Negócios
CVC: despesa financeira ainda é ponto de alerta, dizem analistas; ação cai 6%
Companhia divulgou na véspera balanço do 4° trimestre, com redução do prejuízo líquido para R$ 96,8 milhões, contra resultado negativo em R$ 145,8 milhões um ano antes.
O balanço do quarto trimestre de 2022 da CVC (CVCB3) mostrou melhoria nos números operacionais, mas com recuperação fraca e, principalmente, alerta com as despesas financeiras. É o que avaliaram analistas, após a divulgação dos números do período pela empresa na véspera.
A ação da CVC encerrou o pregão desta quarta-feira (15) com recuo 6,19%, a R$ 3,07.
Destaques do resultado
O grupo de turismo CVC Brasil reduziu seu prejuízo líquido no quarto trimestre de 2022 para R$ 96,8 milhões, contra resultado negativo em R$ 145,8 milhões um ano antes.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da empresa foi de R$ 83 milhões entre outubro e o fim de dezembro, contra resultado negativo em R$ 35,4 milhões um ano antes.
As receitas da companhia cresceram 2,4%, para R$ 321,4 milhões. Já as despesas com vendas recuaram 4,2% no trimestre frente a um ano antes, enquanto as despesas gerais e administrativas diminuíram 2,1%.
No quarto trimestre de 2022, a empresa teve alta de 13,5% nas reservas confirmadas e avanço de 7,2% nas reservas consumidas.
Repercussão do balanço
A Guide Investimentos avaliou que a CVC registrou no quarto trimestre de 2022 receita crescendo de forma tímida e não-recorrente, mas que as despesas financeiras seguem como um ponto de atenção, uma vez que a companhia está buscando aprimorar sua estrutura de capital.
“O operacional da CVC ainda patina, sem conseguir expandir o faturamento a um nível que provoque mudança relevante na estrutura de seus resultados. As novas iniciativas comerciais da companhia precisam gerar frutos aliadas a um bom controle de despesas”, disse a Guide em relatório.
Já os analistas Gabriel Disselli, Luiz Guanais e Vicotr Rogatis, do BTG Pactual, destacaram que os números operacionais da CVC novamente mostraram melhorias ano a ano, impulsionados pela maior busca por viagens internacionais e normalização da frequência de voos e destinos, parcialmente compensados pelos impactos da Copa do Mundo.
Os analistas do BTG apontaram, no entanto, que as reservas da companhia ainda estão no modo de recuperação e que o crescimento mais fraco da receita prejudicou o Ebitda.
Perspectivas
Os analistas do BTG destacaram que o resultado do quarto trimestre de 2022 da CVC apresentou sinais de receita animadores, embora com crescimento mais lento do que o terceiro trimestre devido ao impacto da Copa do Mundo nas vendas e das mudanças no sistema de vendas B2C.
“Depois de atingir o fundo do poço em 2020, a CVC deve ser uma das principais beneficiárias da reabertura econômica, ao mesmo tempo em que explora seus fortes relacionamentos de longo prazo com a fragmentada indústria hoteleira e companhias aéreas no segmento B2B”, disse o BTG em relatório.
Recomendação para a ação da CVC
A Guide Investimentos disse em relatório que, apesar da queda relevante dos papéis da CVC nos últimos pregões, ainda não julgam que o cenário favoreça uma entrada no papel.
Já para os analistas do BTG Pactual, a recomendação é “neutra” para a ação da CVC, baseada nos grandes desafios que a empresa enfrenta, como o alinhamento entre sua base de franqueados e o crescimento/competição online, enquanto a estrutura de capital ainda é uma preocupação, sendo o papel, de acordo com o BTG, uma opção mais arriscada do que outras empresas de reabertura.
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