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Dados da Vale superam projeções e mercado vê ‘ponto de virada’ em metais básicos

Números mais robustos do relatório de produção apontam ‘recuperação impressionante’ na unidade, apontou BTG.

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Após a mineradora Vale (VALE3) ter reportado na véspera seu relatório de produção e vendas referente ao segundo trimestre de 2022, analistas consideraram os números como positivos. A produção de minério de ferro subiu 1,1% ante o mesmo intervalo do ano passado, para 89,7 milhões de toneladas. Já as vendas avançaram 3,5%, para 69 milhões de toneladas, no comparativo anual.

Logo da Vale em mina em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) 04/02/2019 REUTERS/Washington Alves

Os números vieram em linha e até acima do que as casas de investimentos projetavam. Além disso, sinalizam que a mineradora deve atingir com facilidade seus projeções de produção de minério para o ano. A ação da Vale encerrou em alta nesta terça-feira (18), subindo 1,83%, para R$ 71,96.

O destaque, entretanto, foram as divisões de níquel e cobre. A produção de níquel aumentou 71,5% ante o terceiro trimestre de 2021, para 51,8 mil toneladas, uma vez que as refinarias retomaram após período de manutenção no segundo trimestre deste ano e a conclusão da reforma do forno 4 na PTVI (na Indonésia).

‘Ponto de virada’ em metais básicos

Em relatório, Andre Vidal e Helena Kelm, analistas da XP Investimentos, relataram que a recuperação em metais básicos (níquel e cobre) parece ser um importante ponto de virada para uma divisão que “vem lutando nos últimos trimestres para entregar a produção (e parece estar próxima de um evento de monetização)”. 

Já as vendas subiram 6% na análise anual, para 44,3 mil toneladas, bem abaixo das estimativas de produção e consenso de 46,7 mil toneladas, segundo os analistas da XP, devido a compromissos de vendas para o próximo trimestre (paradas programadas para manutenção), falta de navios porta-contêineres afetando Onça Puma e gargalos logísticos no Reino Unido. 

Por outro lado, eles afirmaram que continuam positivos na geração de caixa para a Vale, e mantiveram a recomendação de compra com preço-alvo de US$ 17,6 por recibo negociado em Nova York e e R$ 97,1 por ação na B3.

Já os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner, do BTG Pactual, escreveram que a unidade de metais básicos da Vale apresentou uma recuperação “impressionante”, o que deve, na visão da dupla, apoiar as iniciativas da Vale para monetizar essa base de ativos.

Felipe Ruppenthal e Rodrigo Diniz, analistas da Eleven, também consideraram que os dados apresentados foram positivos. “Demonstraram uma mudança de momento para a divisão de metais básicos além de estarem mais próximos de concluir o guidance proposto para o ano de produção de minério de ferro”, disseram.

No inicio do mês, a Vale confirmou a contratação de assessores após a veiculação de notícia de que a companhia estaria em negociações para vender uma participação em seus negócios de metais básicos.

Minério de ferro

Em relatório, Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito, analistas do Bank of America (BofA), reiteraram que produção do minério de ferro ficou 2,9% acima do consenso da Bloomberg. No entanto, as vendas “decepcionaram” ao ficarem 3,1% abaixo das previsões do banco.

Em contrapartida, a equipe sinalizou que, no acumulado do ano, a mineradora produziu 227 milhões de toneladas e que seu guidance (projeção), de 310 e 320 milhões de toneladas em 2022, parece bem próximo. A empresa precisaria produzir 83 milhões de toneladas no quarto trimestre, o que representa 1 milhão de toneladas de crescimento no comparativo anual, segundo os analistas.

Eles também observaram que o lucro operacional (Ebitda) da Vale para o terceiro trimestre poderá vir US$ 150 milhões menor do que os US$ 4,3 bilhões previstos anteriormente pelo BofA, dado o atraso no embarque de 2,4 milhões de toneladas de minério de ferro.

A casa manteve recomendação neutra para o papel da companhia, “dada nossa perspectiva de baixa para minério de ferro (caindo para US$ 70/80 por tonelada até 2024), mas compensado pelo forte foco da Vale de retorno de caixa”.

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