fora do Brasil representam mais de 60% dos lucros da unidade aeroportuária.

Além disso, estão trabalhando para vender participações minoritárias em ativos de mobilidade, incluindo metrôs, redes ferroviárias e balsas, com um acordo previsto para ser fechado até 2026, acrescentaram as fontes.

Pelo menos seis empresas estão interessadas nos ativos, disseram as fontes.

Dívidas

A CCR é uma gigante de mobilidade que reúne mais de 30 ativos de infraestrutura, entre rodovias, trens urbanos e aeroportos. Somente em estradas, são 3.615 km administrados em cinco Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina).

A renovação da Dutra pôs fim a um forte ciclo de investimentos iniciado em 2018 e que durou quase três anos. Nesse período, a empresa arrematou 20 novos ativos entre rodovias, aeroportos e trens e viu seu endividamento líquido saltar 77,2% no período, de R$ 11,8 bilhões no fim de 2017 para R$ 20,9 bilhões no fechamento de 2021.

Hoje, a dívida líquida está em R$ 24,9 bilhões, embora a alavancagem (proporção da dívida líquida em relação ao lucro operacional/Ebitda) esteja em torno de 3 vezes, número ainda considerado saudável pela empresa. O teto imposto pela companhia para esse indicador é de 3,5 vezes.

Ainda assim, a escalada da dívida deflagrou uma série de mudanças na CCR. Com a virada dos juros a partir de 2021 – a Selic subiu de 2% até 13,75% ao ano – as empresas de capital intensivo voltaram-se para dentro de casa para priorizar a gestão do passivo.

A empresa hoje

Mais de 70% dos lucros da CCR vêm das operações de rodovias com pedágio. A CCR decidiu focar nos principais centros urbanos do Brasil — onde já tem 35% de participação no mercado de rodovias — em vez de outros países da América Latina. A mobilidade urbana continuará entre as prioridades da empresa.

O processo de venda ainda está sendo preparado, em estágio inicial. A empresa ainda não concordou com um modelo final para a transação, mas a opção preferida é vender toda a plataforma de operações aeroportuárias, disse uma das pessoas.

As ações da CCR subiram 12% até agora neste ano, à medida que a empresa acelera seus esforços de venda de ativos, enquanto o índice Bovespa teve alta de apenas 2,5% no mesmo período. As ações caíram 28% no ano passado — ficando atrás do Ibovespa em quase 18 pontos percentuais.

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*Com informações da Bloomberg e Rikardy Tooge.

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