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Como 6 empresas planejam plantar 2 bilhões de árvores no Brasil

Projeto que envolve Suzano, Santander, Itaú, Rabobank, Vale e Marfrig deve durar 20 anos.

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Uma área do tamanho da Suíça, feita de árvores protegidas.

Esse é o plano que está sendo traçado por um grupo de seis empresas que inclui a maior produtora de celulose do mundo, a Suzano (SUZB3), e o banco de varejo espanhol Santander. Mais especificamente, eles estão propondo plantar e preservar um total de 4 milhões de hectares de árvores em partes desmatadas do Brasil, financiando o projeto com a venda de créditos de compensação de carbono no mercado.

Crédito: Pixabay

As empresas envolvidas – Suzano, Santander, Itaú (ITUB4), Rabobank, Vale (VALE3) e Marfrig (MRFG3) – estão criando uma nova empresa chamada Biomas, que começará por identificar áreas que sofreram desmatamento, incluindo Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Cada sócio investirá R$ 20 milhões (US$ 3,8 milhões).

A Biomas planeja contar com a experiência de empresas brasileiras que já administram grandes fazendas de eucalipto. A Suzano e seus pares, por exemplo, plantam mais de um milhão de eucaliptos por dia, embora muitos sejam colhidos posteriormente. Até 2025, o grupo espera começar a contratar trabalhadores e estabelecer viveiros de árvores, onde serão plantadas as mudas antes de irem para o campo. 

Eles pretendem plantar mais de 2 bilhões de árvores nativas em 2 milhões de hectares, enquanto investem na conservação de outros 2 milhões de hectares de florestas nativas. O projeto deve durar 20 anos.

Assunto da COP27

O tema do desmatamento surgiu repetidamente na primeira semana da COP27. Alguns dos países vulneráveis ​​ao clima exigem políticas que reduzam retornos financeiros enquanto outros buscam compensação para proteger suas próprias florestas. A Amazônia, onde o desmatamento atingiu um recorde no primeiro semestre de 2022, é um dos principais pontos de inflexão climática do mundo, criando uma necessidade urgente de resolver o problema. 

Os cientistas dizem que colocar mais um trilhão de árvores no planeta poderia reduzir drasticamente as emissões, e existem várias promessas para atingir esse objetivo, incluindo uma iniciativa de trilhões de árvores do Fórum Econômico Mundial e o Bonn Challenge, um compromisso de vários países e empresas para plantar 350 milhões de hectares de árvores até 2030.

Mas cultivar essas fazendas e verificar se elas estão fazendo a diferença na luta contra o aquecimento global não será fácil. Algumas árvores nunca se desenvolvem, ou mesmo chegam ao solo. E iniciativas de grande escala exigem a combinação certa de espécies resilientes e proteções adequadas contra agroflorestas, bem como uma escolha equitativa de locais.

Outros tentaram e falharam em contornar esses desafios, em alguns casos minando a integridade mais ampla das compensações de carbono. Um estudo do Bonn Challenge, por exemplo, descobriu que a maior parte da área prometida seria usada para florestas de monocultura ou agrossilvicultura, em vez de restauração.

A Biomas espera financiar seu projeto com a venda de créditos de carbono e busca lucrar com os projetos florestais juntamente com seu benefício ambiental. Não está claro exatamente quanto o grupo espera que a iniciativa custe.

De acordo com um estudo liderado pelo WRI Brasil e The New Climate Economy, custaria pelo menos R$ 19 bilhões (US$ 3,5 bilhões) para restaurar 12 milhões de hectares de floresta nas áreas mais deterioradas do Brasil. Dependendo dos locais escolhidos pela Biomas, isso poderia colocar o preço de suas metas de plantio perto de US$ 500 milhões.

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