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CEO renuncia em momento ruim para a CVC, dizem analistas; ação recua 4,6%

Empresa anunciou na véspera que Leonel de Andrade apresentou carta de renúncia para se dedicar a assuntos pessoais.

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O pedido de renúncia ao cargo do então diretor-presidente e de diretor-financeiro e de Relações com Investidores da CVC Corp (CVCB3), Leonel Dias de Andrade Neto, ocorre em um momento ruim para a companhia, segundo avaliação de analistas. Repercutindo o saída do CEO do grupo de viagens, o papel a empresa teve dia de queda na bolsa de valores.

A ação da CVC encerrou o pregão desta quinta-feira (25) com perda de 4,63%, negociada a R$ 2,68, depois de chegar a cair mais 7% no decorrer do dia. Em 2023, a ação CVCB3 acumula queda superior a 40%. Em 12 meses, as perdas superam 75%.

Leonel de Andrade. Crédito: CVC/Divulgação

Em fato relevante na noite de quarta-feira, a CVC Corp informou que Andrade apresentou sua carta de renúncia para se dedicar a assuntos pessoais. Andrade estava no comando do grupo de viagens há três anos.

Para Heitor Martins, especialista em renda variável na Nexgen Capital, Andrade renunciou em um momento muito ruim para a companhia, uma vez que CVC estava passando por um processo de reestruturação tanto na parte operacional, tentando se adaptar às novas condições de turismo, quanto na parte de estrutura de capital da empresa, com renegociação de algumas dívidas da empresa e estudo de proposta de emissão de ações.

“Essa saída do CEO vai deixar uma brecha na organização. E é natural imaginar que a empresa vai buscar um novo CEO e CFO com o mesmo perfil, para levar a companhia nesse caminho de reorganização tanto operacional quanto de capital”

Para Heitor Martins, especialista em renda variável na Nexgen Capital

Em relatório, o analista Mateus Haag, da Genial Investimentos, avaliou que a CVC está em uma situação operacional e financeira difícil e que a saída do CEO sem um plano claro de transição deve dificultar ainda mais a recuperação da companhia.

“A CVC vem apresentando resultados fracos nos últimos anos em função de diversos fatores, sendo os principais deles o fechamento da Avianca (um dos principais “fornecedores” da CVC na época) e a pandemia. Desde 2020, a empresa vem acumulando prejuízos e viu sua dívida crescer, forçando renegociações com os bancos credores que incluem um plano de oferta de ações que deve ser concluído ainda em 2023”, destaca Haag.

Próximos passos

A CVC informou que o conselho de administração da companhia já iniciou o processo de sucessão e que está encarregado, com a assessoria do comitê de pessoas e sustentabilidade, de escolher e eleger novos diretores no menor prazo possível.

“Até lá, de forma a assegurar a continuidade das operações da companhia, o conselho de administração criou um Comitê de Transição, que será liderado pelo conselheiro Sandoval Martins, cujas atividades se iniciam a partir de amanhã”, disse a empresa no documento.

Ainda de acordo com a CVC, durante esse período, Eliane Silveira Lapa vai acumular o cargo de diretora de governança corporativa e compliance com o de diretora de relações com investidores.

Leonel Andrade disse em comunicado à imprensa divulgado pela companhia na quarta-feira que “foram três anos intensos, de muita dedicação e muitos negócios”. “Me apaixonei pela CVC Corp e a nossa gente. Me orgulho de ter liderado o melhor time de profissionais do turismo e ter contribuído para tornar a companhia mais sólida, sustentável e com uma forte cultura de governança”.

Empresa sem CFO

No dia 25 de abril, a CVC informou que Marcelo Kopel apresentou sua carta de
renúncia ao cargo de diretor financeiro e de relações com investidores. Kopel deixou a empresa em 29 de abril de 2023.

À época, em comunicado ao mercado, a companhia informou que Leonel Andrade acumularia o cargo de forma interina até que um substituto fosse nomeado.

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