O governo dos Estados Unidos divulgou neste sábado (1) um informativo com detalhes do acordo comercial firmado no início da semana entre o presidente Donald Trump e o líder chinês, Xi Jinping, que busca aliviar as tensões entre as duas maiores economias do mundo.
Pelo acordo, a China emitirá licenças gerais válidas para exportações de terras raras, gálio, germânio, antimônio e grafite. Na prática, equivale à remoção dos controles impostos por Pequim em abril de 2025 e outubro de 2022.
Washington, por sua vez, suspenderá por mais um ano parte das chamadas tarifas “recíprocas” impostas por Trump sobre produtos chineses e interromperá os planos de aplicar uma tarifa de 100% sobre exportações chinesas para os EUA, que estava prevista para novembro.
A cúpula histórica entre Trump e Xi – o primeiro encontro presencial dos líderes desde o início do segundo mandato do presidente americano – estabilizou temporariamente as relações após uma escalada na disputa comercial que abalou os mercados e alimentou temores de uma recessão global. Pequim vinha usando sua posição dominante no processamento de minerais de terras raras como instrumento de pressão.
Os EUA também concordaram em reduzir pela metade uma tarifa relacionada ao fentanil, de 20% para 10%, enquanto a China retomará as compras de soja e outros produtos agrícolas americanos.
Washington informou que Pequim comprará 12 milhões de toneladas de soja na atual safra e, no mínimo, 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos. Trump afirmou na sexta-feira (31) que pretende eliminar totalmente a tarifa vinculada ao fentanil caso a China continue reprimindo as exportações da droga e dos outros químicos usados em sua produção.
“Assim que virmos isso acontecer, eliminaremos os outros 10%”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One na sexta-feira.
Embora o acordo tenha reduzido as tensões, ele pode representar apenas uma trégua temporária em uma disputa comercial prolongada, já que as medidas têm validade de apenas um ano. E, apesar de abordar alguns pontos-chave, com concessões relevantes de ambos os lados, o pacto não resolve de forma abrangente as questões centrais da disputa comercial entre EUA e China, nem outros focos geopolíticos, como Taiwan e a guerra da Rússia e Ucrânia.
Trump também aprovou um plano que prevê a compra, por um consórcio americano, das operações da ByteDance nos EUA, controladora do aplicativo TikTok. A venda ainda aguarda aprovação formal de Pequim. O presidente americano afirmou ainda que haverá cooperação no setor de energia, dizendo que a China concordou em comprar petróleo e gás do Alasca.