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Comitê encerra investigações sobre fraude na Americanas e resultado será apresentado em breve
Órgão independente investiga rombo de R$ 25,3 bilhões na varejista há mais de um ano
O comitê independente que apura as circunstâncias que ocasionaram o rombo bilionário na Americanas apresentará os resultados de sua investigação ao conselho de administração da varejista nas próximas semanas, disse a companhia.
A Americanas informou que recebeu nota do comitê informando sobre a conclusão, em 30 de junho, dos trabalhos de apuração do órgão independente e que os resultados da investigação serão apresentados “nas próximas semanas”.
A equipe de investigação do comitê independente revisou cerca de 1,2 milhão de documentos, realizou aproximadamente 250 entrevistas com funcionários, ex-funcionários e terceiros, processou mais de 74 terabytes de dados, entre outras ações, ao longo de um ano e meio de apuração, segundo nota do comitê divulgada pela empresa.
Segundo nota do comitê à Americanas, apresentada junto ao comunicado da varejista, os resultados — que estão sendo compilados — ainda não foram apresentados à companhia.
O trabalho tampouco tem relação com as investigações de autoridades públicas, como a operação Disclosure, um esforço conjunto da Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que envolveu dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão nas residências de ex-diretores da varejista, incluindo o ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Saicali.
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“Uma vez apresentados os resultados dos trabalhos do comitê independente ao conselho de administração da companhia, caberá exclusivamente a este deliberar sobre as medidas eventualmente cabíveis”, afirmou o comitê, conforme comunicado da Americanas.
A Americanas — que tem como acionistas de referência o trio de bilionários fundadores da 3G Capital Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — está em recuperação judicial desde janeiro do ano passado, após o então CEO Sérgio Rial apontar “inconsistências contábeis” de cerca de R$ 20 bilhões no balanço da varejista.
Acionistas de referência e afiliados aumentarão fatia na Americanas para 49,2% após aumento de capital
Os acionistas de referência da varejista — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — e os afiliados deles passarão a deter 49,2% do capital social da companhia após um aumento de capital.
Segundo dados fornecidos no site da companhia referentes a fevereiro de 2023, a participação dos acionistas de referência somava 30,12%.
Os acionistas da varejista, que está em recuperação judicial, aprovaram em assembleia geral extraordinária em maio um aumento de capital a R$ 1,30 por papel.
O valor mínimo aprovado para o aumento de capital social era de R$ 12,3 bilhões, com emissão de ao menos 9,4 bilhões de novas ações, enquanto o valor máximo soma R$ 40,7 bilhões, e emissão de até 31,3 bilhões de ações, segundo o documento.
De acordo com a tabela apresenta pela companhia em fato relevante ao mercado, consideradas apenas as subscrições de ações realizadas até o momento, a nova composição acionária mostra ainda os credores detendo 47,6% e os demais acionistas respondendo por 3,2%.
A Americanas destacou, contudo, que os percentuais não são definitivos e poderão ser alterados em razão da subscrição de sobras de novas ações na operação.
A empresa entrou em recuperação judicial no começo do ano passado, após a revelação de um rombo em janeiro de 2023 pela recém-nomeada diretoria. Na véspera do anúncio, as ações da empresa foram negociadas na casa de R$ 12. Na segunda-feira, fecharam a R$ 0,40.
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