A Anglo American e a estatal chilena Codelco finalizaram um acordo para operar conjuntamente suas minas de cobre, que são vizinhas no Chile. O negócio deve gerar pelo menos US$5 bilhões com o aumento da produção e a redução de custos, informaram as empresas.
O plano reunirá operações na mina Andina, da Codelco, e na mina Los Bronces, da Anglo American, nas montanhas dos Andes, na região central do Chile, aumentando a produção em 120.000 toneladas de cobre por ano, e reduzindo os custos em cerca de 15% por tonelada.
No ano passado, Los Bronces produziu 172.000 toneladas de cobre. Já a Andina produziu 182.000 toneladas.
A Anglo e a Codelco pretendem acrescentar 2,7 milhões de toneladas à produção de cobre em um período de 21 anos. O valor adicional antes dos impostos, que deve chegar a pelo menos US$ 5 bilhões, será dividido igualmente entre a Codelco e a unidade local da Anglo, a Anglo American Sur.
O presidente do conselho da Codelco, Máximo Pacheco, disse a repórteres que a empresa buscava uma associação entre Andina e Los Bronces há décadas.
Acordo colaborativo pelo cobre
O acordo começa a gerar nova produção em 2030. “Sem grandes investimentos, os geólogos concordam que a melhor maneira de extrair o minério não é separadamente, mas tratando os dois depósitos como um único”, disse Pacheco após uma reunião com o presidente chileno, Gabriel Boric, e o presidente-executivo da Anglo, Duncan Wanblad.
“Isso representa uma mudança no paradigma de como a mineração é feita, uma mineração que pode ser realizada de forma colaborativa”, disse Pacheco.
Analistas já haviam observado que a maior capacidade de processamento da Anglo em Los Bronces poderia ser um benefício para a Andina.
A Codelco e a Anglo manterão a propriedade de seus respectivos ativos, ao mesmo tempo em que formarão uma empresa de propriedade conjunta para supervisionar a execução. Em seguida, as empresas precisarão nomear executivos e membros do conselho, obter aprovações regulatórias e preparar solicitações de licenças ambientais.
Nos últimos anos, tanto a Los Bronces quanto a Andina enfrentaram a resistência dos ambientalistas em relação aos possíveis impactos no abastecimento de água local e em uma geleira próxima.
As empresas afirmaram que cumprirão as exigências ambientais existentes.